Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

sábado, 14 de setembro de 2024

Memórias Portistas de idas às Antas “ver o Porto jogar” em tardes domingueiras de futebol…

 

Este domingo o FC Porto volta a jogar de tarde, como outrora acontecia nos jogos da equipa principal azul e branca, ao tempo do Estádio das Antas. Quando as transmissões televisivas, pelas vontades negociais, se não sobrepunham nem impunham horários. Sendo desta feita possível juntar o útil ao agradável. Tanto que então desta vez vai ser no Estádio do Dragão. Algo que faz reviver outros tempos.

«Havia algo mágico nos domingos à tarde no Estádio das Antas» e assim «a febre do futebol de domingo à tarde está de volta», com o jogo em que FC Porto recebe o Farense, às 15h30,  este domingo 15 de setembro – «o ponto alto de uma viagem nostálgica ao futebol de outrora». 

Quão pessoalmente também se revive por imagens que perduram nos álbuns pessoais. Algumas das quais aqui se partilham, com legendas manuscritas a registar as ocorrências, remontando a 1977 e 1978…

Armando Pinto

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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Carro-troféu da final do Mundial de Clubes de 1987… agora dentro do Museu do FC Porto !

Esteve antes na loja do Dragão, “FC Porto Store”, e está agora no Museu do FC Porto, o popularmente chamado carro do Madjer. Inicialmente colocado na loja anexa ao museu do clube, pendurado no teto do espaço de vendas de artigos desportivos e adereços portistas...

...até que recentemente foi transferido para dentro do museu, passando à sua função museológica de estimação memoranda. Como ainda recentemente se viu com a visita ao museu por atletas das diversas modalidades, a inteirar-se da grandeza sentimental do Clube. 

Com efeito, foi mudado e bem o local de exposição do carro Toyota entregue ao Madjer em 1987, como prémio de melhor jogador do jogo da final do Mundial de Clubes de Tóquio. Automóvel da marca da firma patrocinadora do evento, e que, depois de adquirido pelo Clube e passado por diversas facetas, ficou exposto na Loja do Dragão desde a abertura da mesma Dragão Store e do Museu FC Porto By BMG, a partir de 2013. 

Sendo que na loja era apenas visto por baixo e estando suspenso do teto permanecia em modo instável e até algo perigoso.

Enquanto agora, colocado dentro do museu e em baixo, junto à estatueta de homenagem ao Madjer, fica em posição mais acessível e está num local apropriado. Como icónico símbolo da primeira das duas vitórias do FC Porto em Mundiais de Clubes. Sendo esse carro um género de troféu de 1987, assim como do Mundial de 2004 ficou a chave entregue ao Maniche, quais prémios individuais que ficaram a simbolizar tais grandes feitos coletivos. E enquanto a chave simbólica do carro de Maniche ficou logo à vista no Museu, a partir da sua abertura, o carro do Madjer estacionou recentemente então também no mesmo museu.

Efetiva e verdadeiramente significativa glória da grande vitória alcançada em 1987 pelo FC Porto, como Campeão Europeu, diante do representante das Américas, Peñarol, e consequente conquista do Mundial de Clubes dessa temporada, ostenta o FC Porto diversos testemunhos patrimoniais da honra de ser Campeão do Mundo, desde as duas taças conquistadas em Tóquio, até ao carro que ficou como terna e curiosa recordação. Daí ter ficado o carro, que esteve na loja e agora está no museu. Bem no seu interior, depois de na entrada, entre as diversas estátuas (em tamanho real) de treinadores e atletas do clube, até haver uma, a do treinador da Liga Europa de 2011, André Villas-Boas, apontando o mundo ali dentro existente.

Assim… Havia um Toyota Carina II pendurado na Loja do Estádio do Dragão – FC Porto Store. Carro que agora, finalmente, está no Museu do FC Porto. Cuja história recordamos, para explicar e preservar a memória desse carro, um Toyota Carina II GL que esteve pendurado no teto da loja anexa ao Museu do Estádio do Dragão. Não como um troféu automóvel no habitual sentido da expressão. Tratando-se, neste caso, de um autêntico carro, de marca Toyota Carina II GL que é mesmo um troféu no sentido afetivo, dizendo respeito ao prémio atribuído ao jogador argelino do FC Porto, Rabah Madjer, por ter sido considerado o melhor jogador da Taça Intercontinental de 1987, também conquistada pelo clube «azul e branco» no Estádio Nacional de Tóquio, no Japão. Final essa disputada entre o FC Porto e a equipa uruguaia do Peñarol que a equipa portuguesa venceu por 2-1, com golos de Fernando Gomes e do próprio Madjer. A final da Taça Intercontinental de 1987 disputada sobre um inesperado manto de neve, que a tornou ainda mais célebre, pelas dificuldades superadas e imagens eternas desse cenário branco, que o Toyota vermelho entregue a Madjer, no final, contrastou alegremente com as cores azuis e brancas da vitória. Tendo Madjer posado diante de um exemplar desse carro e recebido uma chave simbólica em tamanho grande, para depois a entrega se efetuar no regresso.

