Nas diversas ligações do FC Porto com regiões e afinidades
telúricas, como grande clube desportivo português que é o clube Dragão, está a
afetividade marcante em diversos aspetos de interligação. Como é o caso portista com o clube que saiu no sorteio da Taça de Portugal, calhando o FC Porto defrontar o Sport Clube de Vila Real e como tal rumando à terra transmontana da
capital do Nordeste, para a entrada em cena na segunda maior prova portuguesa
nesta temporada futebolística de 2018/19 em curso.
Assim volta o FC Porto a encontrar-se com o Vila Real, desta
vez para a 3ª eliminatória da Taça de 2018/2019, à inicial eliminatória com
clubes da Primeira Liga.
Ora o Vila real, atualmente equipa da Divisão de Honra da AF
Vila Real, é de antigo conhecimento dos Dragões, pois entre 1926 e 1991 enfrentaram-se em seis ocasiões para provas oficiais de equipas principais, quer
para o antigo Campeonato de Portugal como para a sucessora e atual Taça de
Portugal, além de outra experiência em equipas de reservas, com os azuis e
brancos a saírem sempre vitoriosos.
Então, em jogos a doer para provas de alta competição o próximo
embate será o sexto encontro, sendo este de sexta-feira 19 de outubro o quarto
para a Taça de Portugal entre as duas equipas. Havendo até agora o saldo sido
totalmente favorável para os azuis e brancos: seis vitórias, 35 golos marcados
e apenas dois sofridos.
Como primeiro encontro da Taça, entrada em ação neste outono
de 2018, o prélio da visita do FC Porto a Trás-os-Montes merece especial
atenção. Primeiro pela particularidade de ser como que um abraço de amizade
entre o maior clube português digno representante do Norte do País à capital
transmontana, atravessando o mítico Marão como embaixada nortenha. Depois pelos
muitos e bons portistas existentes nessa região e particularmente na cidade,
sendo essa famosa e terna “Bila” a terra de grandes portistas como Pedro
Cardona e Fernando Moreira, entre tantos outros. E também por ser a terra que
viu nascer o grande futebolista Francisco Nóbrega, um dos expoentes do futebol
de gala do F C Porto, que representou durante as décadas de sessenta e setenta. Com acréscimo de haver já um bom histórico de jogos entre os dois
clubes, tendo o primeiro acontecido no longínquo ano de 1926 e último jogo
entre Vila Real e FC Porto já na época 1991/1992.
HISTÓRICO DE CONFRONTOS
1926-05-09 FC
Porto 10-0 Vila Real 1ª E Campeonato de Portugal 1925/1926
1928-03-04 FC Porto 13-1 Vila Real 1ª E Campeonato de Portugal 1927/1928
1959-05-24 Vila
Real 0-1 FC Porto 1/8 Taça
de Portugal 1958/1959
1959-05-28 FC
Porto 6-1 Vila Real 1/8 Taça de Portugal 1958/1959
1991-02-27 Vila
Real 0-1 FC Porto 1/16 Taça de Portugal 1990/1991
1991-12-15 Vila
Real 0-4 FC Porto 4ª E Taça de Portugal 1991/1992
Desses embates deixa-se aqui, em resumo, umas anotações de
tal rol de jogos.
Recuando no tempo, a estreia dos jogos entre o FC Porto e o
Vila Real remonta à década dos anos vinte, no século XX.
Segundo registo de Fernando Moreira no blogue “Bibó Porto
carago”, em seu trabalho “Dragões de Azul Forte”, o princípio decorreu conforme
os seguintes elementos conhecidos:
FC PORTO – VILA REAL, 10-0 (a 9-5-1926 - Campo do Covelo, no
Porto)
Marcadores: Norman Hall (8 golos), Balbino da Silva (2
golos)
FC Porto – Treinador: Akos Teszler (húngaro)
Miguel Siska; Pedro Temudo e Júlio Cardoso; Coelho da Costa,
Gama Lobo e Flávio Laranjeira; Álvaro Sequeira, Augusto Freire, Balbino da
Silva, Norman Hall (cap.) e Oliveira.
Vila Real – Treinador: ...
Álvaro; Silva e Nascimento; Aranha, Militão e Nunes; Victor,
Figueiredo, Américo, J. Alonso e Lelo.
= Ficha do jogo da 1ª Eliminatória do Campeonato de Portugal de 1925/1926 – Maio de 1926 (conf. ALMANAQUE DO FCPORTO 1893-2011).
