«Barrigana estreou-se há 70 anos
na baliza do FC Porto, frente ao Vitória de Guimarães. Conhecido à chegada como
"o falcão de Alcochete", ficou célebre como "O Mãos de Ferro". O Vasco da Gama, do Brasil, chegou a oferecer-lhe dez
vezes mais do que ganhava no Porto, onde, no entanto, preferiu ficar. É uma das
estátuas que conduzem o visitante até à entrada do Museu do FC Porto by BMG.»
Assim, com esta apresentação, foi
hoje recordado tal facto na página oficial do Facebook do F C Porto. Numa boa lembrança,
digna da memória de um clube grande como o F C Porto, já que não é possível
nenhum tributo físico, derivado a Barrigana não se encontrar presente no
mundo dos vivos, embora permaneça na memória que o torna imortal entre
Portistas.
A propósito, será do clube se
lembrar de alguns dos grandes jogadores ainda vivos, antes que desapareçam mais
dos nossos maiores sem que sejam trazidos à presença pública diante das gerações
atuais. Como ainda há tempos lembramos o caso dos melhores dos nossos guarda-redes entretanto ainda vivos,
entre muitas possibilidades de reforço mental à mística azul e branca.
Ora a 5 de Dezembro de 1943 Barrigana assumiu a defesa da baliza do F C Porto diante do Guimarães, em jogo
disputado na cidade berço da nação, no campo do Bem-lhe-vai (como ao tempo
chamavam ao reduto dos vimaranenses), segundo rezam as crónicas. Tendo passado
a ocupar o lugar até então desempenhado por Soares dos Reis II, naquele
encontro terminado com um empate a dois golos para cada lado. Barrigana teve
como companheiros, nesse seu batismo de jogo oficial, outros nomes grandes do
futebol nacional e portista como Alfredo Pais, Camilo, Anjos Pocas, Maiato, Sárrea,
Lourenço, António Araújo, Correia Dias, Artur Pinga e Gomes da Costa.
Isso em jogo oficial, pois a verdadeira estreia dera-se a nível particular, dias antes. Como o próprio contou, de ambas as ocorrências, no livro "O Homem das Mãos de Ferro", de cujo volume respigamos duas páginas com a parte correspondente, para aqui.
Na oportunidade desta efeméride,
da estreia de Barrigana na equipa principal do F C Porto, recordamos sua figura
em tempos idos com a capa da revista Stadium de 30 de Outubro de 1946, em cima,
e alguns aspetos da respetiva carreira através de uma parte da interessante
reportagem que lhe foi dedicada no livro “100 Figuras do futebol português” (numa
edição d’A Bola em 1996), mais duas páginas do “Livro dos Craques do Porto”,
edição Quidnovi em 2001 - ainda ele era vivo, então.
( CLICAR sobre as digitalizações )
Armando Pinto
Mais um grande artigo. E que artigo. O Facebook do FCP só fez umas linhas, mas o Armando Pinto desenvolveu como deve ser. Gostei à brava. Fico porém com uma dúvida: o Soares dos Reis que Barrigana substituiu devia ser outro sucessor do mais antigo, porque o internacional Manuel Soares dos Reis terminou a carreira julgo que em 1940 mais ou menos e este é referido como Soares dos Reis II.
ResponderEliminarSim, o Soares dos Reis II era outro guarda-redes que não o Soares dos Reis inicial. O Soares dos Reis II chegou à baliza do Porto depois de Bela Andrasik ir embora, de Valongo se lesionar e de um tal de José Luís encaixar 12 do Benfica e 6 do Unidos de Lisboa (isto na época anterior a esta em que Barrigana se estreou).
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