Ora, desse facto, veio depois o carro. Por fim entregue pessoalmente pelo representante oficial da mesma marca automóvel em Portugal. Sendo que esse prémio de melhor em campo era um Carina vermelho, mas Salvador Caetano teve o bom senso de pensar numa cor mais neutra, entregando um de cor cinzenta. O carro, entregue com pompa e circunstância a todo o plantel numa cerimónia na Exponor, chegou a circular durante alguns anos, primeiro como veículo ao serviço do clube, mais tarde nas mãos do próprio Madjer, que o conduziu no período em que foi treinador dos juniores. Ora, esse modelo também considerado um dos porta-estandartes da marca nipónica na década 80, o Toyota Carina II oferecido ao jogador do FC Porto, transformar-se-ia, com o decorrer dos anos, num objeto mítico para o clube.

= Local próprio do interior do museu, como era antes e ficou depois...

Assim preservado na qualidade de troféu, exposto inicialmente perto do Museu do FC Porto, foi por fim transportado para local apropriado, uns passos mais adiante, estando presentemente no próprio espaço museológico, junto à estátua identificativa do “calcanhar de Madjer” em Viena/1987 e da baliza da final europeia de Dublin/2011, englobando um tríptico memorial dessas glórias internacionais, consubstanciadas no que ali expõe orgulhosamente a memória desses troféus patrimoniais.

Armando Pinto

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terça-feira, 10 de setembro de 2024

Entre curiosidades – de vez em quando… Vitória do FC Porto sobre o Benfica e conquista da Taça Cidade de Viseu em 1944 – na estreia de Octaviano no FC Porto !

 

A 10 de setembro de 1944 (faz agora 80 anos, em 2024) o FC Porto derrotou o Benfica por 4-3 em jogo festivo disputado em Viseu e assim ganhou a Taça Cidade de Viseu. Tendo na revista Stadium do dia 13 seguinte, em “Acontecimentos da Semana” dessa publicação de Lisboa, sido publicadas umas linhas a focar o acontecimento, cujo teor merece fixação pelo que transmite desse tempo de advento dos campeonatos regionais e imediato Campeonato Nacional, à época. Conforme se pode ler, em transcrição através dessa parte.

Estava a então temporada ainda em período de defeso, antes do início dos campeonatos regionais, de onde se apuravam os classificados para a fase seguinte do Campeonato Nacional. Num período em que por esses dias havia falecido Eduardo Pinto Basto, um dos pioneiros do futebol em Portugal e irmão de Guilherme Pinto Basto, considerado o introdutor do futebol em terras de Portugal. Enquanto no FC Porto estava ainda a ser ultrapassada a marca dos 4.000 sócios, nessa era em que os clubes desportivos em Portugal se começavam a afirmar e a ganhar adeptos através do ciclismo, que passava à maioria das terras pelo país, além das visitas onde fossem convidadas as equipas principais de futebol dos clubes de maior nomeada. Como aconteceu no caso em apreço, ao correr do início de setembro de 1944, nesse jogo inserido no cartaz da Festa de Viseu e jogado no Estádio do Fontelo. Em cuja realização o jogo serviu para a estreia de Octaviano no FC Porto, também, jogador que até assinalou esse seu primeiro jogo vestido de azul e branco com dois golos da sua autoria. 

= Octaviano (1º do lado direito da foto, em cima) numa das equipas do FC Porto em que alinhou em 1944/45. 

Na imagem, a partir da esquerda, em cima - Guilhar, Camilo, Barrigana, Nano, Romão, e Octaviano; em baixo - Araújo, Gomes da Costa, Lourenço, Pinga e Catolino.

Octaviano, que jogara no Sporting das Caldas e depois na Académica de Coimbra, ingressara então no FC Porto para integrar o plantel portista a partir da época de 1944/45 (tendo-se mantido seguidamente nas fileiras azuis e brancas até 1947). Havendo assim jogado ao lado de grandes valores desses tempos, como Pinga, Araújo, Gomes da Costa, Correia Dias, Lourenço, Catolino, Guilhar, Pocas, Camilo, Barrigana, Nano, Romão, etc. 

... e da mesma época de 1944/45, noutra formação da equipa principal portista (em cima, a seguir ao guarda-redes Barrigana, à direita da pose fotográfica)

Na imagem, a partir da esquerda, em cima - Guilhar, Pocas, Romão, Barrigana, Otaviano e Alfredo Pais; em baixo - Franco, Araújo, Correia Dias, Pinga e Catolino.

Ora, nesse jogo, quando começavam a ser mais apreciados os desafios entre o FC Porto e o Benfica, de modo que foram esses dois representantes do Sul e do Norte a abrilhantar o programa da festa anual de Viseu, o FC Porto saiu então vencedor com dois golos de Otaviano, um de Faria e outro de Lourenço. E veio para o Porto a Taça Cidade de Viseu, que durante anos esteve bem exposta nas diversas versões das antigas salas-museu do FC Porto e no atual Museu FC Porto By BMG, depois da mudança das Antas para o Estádio do Dragão, ficou em armazém durante a anterior administração, mas deverá ainda ser visível futuramente, logo que haja possibilidade de colocação à vista de todo o acervo patrimonial do clube. Sendo esse acontecimento deveras apreciado memorialmente, a pontos que consta na Tábua Biográfica do livro "Fotobiografia do FC Porto", a célebre obra, escrita e publicada por Rui Guedes, que desencadeou a verdade sobre a fundação do FC Porto.  