Volvidos cerca de dois anos, deu-se o segundo encontro. Que
se regista também, assim (conforme “Recordes da Bola"):
No Porto, em sessão no emblemático Campo do Bessa, o
FC Porto defrontou o Vila Real e presenteou os transmontanos com uma goleada
por 13-1. Freire, Acácio Mesquita e Valdemar Mota marcaram três golos cada um,
Noise e Hall bisaram.
FC PORTO – VILA REAL, 13-1 (a 4-3-1928, no Campo
do Bessa)
Árbitro: Armando Silva (Viana do castelo)
Marcadores: Freire (3 golos), Noise (2), Hall (2), Coelho
(1), Mesquita (3), Valdemar (3)
= Ficha do jogo da 1ª Eliminatória do Campeonato de Portugal de 1927/1928 – Março de 1928 (conf. ALMANAQUE DO FCPORTO 1893-2011).
Mais tarde, no tempo da geração dourada da década de cinquenta,
o FC Porto voltou a defrontar o Vila Real em 1959…
= Ficha dos jogos da 1ª e 2ª mão dos 1/8 (Oitavos de final) da Taça de Portugal de 1958/1959 – Maio de 1959 (conf. ALMANAQUE DO FCPORTO 1893-2011).
= Fotografia histórica do jogo Vila Real-FC Porto de 1959: Momentos protocolares, de boas vindas à embaixada azul e branca, nos cumprimentos oficiais dos dirigentes vila-realenses aos congéneres representantes portistas, com os jogadores de ambas as equipas no centro do terreno.
(Foto gentilmente enviada por outro dos bons portistas da região, Paulo Teixeira - com marca indicativa do respetivo colecionador.)
= Os marcadores dos golos do FC Porto diante do Vila Real, em 1959 (imagens de cromos populares): Virgílio, no jogo do Campo do Calvário, e Hernâni, Carlos Duarte e António Teixeira no estádio das Antas.
Posteriormente, e pelo meio dos restantes jogos, houve ainda
outro encontro para a antiga Taça Ribeiro dos Reis, entre equipas consideradas de
Reservas, na época de 1964/1965. Facto que não é incluído por essa prova
não ser considerada de primeira, nem tendo merecido grande atenção dos clubes. A Taça Ribeiro dos Reis foi uma
competição organizada pela Federação Portuguesa de Futebol começada na época
1961/62 e existente até à época 1970/71, por costume decorrendo no final de
cada época, mais para manter por algum tempo uma lista de jogos a contar para o também antigo Totobola. Normalmente as equipas da 1ª Divisão Nacional preferiam não
disputar a competição ou simplesmente não usavam as suas primeiras equipas.
Acabando por desaparecer, sem grande importância.
Seguiram-se os embates mais recentes, em plenos anos noventas.
Dos quais há já notícias mais frescas e a cores.
= Reportagem sobre o Vila-Real, 0 - FC Porto, 1 – 1/16 avos da Taça de Portugal da época de 1990/1991 – Fevereiro de 1991 / Revista Dragões, edição de Março de 1991 =
= Reportagem sobre o Vila-Real, 0 - FC Porto, 4 – 4ª Eliminatória da Taça de Portugal da época de 1991/1992 – Dezembro de 1991 / Revista Dragões, edição de Fevereiro de 1992 =
Assim sendo, o FC Porto joga agora como visitante frente ao SC
Vila Real na 3.ª eliminatória. Com os pés bem assentes no chão, ao pisar o
relvado do atual estádio vila-realense. E tal qual proferiu o representante
portista logo no dia em que se soube do emparceiramento do clube Dragão com o
Vila Real, «o FC Porto tem grande tradição na competição, já venceu 16 vezes a
Taça de Portugal e é um clube habituado às finais. Queremos recuperar este
troféu», conforme referiu Fernando Gomes, no sorteio realizado em Oeiras, no auditório
principal da Cidade do Futebol.
Por fim, registe-se o facto de haver de comum entre ambos os
emblemas o valoroso avançado Francisco Nóbrega. Futebolista iniciado no Vila Real
mas cedo tendo rumado para o Porto, onde fez a formação futebolística nos
juniores e de seguida passou aos seniores, até ter ainda voltado a representar
o Vila Real no fim de sua carreira de jogador. Havendo por fim sido treinador
de futebol em diversas equipas.
