A seis de fevereiro de 1955 ocorreu oficialmente, dentro do
ambiente clubista, a tomada de posse do Dr. Cesário Bonito como Presidente do
FC Porto, para o segundo mandato de sua presidência à frente dos destinos do
Futebol Clube do Porto. Depois de sua primeira presidência, iniciada em 1944 e alongada até 1947.
Desse grande Presidente, que bem merece ser mais reconhecido
como um dos melhores Presidentes de sempre, aqui se regista uma crónica alusiva,
escrita com o sentimento que deve correr nas veias do Portismo verdadeiro, com
os interesses do clube acima de tudo. Porque o FC Porto foi tendo e teve grandes
Presidentes muito antes dos tempos recentes e atuais, para que conste.
Ora, a propósito desta efeméride relacionada, é hoje vez de evocar aqui o Grande Presidente do FC Porto Dr. Cesário Bonito, um dos icónicos defensores do FC Porto, entre comandantes supremos que ficam na história da grande nau portista navegada nas ondas alterosas da história do esquisito desporto lusitano.
O Dr. Bonito, como era seu nome, chamou desde logo a atenção, ao autor destas linhas, precisamente pelo chamariz de seu nome. Tendo acontecido que um belo dia, em inícios da década dos anos sessentas, li (exprimindo assim na primeira pessoa, pois que é lembrança pessoal) que o Américo do Porto, o grande guarda-redes que era um dos baluartes da equipa do FC Porto nesses tempos difíceis, fora distinguido com um prémio de reconhecimento de um órgão informativo de Lisboa, junto com o cantor Francisco José, da famosa cantiga dos olhos castanhos (como eu sempre tive), tendo sido acompanhado nessa cerimónia pelo Dr. Cesário Bonito, nome a que achei graça, além do mais, por reforçar a importância de ser do FC Porto, o meu clube já então. Algo que, tinha eu ainda pouca idade, me ficou gravado na memória, apesar de não mais ter visto esse facto recordado à posteriori em qualquer papel ou imagem, como não é de admirar tratando-se dum representante do FC Porto, mas sobretudo pela curiosidade de ter reparado nesse nome, assim, e pela associação com o cançonetista que cantava os olhos da cor dos meus.
Voltando ao tema da eleição e tomada de posse para o 2.º
mandato presidencial do Dr. Cesário Bonito na gerência da Direção do FC Porto: Foi porém curto esse mandato (1955/56), por motivos alheios, mais precisamente por ter sabido defender os interesses do FC Porto. E mais tarde, em 1965, ainda voltaria a ficar à frente do FC Porto, mais uma vez, respondendo assim afirmativamente à necessidade do Clube.
É pois deveras importante o legado deste Portista natural do Peso da Régua, que seria irradiado (pena depois revista) pela Federação Portuguesa de Futebol, em 1955, ao não calar a revolta pelo adiamento de um FC Porto-Sporting, com o espantoso argumento de que Travassos, um dos jogadores apelidados de 'violinos' de Alvalade, ficara retido em Madrid e não poderia participar no jogo. Bonito levou ainda o FC Porto à primeira 'dobradinha' (1955/56), com Yustrich como treinador, teve um papel determinante na construção do Estádio das Antas e, no seu último mandato, que terminou a 2 de maio de 1967, ainda contratou Pedroto para treinador.
Apraz assim relembrar este ilustre portista, a que já foi feita aqui referência aquando de remembranças comuns com outros presidentes e salientes figuras do clube.
O Dr. Bonito, Cesário de Moura Bonito, é um dos Presidentes Honorários do FC Porto, eleito com esse tributo oficial em Assembleia Geral de 1983.
Como ilustração, juntamos alusões da História do FC Porto escrita por Rodrigues Teles, volume II, e do livro “FC Porto figuras & factos 1893/2005”, de J Tamagnini Barbosa e Manuel Dias.
Armando Pinto
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