Armando Pinto

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domingo, 8 de setembro de 2024

Efeméride da estreia de Fernando Gomes no Campeonato Nacional... em 1974!

 

A 8 de Setembro de 1974, na 1ª jornada do Campeonato da época de 1974/75, Gomes estreava-se no Campeonato, frente à CUF, com dois factos que se tornariam rotina: a vitória e os golos. No caso, os dois do triunfo, por 2-1. Depois de pouco tempo antes, no período de preparação, se haver estreado na equipa sénior do F C Porto durante o Torneio Início da Associação de Futebol do Porto, que então se disputava em tempo antecedente ao campeonato.

Com efeito, a estreia oficial de Fernando Gomes na equipa principal do FC Porto, dera-se antes no Torneio Início da AF Porto. Como se pode rever, a título de exemplo, por uma nota biográfica sobre Gomes, publicada no jornal O Porto, em artigo da lavra de Telmo Esteves. Em cuja narrativa ficou devidamente anotado o facto e tudo o mais decorrente, naqueles tempos iniciais da carreira de Gomes. 

Depois, então, após isso, com Gomes integrado no plantel do grupo sénior do FC Porto, entre os ex-juniores promovidos a seniores e ele de imediato a enfileirar junto aos titulares consagrados, Gomes surgiu já na equipa principal portista logo no primeiro jogo do Campeonato Nacional. Ficando isso para a história, autenticamente.


E melhor não podia ter sido. Logo no jogo de estreia, a entrada na equipa e sua exibição teve o carimbo de Gomes. Tendo ele marcado os dois golos com que a equipa do FC Porto derrotou a equipa adversária da CUF do Barreiro por 2-1. 

Facto marcante, o que se recorda na efeméride respetiva, quanto à histórica ocorrência de 8 de setembro, sobre a primeira vez de Gomes no campeonato maior de Portugal, respeitante ao aparecimento ao mais alto nível desse então jovem avançado, goleador em escalões jovens e já internacional com boa conta de golos em seleções de outros escalões, que então passou a representar o F C Porto na equipa principal. Era o começo da carreira futebolística desse que veio a ser histórico goleador do F C Porto, o "Bibota" do futebol europeu.

Nota Bene: Ilustramos esta pequena nota recordatória com uma foto da capa da edição nº 1 da revista Seleções Desportivas, e uma outra da revista Ídolos dedicada ao Gomes, ambas da coleção do autor, tal como conjuntos de adereços vários; e uma imagem coeva do jornal O Porto, respigada da página do Museu F C Porto.

Armando Pinto

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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Efeméride da conquista do Trofeu Luis Otero em Espanha pela 2.ª vez - em 1964

 

A seis de setembro de 1964 o FC Porto venceu em Espanha o V Trofeu Luis Otero, derrotando o Pontevedra por 2-0. Reeditando então a anterior vitória de 1962, nesse prestigiado torneio galego – assim chamado em homenagem a um antigo futebolista com esse nome, natural de Pontevedra e iniciado no Pontevedra (clube), depois saliente como jogador de outras equipas da Galiza, sobretudo Celta de Vigo e Corunha, que de permeio representou Espanha na seleção que ganhou a medalha de prata nas Olimpíadas de Verão de 1920.

Recuando no tempo, entre lembranças memorandas de tempos idos, no início de setembro de 1964, em pleno primeiro domingo desse mês de transição entre o final do verão e aproximação ao outono, o FC Porto voltava a conquistar o então afamado Torneio de Pontevedra do Trofeu Luis Otero, assinalado com grande e vistosa taça em disputa. Um dos torneios internacionais que ao tempo se realizavam na fase de pré-época do futebol, disputado no norte peninsular, entrando pelo território espanhol em plena Galiza. Culminado perante brilhante triunfo da equipa principal do futebol portista, nesse tempo ainda de preparação para a época que se avizinhava. Numa fase da temporada desenrolada ainda sem competições oficiais, quando já se aproximava a entrada nas competições internacionais, ainda sem se ter dado início ao Campeonato Nacional (que se iniciaria depois em Outubro). Ou seja, com esse torneio espanhol a servir de preparação com vista à eliminatória com o Lyon de França, para a Taça das Taças, que se seguiria e depois felizmente ficou nos anais históricos com a primeira vitória portista em provas europeias oficiais.

Ocorreu então a segunda conquista do Trofeu Luis Otero no primeiro domingo de setembro de 1964. Vindo assim a talho de foice essa lembrança, a fazer lembrar o dia santificado da mudança do ambiente por esses idílicos anos sessenta.

Na calha desta remembrança e porque, antes dessa vitória de 1964, o FC Porto havia vencido em 1962 a 3ª edição do mesmo torneio, junta-se nesta evocação imagens conjuntas das duas edições em que o FC Porto levantou tal grande trofeu em terras de Nuestros Hermanos.