Nóbrega, de nome completo Francisco Laje Pereira da Nóbrega,
nascido em Vila Real a 14 de Abril de 1942, foi um antigo jogador de futebol do
FC Porto que chegou a representar também a seleção portuguesa. Jogava na
posição de avançado, normalmente a extremo esquerdo. Representou o Sport Clube
de Vila Real, o FC Porto, o Tirsense por empréstimo, de novo o FC Porto e por
fim o Vila Real outra vez. Conquistou uma Taça de Portugal pelo FC Porto, em
1968. Alcançou quatro internacionalizações pela Seleção Militar, uma pela
Seleção B e mais quatro pela Seleção A. Nóbrega fez a sua estreia na principal equipa
nacional a 15 de Novembro de 1964, no Porto, contra a Espanha, com vitória
portuguesa por 2-1; e despediu-se a 12 de Novembro de 1967, no Porto, com a
Noruega, também com vitória portuguesa por 2-1. Esteve selecionado para ir ao
Mundial de 1966 no lote dos 22 Magriços, mas depois foi substituído por um
futebolista que ao tempo havia ingressado num clube de Lisboa.
Faleceu a 27 de Abril de 2012, no Porto.
Faleceu a 27 de Abril de 2012, no Porto.
Ora sendo certo que há um ditado popular a ditar que para lá
do Marão mandam os que lá estão, certo é que lá estão profundos laços portistas.
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))
Mais uma vitória do Porto. Vila Real, 0 – F C do Porto, 6. Golos de Adrián (6), Tiquinho Soares e André Pereira. Tendo ficado ainda por marcar um penalti a favor do F C Porto durante a 1ª parte.
ResponderEliminarGrande vitória do Porto, com o Vila Real a ter bom comportamento, sem se remeter atrás na defensiva. Todos procuraram jogar o jogo pelo jogo. O árbitro, fora o erro do penalti que não viu, esteve bem na expulsão de um defensor vilarealense, porque rasteirou o avançado do Porto que ia isolado para a baliza. Uma boa exibição de todos no geral e ficaram de boca calada os adeptos de Benfica e Sporting que estavam a torcer contra o Porto. Ficamos de parabéns os transmontanos vilarealenses, com uma bonita festa na cidade, porque foi um grande dia a visita do Porto até este lado da subida e descida do Marão.
Para a história: Considerações na página Dragões Diário:
ResponderEliminar«Siga a festa! O FC Porto qualificou-se ontem para a quarta eliminatória da Taça de Portugal com uma vitória tão natural quanto convincente sobre o Vila Real, em Trás-os-Montes: 6-0. Adrián López, autor de quatro golos, foi o protagonista de um encontro em que Soares e André Pereira também marcaram e em que Jorge e Bazoer somaram os primeiros minutos pela equipa principal.
Sérgio Conceição resumiu em duas palavras a atitude da equipa nesta partida: “humildade e respeito. Tivemos humildade e respeito pela gente que veio ver o jogo, pelo próprio jogo e pela competição”. O treinador, que já assumiu o objetivo de vencer a Taça, mostrou-se maravilhado com o ambiente vivido no Monte da Forca e fez uma confidência: “Eu assisto ao vivo a mais jogos do Campeonato do Portugal e dos distritais do que propriamente da Liga. Gosto muito de ir a esses jogos, porque aprendemos muito”.
Autor de um póquer, por sinal o primeiro da carreira, Adrián López ficou “muito contente por ter ajudado a equipa a ganhar”. O avançado espanhol reconheceu que marcar golos é especial, “sobretudo para quem joga na frente”, e salientou que “é muito importante que haja muita competitividade no plantel e que todos estejam a cem por cento”, como ontem ficou demonstrado.»
Horas antes do jogo, já Jorge Nuno Pinto da Costa dava conta do “carinho” com que o FC Porto se deslocava a Vila Real para participar na “festa da Taça de Portugal”, até porque não seria bem a mesma coisa se a partida tivesse sido disputada noutro campo: “É necessário que de facto se jogue na terra do clube que se defronta. Fazer uma festa fora de casa não tem o mesmo significado”. O presidente dos Dragões, que foi recebido no Salão Nobre da Câmara Municipal de Vila Real, aproveitou ainda esta deslocação para visitar a casa do FC Porto naquele concelho.»
