Entrado o mês dos santos populares, um período instável também no aspeto meteorológico - ou não seja Junho quando até ao S. João é sempre sezão – depara-se um tempo algo insípido, em diversos semblantes e, no que vem ao caso, também no ambiente do interesse desportivo, à falta de futebol especialmente. Sim, porque ainda vai havendo um jogo ou outro de modalidades diversas, em desportos com e sem bola, maior ou mais pequena que seja, mas não de bola de futebol; pois que o desporto-rei está de férias oficiais, sem competições, nem treinos ainda, sequer.
Ora, enquanto a bola não rola nos relvados ou nem aparece em imagens de pré-época, torna-se propício, entretanto, dar um outro ar de graça em espaços familiares como este, de modo a espicaçar a chama clubista que move um convívio assim, virtual mas também memorial e, sobretudo, comunitário.
Assim sendo, trazemos desta feita a recordação de um jogo disputado, há uns anos bons, entre a equipa principal de futebol do F. C. Porto e uma equipa simpática duma das então províncias ultramarinas. Sendo, como era, em tempo político de carácter imperial, no antigo regime colonial. Postando aqui e agora, por conseguinte, uma imagem da formação conjunta das duas equipas, antes do início de tal encontro a contar para a Taça de Portugal de 1970/71. Prélio esse em que o F. C. Porto recebeu o Ferroviário de Lourenço Marques, a quem venceu por 4-1 no estádio das Antas, corria o ano de 1971 em finais de Maio, num jogo disputado quase em clima de arraial de confraternização, já em plena aproximação ao mês dos santos populares. A que não faltaram bandeirinhas, como se vislumbra nas mãos dos intervenientes, por protocolar troca de galhardetes que houve, para assinalar e mais tarde recordar.
= Imagens, em populares cromos de coleção, de alguns elementos do futebol do F C Porto, à época =
Dessa tarde domingueira, passada calmamente no ambiente específico do estádio das Antas, ficou uma pose de conjunto, dos elementos que estiveram em campo dessa vez, ombreando os contendores em posições alternadas, na foto, para recordação à posteridade - a preto e branco, como era ainda mais usual. Vendo-se, na foto cimeira em apreço, desse modo (e referindo apenas os futebolistas do F. C. do Porto que alinharam de início): em cima, a partir da esquerda - Rui, Armando Manhiça, Pavão, Rolando e Leopoldo (terminando a fila com o moçambicano Brassard, pai do mais tarde também guarda de balizas que chegou a treinador dos guarda-redes da seleção portuguesa); e em baixo - Abel (estando a seu lado um antigo companheiro de equipa no futebol moçambicano, Baltasar), mais Pinto, Joaquinzinho, Nóbrega, Bené e Valdemar. Era treinador do F. C. Porto o António Teixeira e no segundo tempo alinhou na baliza portista o guarda-redes Armando, substituindo Rui, enquanto Ricardo entrou para o lugar de Custódio Pinto; tendo o marcador funcionado para o F. C. Porto através de um bis de Joaquinzinho e restantes golos por intermédio de Abel e Ricardo.
Fica aí uma recordação disso, assim, num mero exercício de memórias, sempre com seu quê atrativo, quanto interessa conhecer, pois o mal ou o bem sempre à face vem.
Armando Pinto
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Mais uma página da história do F.C. Porto aqui recordada.
ResponderEliminarAbraço
Muitos anos depois da independência, portanto mais ainda dos factos narrados, foi assinado em 2012 um protocolo entre o F C Porto e o Ferroviário, hoje de Maputo, como é chamada atualmente a antiga Lourenço Marques.
ResponderEliminarSegundo divulgou a imprensa e o FC Porto, esta parceria “contribuirá para vincar, de forma ainda mais expressiva, a marca do Dragão no continente africano” e prevê a revitalização das infra-estruturas do Ferroviário.
O FC Porto assinou em Novembro de 2012 um protocolo de cooperação com o Clube Ferroviário de Maputo, que prevê a abertura de uma escola de futebol “Dragon Force”. A referida escola vai funcionar no campo da Baixa, onde treinam os atletas do Ferroviário, e o acordo será firmado entre o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, e o vice-presidente do Ferroviário, Aníbal Aleluia, num acto que será apadrinhado pela primeira-dama de Moçambique, Maria da Luz Guebuza, no Estádio do Dragão.
Segundo comunicado divulgado no sítio dos portistas na internet, “esta parceria visa promover o desenvolvimento de um trabalho sustentado, não só em termos desportivos, mas sobretudo no plano social”. “A ideia é transportar os valores azuis e brancos” para a nova escola e para os escalões de formação do Ferroviário, havendo a intenção de alargar o âmbito desta cooperação a outras províncias de Moçambique, estreitando cada vez mais as relações entre o FC Porto e aquele país”, refere a nota.
Foto que me causou uma imensa nostalgia: foi precisamente este o primeiro jogo que vi nas Antas, onde fui pela mão do meu saudoso pai, que tinha regressado meses antes de...Lourenço Marques!!
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