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Atualmente o chamado defeso do futebol já passou, tendo o período de preparação para a pré-época dos campeonatos do desporto-rei decorrido ainda no tempo de maior calor meteorológico. Mas naqueles tempos estava ainda na crista da onda...

Fazendo um enquadramento histórico, recorde-se que enquanto pelos idos de quarenta e inícios de cinquenta, do século XX, ainda não existiam provas internacionais oficializadas, foram decorrendo jogos de permutas entre equipas de diversos países, tendo o FC Porto tido jogos famosos com receções vitoriosas diante do Vasco da Gama do Brasil, Arsenal de Londres, Portuguesa do Rio, Fluminense, o Real Madrid, Vazas, Valência, etc, cuja repercussão se refletia em tais momentos terem sido distinguidos com publicações de coloridas separatas de publicações da especialidade, à época, em género de “posters” médios ilustrados. Gravuras essas que se viam nesse tempo, como embelezamento, por exemplo, coladas ou pregadas a forrarem tapamentos de locais públicos, quais divisórias de tábuas de madeira em tascas e similares estabelecimentos de comes e bebes nessas eras, quando não em quadros emoldurados a decorarem lojas de comidas e casas de pasto, como em tempos idos se chamava aos restaurantes tradicionais de aspeto singelo ou clássico, respetivamente. Para depois, quando começaram as provas europeias oficiais, iniciadas a partir do Outono, os períodos de verão antecedente aos jogos de campeonato eram precedidos de torneios internacionais organizados por clubes, que se foram tornando famosos.

Então, pelos anos sessentas, em plena década que o FC Porto em Portugal não conseguia mostrar sua valia pelas manobras dos bastidores federativos, foi conseguindo desforrar-se no estrangeiro, onde foi sendo possível fazer coisas bonitas e ganhar provas importantes. Tal o caso do famoso torneio espanhol do Troféu Luís Otero, anualmente organizado em Pontevedra, na Galiza.


Eis em imagem o atraente troféu que em Setembro de 2017 foi até “Objeto do Mês” de amostra no espaço público de acesso à Loja do Dragão e ao Museu do FC Porto: o Troféu Luís Otero, de 1964. Troféu que depois ainda não ficou, entretanto, na exposição permanente do novo museu, como tantos outros (porque no antigo museu estivera bem à vista de toda a gente).  Sendo esse o segundo, no caso, como importa recordar agora. Pois, como já foi referido, tal torneio e consequente troféu foi conquistado por duas vezes pelo FC Porto, a primeira em 1962 e por fim em 1964.

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Com efeito, ao longo da história, o FC Porto marcava presença em importantes torneios de verão, autênticos festivais futebolísticos que ajudavam a preparar as épocas desportivas, a encantar plateias nacionais e estrangeiras e, também, a depositar factos e objetos memoráveis no património do clube.

A taça, erguida em Pontevedra (Espanha).

É o caso do Troféu Luís Otero, conquistado pela segunda vez pelo FC Porto em 1964 com uma equipa onde emergia Rolando, que mais tarde veio a ser um dos históricos capitães azuis e brancos, e o então também ainda aspirante Artur Jorge. Ao tempo jovens promessas, entre os consagrados. 


Assim sendo, apraz avivar o facto, desta vez dando destaque à segunda edição, de 1964.

Por esse tempo o FC Porto, na presidência de Nscimento Cordeiro, havia vendido o esperançoso avançado Serafim ao Benfica. Facto que caiu muito mal entre a massa adepta portista. Tendo, na tentativa de colmatar essa saída, sido adquirido o avançado brasileiro Valdir. Enquanto na dianteira da equipa ainda andava também Bernardo da Velha...

=  Valdir =

Vários futebolistas históricos faziam parte do plantel nesse ano. Os quais, entre mais, se podem recordar na imagem seguinte, dando a reconhecer alguns dos jogadores desse tempo.


Em 1964, como curiosidade (visto ao tempo não haver substituições em jogos oficiais mas apenas em particulares) os jogadores que foram substituídos, por não poderem ficar no banco, posaram já sem estarem equipados, no fim, junto com os colegas, como foi o caso de Pinto e Jaime. Tal como Atraca, que acompanhara a equipa mas sem entrar em campo - como se pode ver pela fotografia da ocasião, da equipa com o trofeu da vitória; em cuja imagem aqui publicada eles aparecem na pose do conjunto vitorioso com os colegas.


Por acaso Américo não chegou a alinhar por estar "tocado" (resguardado de lesão passageira) e por tal motivo ter estado no banco como reforço se necessário fosse, mas fez parte da ficha do jogo, incluindo ter ficado na fotografia da pose do plantel vitorioso. Tendo logo depois alinhado no início da época, quer nos jogos da Taça das Taças da Europa, com o Lyon, como seguidamente no Campeonato Nacional, como titular, ele que era e foi o guarda-redes n.º 1 desse valioso grupo, do qual se recorda uma das formações contemporâneas. 


Fixe-se então imagens que perduram dessa vitória internacional de 1964, sendo participantes o Pontevedra CF, de Espanha, e o português FC Porto:


- Final, a 6 de Setembro de 1964 - Pontevedra CF, 0 - FC Porto, 2 [golos: 0-1 por Bernardo da Velha, aos 32´, e 0-2 por Nóbrega, aos  75´]
Alinhando
Pontevedra CF: Fermín; Azcueta, Batalla, Cholo; Martín Esperanza, Roldán I; José Luis (Recalde), Cerezuela (Roldán II), Vallejo, Neme, Odriozola.
FC Porto: Rui; Festa, Almeida, Joaquim Jorge; Carlos Baptista, Paula; Jaime (depois Artur Jorge), Bernardo da Velha, Valdir, Pinto (Rolando) e Nóbrega.


No "Relatório e Contas" da gerência de 1964 ficou registado que então, «pela segunda vez deslocou-se o Futebol Clube do Porto à capital da Província Galega para defrontar a valorosa equipa de futebol do "Pontevedra Clube de Futebol" em disputa do "V Trofeu Luis Otero", que foi brilhantemente ganho pelo nosso clube, após exibição convincente e que muito agradou à "afición" espanhola... O prélio realizou-se no dia 6 de setembro de 1964, pelas 17, 30 horas no Estádio Municipal de Passarón e terminou com a vitória do Futebol Clube do Porto por 2-0. Após o jogo a caravana do F. C. do Porto que se havia deslocado em automóveis, regressou a esta cidade, sendo de registar, por dever ser caso inédito na história brilhante do Futebol Clube do Porto, que a "Taça" conquistada ficou retida por uns dias, na Alfândega de Valença do Minho.» 

Coisas desse tempo do Estado Novo, recorde-se ainda... 

Armando Pinto
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quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Recordações do 1.º jogo de futebol feminino no Estádio do Dragão – no Museu do FC Porto!

No domingo dia 1 de setembro pela primeira vez houve um jogo de futebol feminino à porta aberta no Estádio do Dragão e logo com uma grande casa, batendo o recorde nacional de assistência de público em jogos de futebol de mulheres. Na quarta-feira seguinte, dia 4, foram colocados no Museu do FC Porto alguns objetos de recordação desse prélio histórico, a assinalar devidamente o acontecimento. Tendo então havido uma visita das intervenientes desse mesmo jogo ao próprio Museu do FC Porto By BMG, para verem e sentirem como estão já na História do Clube.

Tudo isto junto, assim, num encontro assinalável da mística portista, do passado recente com o presente e futuro.

É esse, assim mesmo, um facto histórico já carregado de memória e como tal merece figurar entre Memórias Portistas, a fazer memória agora para sempre.

Com efeito, a partir de agora no Museu do FC Porto já está em exposição um conjunto de memórias do encontro de apresentação da equipa feminina do FC Porto, disputado com a congénere equipa do União de Leiria no domingo primeiro de setembro, em pleno Dragão e que levou ao principal recinto do futebol do FC Porto a assinalável moldura humana de 31.093 pessoas, número que passou a ser recorde nacional. Tendo ficado de agora em diante no museu a ficha do jogo, através da folha de papel impresso e anotado com os dados respetivos, mais o galhardete do jogo, autografado por todas as jogadoras, e a camisola da marcadora do 1.º golo do jogo e consequentemente primeiro golo de futebol feminino marcado no estádio do Dragão, da autoria da Matilde Vaz. Lá figurando assim a camisola em posição de se ver o seu nome estampado nas costas, Matilde. (Um nome bonito, por sinal, e especial também aqui para o autor destas linhas, sendo que foi e é nome que tenho sempre na cabeça, o nome da minha Mãe.)

= A capitã da equipa e primeira jogadora contratada e inscrita pelo Clube no plantel sénior, Cláudia Lima; e a marcadora do 1.º golo de mulheres no estádio do Dragão, Matilde.

Ficaram então esses itens memoriais expostos no local das apresentações, no espaço nobre entre os trofeus mais importantes do futebol nacional e internacional conquistados pelo FC Porto (segundo se viu pela reportagem televisiva do Porto Canal). Mas claro que depois irão ficar em espaço apropriado a fazer companhia a outros do historial portista. Acrescentando assim mais objetos de valor e estimação ao grande museu do FC Porto, onde logo que seja possível concerteza irão sendo colocados outros que foram ficando anteriormente em armazém, porque tudo o que faz parte da memória portista tem o mesmo valor. Aliás como em tempos havia sido prometido pelo anterior presidente da Direção e SAD, planeando a criação duma Cava do Dragão, para aumento ao espaço museológico e colocação de tudo o que existia guardado em arrecadações, algo que acabou por entretanto ter ficado no esquecimento anos a fio. Embora presentemente com as dificuldades deixadas precisamente pela anterior administração, tenha de haver prioridades e, tal como Roma e Pavia se não fizeram num dia, o futuro terá de ir sendo feito dentro das possibilidades e bom planeamento. Enquanto já foi feito mais em pouco tempo, que anteriormente em alguns anos, afinal.

Está pois mais enriquecido o Museu e o espólio que o estádio do Dragão acolhe. Ombreando o caso do 1º golo duma jogadora no Dragão, a 1 de setembro de 2024, no primeiro jogo de mulheres na casa-mãe do FC Porto, com o ocorrido anos antes, quando na inauguração do estádio, a 16 de novembro de 2003, houve o que ficou a ser o 1.º golo marcado no Dragão, esse da autoria do Derlei. Fastos dignos de apreço. Tal como, por exemplo, no antigo estádio das Antas havia um quadro com a fotografia do Vital, autor do 1.º golo do FC Porto naquele mítico estádio em 1952, entre outros quadros com fotos de grandes atletas colocados no espaço nobre do “hall” de acesso aos balneários (como também ao túnel de ligação ao relvado e alguns departamentos). Porque a riqueza memoranda dum grande clube, como o FC Porto, conta muito em fixar à posteridade tudo o que enobrece o património físico e humano da Alma Clubista.

Armando Pinto

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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Recordando... a Festa de Despedida do guarda-redes "Baliza de Prata" Américo - a 2 de setembro de 1969

Entrado setembro no calendário, passa no dia 2 a efeméride da despedida oficial de Américo, ocorrida ao segundo dia do nono mês do ano, em 1969. Memória que tem pertinência de ser lembrada, neste mesmo mês de setembro de 2024 em que dia 22 faz um ano que faleceu esse mesmo que foi o grande guarda-redes Américo Lopes.

A 2 de setembro de 1969, na transição do verão para o outono desse ano de despedida da década dos anos românticos de 60, despediu-se Américo dos relvados e de estar diante da baliza a defender a sua dama, como guarda-redes do FC Porto. Com a saudação ao público, de braços levantados, como era seu costume, que mais tarde foi modo de ficar como está representado figurativamente no atual Museu do FC Porto.

= Anúncio anterior da realização da festa de homenagem, em despedida a Américo

Américo foi guarda-redes do FC Porto entre 1950/51 a 1969. Primeiro nos juniores portistas e a partir de 1952/53 nos seniores. Tendo no plantel principal inicialmente estado como suplente de Barrigana, com o serviço militar pelo meio a interomper a carreira por dois anos em que não jogou, voltando depois para jogar nas Reservas (equipa B), de permeio com uma época emprestado no Boavista, e depois voltando como suplente de Acúrcio; até que em 1961/62 ganhou o lugar principal e desde aí ficou como guarda-redes nº 1 do FC Porto. Tendo acabado a carreira em 1969 por motivo de forte lesão num joelho.



Como ilustração resumida de sua carreira pode juntar-se duas fichas publicadas nas respetivas épocas (com a curiosidade de conter referida sua data de nascimento pelo registo oficial de 3 de Março, embora tenha nascido a 27 de fevereiro, dia em que festejava seu aniversário). 

= Américo em seus primeiros tempos de titular do FC Porto

= Américo já na época de 1968, quando foi titular da equipa que venceu a Taça de Portugal.

Pois então a 2 de setembro de 1969, após internamento hospitalar e período de recobro, Américo teve de colocar um ponto final na sua brilhante carreira em que foi "Baliza de Prata" do Campeonato português, em 1964...


... e vencedor do "Prémio Somelos Helanca" (com trofeu grandioso), de melhor jogador da época em 1968, entre os diversos e sucessivos exemplos de reconhecimento de seu valor.


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O joelho que o traíra aos 36 anos, permitiu-lhe apenas um minuto na baliza do FC Porto no jogo da festa de despedida (que o Porto perdeu por 3-0, com Aníbal na baliza). Das bilheteiras levou 300 contos – e não, nessa tarde, Américo não teve, consigo o Eusébio (foi a sua única «desolação»). Ele, o Eusébio, andava, ainda, em arrastadas negociações com Borges Coutinho, o presidente benfiquista – e em A BOLA do dia 4 de setembro de 1969 (onde se travava em óbvio destaque a «homenagem a Américo») a manchete fez-se com Eusébio...»

Da festa de homenagem final ficou registo pessoal, do autor destas linhas e seu admirador, sendo Américo o meu ídolo-mor de infância portista. Conforme depois juntei em quadro que lhe pude oferecer, um dia em que visitei pessoalmente seu museu particular (onde desde então passou também a figurar a moldura com a imagem do conjunto original, do qual para aqui se transpõe cópia).


Com efeito, a 2 de Setembro de 1969 viveu o mundo portista, em noite de ambiente clubista no estádio das Antas, uma ocasião especial, num misto de reconhecimento e consagração, como gratidão reconhecida, no adeus ao guarda-redes Américo. Despedia-se então Américo Lopes do futebol, em virtude de contusão impeditiva da continuidade de tão brilhante carreira. Devido a lesão contraída durante o seu ofício de guardião das balizas e agravada pelos anos de seu percurso futebolístico.


= Imagens dum quadro particular do autor

Nessa noite de 2 de Setembro, Américo Ferreira Lopes, o grande Américo do Porto, disse adeus ao futebol jogado e sobretudo aos adeptos portistas, contando aí com tributo merecido de muitos admiradores que o aplaudiram fortemente pela última vez, enquanto outros ouviam em casa pela rádio dos emissores do Norte Reunidos tudo o que Ilídio Inácio e José Barroso conseguiram transmitir. Como depois, quando os jornais desportivos apenas saíam a público duas vezes por semana, na edição seguinte do jornal O Norte Desportivo se leu o que os redatores descreveram, no devido registo em letra de forma; assim como o discurso de elogio lido no estádio pelo diretor do mesmo jornal, Joaquim Alves Teixeira, transcrito a preceito no órgão informativo nortenho. 


Como volvidos alguns dias, mais, o jornal O Porto narrava da forma que se mostra, em recortes elucidativos.


Disso, também, entre material guardado em arquivo próprio e de modo pessoal pelo autor destas linhas, junta-se algumas imagens, como ilustração, do que sentiram olhos que aquilo viram.


O dia 2 de setembro ficou assim como data de algo duma recordação misturada de nostalgia e apreço, pelo que ali o acontecimento encerrou, mas também significava. Sendo assim, passados estes largos anos, já, uma efeméride que apraz registar.

= Américo, com sua camisola amarela, como guarda-redes titular, na equipa da grande vitória na Taça de Portugal de 1968!

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Efeméride, conforme a origem latina, indica lembrança, qual memorial diário, ao género de calendário recordatório, de um em cada dia. Havendo ainda noção de efemérides astronómicas, transportando ao termo usado por magos astrónomos, perante possibilidade de ocorrências. Ora nessa noite por certo os astros estavam em posição acabrunhada, enquanto tristes estavam os admiradores do astro que levantou os braços em última saudação desde o relvado das Antas.

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A época seguinte, da primeira temporada sem Américo na baliza, o FC Porto passou por tempos de difícil transição, tendo nessa época imediata de 1969/70 passado pela baliza do FC Porto cinco guarda-redes (Aníbal, Rui, Vaz, Antenor e Frederico), à vez e sucessivamente, tendo o clube tido a pior classificação de sempre, quedando-se em inédito 9.º lugar final.


Entretanto, após o final de carreira, estando por esses dias o clube da sua terra a passar situação difícil e em perígo de descida, tendo-lhe sido pedida ajuda, Américo correspoondeu ao apelo e esteve como treinador do União de Lamas até ao final dessa época, ajudando à manutenção do clube na 2ª Divisão Nacional em que estava, ao tempo. Desse período ficou de tal sua experiência como treinador o registo de pose da equipa, estando Américo como treinador ao lado do guarda-redes Domingos, que fora em tempos um dos seus suplentes no FC Porto e então foi encontrar no clube de sua terra natal (assim como, nessa época de 1969/70, estavam também nessa equipa treinada por Américo outros antigos futebolistas que passaram pelas camadas jovens do FC Porto, como o defesa Barrigana, o Ismael de Fafe que tinha sido colega de Pavão nos juniores, mais Romão e Rui Ernesto, o Fontes da geração de Oliveira e outros, etc.).


Como já anteriormente fizera pela vida, assegurando o futuro com iniciativas concretizadas de negócios empresariais, pós ter deixado definitivamente o futebol já Américo era um bem sucedido empresário com duas lojas de material de desporto, a Casa Magriço, na Batalha e em Santo Ildefonso, na cidade do Porto. 

= Capa de calendário com anúncio da Casa Magriço...

Mais tarde, por fim, teve a Clínica Boa Hora, em S. Paio de Oleiros.

E em casa criou e teve um museu pessoal impressionante... no qual tive entretanto a bela oportunidade de visitar e ter sido fotografado a seu lado.


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Por sua vontade, o seu espólio, todo o material que ele guardara ao longo de sua carreira e tinha em seu museu particular, foi doado ao Museu do FC Porto, para ficar em exposição pública no mesmo. Havendo na ocasião em que os técnicos do museu foram inventariar e levantar esses seus objetos, ficado combinado de antes ainda ser feita uma exposição periódica a assinalar o primeiro ano de seu falecimento. 
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Particularidades da vida de Américo Ferreira Lopes:

- Nacionalidade Portuguesa.

Natural de Santa Maria de Lamas, do concelho nesse tempo chamado Vila da Feira e hoje Santa Maria da Feira, nasceu a 27 de fevereiro de 1933 (embora fosse e ficasse registado como nascido a 3 de março  conforme foi assim indicado e anotado oficialmente, por via de não pagamento de multa, como ao tempo acontecia quando se procedia ao registo civil fora de prazo legal).

Filho de Manuel António Lopes e D. Saladina Ferreira de Melo.

Irmãos: 3 raparigas e um rapaz.

Casado com D. Arminda Ferreira Couto.

Clubes representados: União de Lamas (no início de carreira), FC Porto (nos juniores desde 1951, tendo jogado ainda parte da época 1950/51 e já toda a de 1951/52; e a partir de 1952, desde a época de 1952/53, já nos seniores), depois Boavista, de permeio (1 época, por empréstimo, em 1957/58 - continuando a pertencer ao FC Porto), e de novo e por fim o FC Porto (até 1969, terminando ao final da época de 1968/1969

Vida profissional: Em jovem trabalhou com o pai, que tinha uma fábrica de cortiça. Depois, além do futebol, Américo teve ainda no início da carreira futebolística uma sociedade em estabelecimento de venda de motos, no Porto, com António Teixeira, José Pedroto e Carlos Vieira, colegas futebolistas mais velhos. Depois teve uma confeitaria em Espinho e uma fábrica de pastelaria. Mais tarde, já após o Mundial de 1966, estabeleceu-se com a Casa Magriço, de artigos desportivos, com duas lojas no Porto. E por fim fundou e dirigiu a Clínica Boa Hora, na terra de sua residência, em São Paio de Oleiros (concelho de Santa Maria da Feira). 

Títulos conquistados: Nos seniores e equipa de honra de FC Porto - 1 Campeonato Nacional da 1ª Divisão (de 1958/1959); 1 Taça de Portugal (1967/1968); 7 Taças Associação de Futebol do Porto (Anos 60), mais alguns torneios, como por exemplo o Trofeu Luis Otero, em Pontevedra, e o Trofeu Corpus Christi em Ourense, ambos na Galiza-Espanha. E quando junior no FC Porto - 2 Campeonatos Regionais de Juniores.

Internacionalizações: Foi "Internacional" 16 vezes pela chamada Seleção Nacional, sendo 1 na B e 15 na A (além das diversas vezes que foi selecionado mas esteve como suplente não utilizado). Havendo jogado pela seleção B contra a Bélgica e pela A com a Suíça, Bélgica, Argentina, Inglaterra, Brasil (2 vezes), Roménia (2), Itália, Suécia, Noruega (2), Bulgária (2) e Grécia. Isso em tempo de poucos jogos das seleções portuguesas (quão só por uma vez houve apuramento para fases finais e tal aconteceu para o Mundial de 1966 - em cuja fase em Londres Américo ficou de fora, pela proteção aos do sistema BSB – tendo mais tarde o selecionador reconhecido o erro, pois com Américo Portugal poderia ter conseguido muito mais que o 3º lugar obtido).

- Distinções Desportivas: Baliza de Prata” (da Agência Portuguesa de Revistas, por ser o guarda-redes com menos golos sofridos no Campeonato Nacional de 1963/64, “Óscar da Quinzena” (da RTP), em 1964; “Prémio do jornal O Porto”, 1965; “Troféu Pinga”, em 1966 (máximo galardão do FC Porto, antecessor do Dragão de Ouro); “Medalha de Ouro Ao Mérito” da Federação Portuguesa de Futebol (por ter feito parte dos 22 Magriços na campanha do Mundial de 1966); “O Melhor do Ano” (escolha do programa radiofónico “Escolha o seu Ídolo”), em 1967; “O Melhor Desportista do Ano”, do jornal O Norte Desportivo, 2 vezes, em 1967 e 1968; "Prémio Imprensa", da Casa de Imprensa de Lisboa; “Prémio Somelos-Helanca”, do jornal A Bola, em 1968; “Dragão de Ouro-Recordação”, em 2017.

- É uma das lendas do grande clube FC Porto, com placa alusiva no passeio da fama junto ao pavilhão Dragão Arena...


- ... e está imortalizado no Museu do FC Porto por uma estátua no cimo do autocarro da AT "Destino: Vencer".

 

Como teve oportunidade de ainda ver, estando representado  no Museu do FC Porto através duma sua camisola numa vitrina também. 


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- Cidadania e Distinção Social: Depois de acabar a carreira de Desportista, como cidadão foi Presidente da Junta de Freguesia de São Paio de Oleiros (concelho da Feira), sua terra de residência (desde 1957), escolhido em 1976 como 1º Presidente eleito, ou seja após o 25 de Abril de 1974, e depois reeleito, tendo exercido como responsável autárquico o cargo de representante máximo dessa freguesia durante dois mandatos, em 6 anos  (sendo que ao tempo cada Exercício era de 3 anos). Sucedendo mais tarde ter sido distinguido por seus serviços com a  Medalha de Mérito da Vila de São Paio de Oleiros - Grau Máximo - Medalha de Ouro, na respetiva edição de 2015.

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Na página informática do FC Porto, fcporto.pt, fica registado: « No FC Porto, clube que ajudou a conquistar uma edição da Liga portuguesa e outra da Taça de Portugal, foi galardoado com o Troféu Pinga, em 1966, e com o Dragão de Ouro de recordação do ano, em 2017. Pela seleção de Portugal, participou em 15 jogos e integrou o plantel que participou no Mundial de 1966, em Inglaterra.

Em casa, era “tudo azul” como confessou numa entrevista ao Maisfutebol, em 2017. Até a chupeta que usava quando era bebé, não fosse o clube que viria a representar com enorme devoção “o maior amor” da vida: “A minha chupeta era azul e branca (risos). O meu pai tinha uma empresa de cortiças e já era portista. Portanto, está a ver, não tive hipóteses. O FC Porto é o maior amor da minha vida, juntamente com a minha esposa”.

Realista e terra-a-terra, era reconhecedor do próprio talento e do percurso imaculado que havia cumprido de azul e branco. “Olho para trás e sei que era bom”, referiu na mesma ocasião, antes de fundamentar: “Era corajoso, mergulhava aos pés dos avançados, metia a cabeça onde eles metiam as botas. Fui um dos melhores da minha geração, se calhar o melhor”.»

E era mesmo!

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Até sempre amigo senhor Américo ! 

- Armando Pinto