(“ Dragões Diário ”)
Para a história: Considerações no “Site” página oficial do FC Porto:
ResponderEliminar«ADRIÁN MONTOU A FORCA
(Ref. Jogo de 19 DE OUTUBRO DE 2018)
Quatro golos do avançado espanhol na goleada do FC Porto sobre o Vila Real (6-0), na terceira eliminatória da Taça de Portugal
Quase 30 anos depois, o FC Porto regressou ao Complexo Desportivo Monte da Forca e voltou a mostrar que por aquelas zonas do Marão nem sempre mandam os que lá estão. À semelhança do que aconteceu nas três ocasiões que ali jogou, saiu de lá com uma vitória, desta vez, por 6-0, como sempre saiu dos duelos com os transmontanos, que remontam aos primórdios do futebol português. Adrián López apontou quatro golos que ajudaram a carimbar o acesso aos 16 avos de final da Taça de Portugal e, por isso, foi a figura do jogo, como outrora foram Norman Hall ou Mihtarski na história que une os dois emblemas.
Como admitiu Sérgio Conceição na conferência de imprensa de antevisão, a preparação para a estreia na Taça em 2018/19 foi condicionada pelos compromissos das seleções, que subtraíram 11 jogadores do plantel, que apenas ficou completo na véspera. E foi por isso, sem surpresas, que o treinador apresentou uma equipa bem diferente daquela que iniciou o clássico com o Benfica: sete alterações e a estreia absoluta dos dois últimos reforços do defeso, o lateral-esquerdo brasileiro Jorge e o médio holandês Bazoer. Entraram ainda Fabiano, João Pedro, André Pereira e Adrián.
Num jogo que já se perspetivava desequilibrado, perante um adversário de um escalão não-profissional (terceiro classificado da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Vila Real), o FC Porto tratou de acentuar as diferenças bem cedo para resolver depressa a questão, até porque se avizinham tempos intensos de combate. Ao primeiro quarto de hora, já ganhava por 2-0, com dois golos apontados por Adrián (7m e 14m) que, em cima do intervalo, fez questão de reforçar o protagonismo naquela noite. O espanhol precisou de 38 minutos para assinar o hat-trick, na conversão perfeita de um livre (45+2m) a castigar uma falta de Babo sobre Bazoer, quando o holandês se preparava para ficar cara a cara com o guarda-redes, o que valeu o cartão vermelho direto ao defesa transmontano.
Os Dragões chegavam ao intervalo com uma vantagem confortável, que até podia ter sido mais dilatada, porque oportunidades para isso não faltaram, e ainda viram o árbitro negar-lhes uma grande penalidade de Edu sobre André Pereira (44m). E se a missão para os vila-realenses já era, à partida, (muito) difícil, ainda mais ficou quando foram obrigados a jogar mais de 45 minutos em inferioridade numérica, reforçando a supremacia azul e branca e o sentido único da partida.
A baliza de Murta, que ainda assim evitou que o resultado fosse ainda mais desnivelado, era o único alvo. Na segunda parte foi Soares quem começou por alvejá-lo com êxito (49m), depois foi André Pereira (61m), para a mão-cheia, e a seguir foi Adrián, que não quis despir o fato de herói, assinou o póquer para se chegar à meia dúzia (66m), fechando o marcador de um jogo em que o FC Porto adotou sempre uma postura séria e competente, que cedo roubou ao Vila Real o sonho de ser tomba-gigantes.»
(“ fcporto.pt ”)
Memória / Atualização
ResponderEliminarSexta 19 Outubro 2018 - 20h15 - Complexo Desportivo Monte da Forca / Vila Real
Taça de Portugal Placard 2018/2019 - 3ª Eliminatória
- Árbitro: António Nobre
Vila Real 0-6 FC Porto
(ao intervalo: 0-3)
Golos: Adrián López aos 7, 14, 45+2 e 66 m, Soares 49 m, André Pereira 61 m
EQUIPAS (com números respetivos):
VILA REAL
79 Vítor Murta
37 Solas
4 Edu
15 Raúl Babo (expuso aos 45 m)
12 Zé Diogo
6 Mika(C)
8 André Sampaio
10 Dioguinho
21 Zé Pedro
7 Rui Sampaio
14 Diogo Paixão
Suplentes
48 Francisco Miranda
77 Gil Pinto (utilizado - entrou depois)
59 Tiago Mourão (utilizado - entrou depois)
13 Luisinho
11 Rodrigo
17 Zé Carvalho (utilizado - entrou depois)
32 Fábio Carvalho
FC PORTO
Fabiano Freitas 40
João Pedro 23
Éder Militão 3
Felipe 28
Jorge 18
Riechedly Bazoer 24
Óliver Torres 10
(C) Héctor Herrera 16
Adrián López 20
André Pereira 21
Soares 29
Suplentes
Vaná Alves 26
Diogo Leite 4
Alex Telles 13
Sérgio Oliveira 27 (utilizado - entrou depois)
Jesús Corona 17 (utilizado - entrou depois)
Marius 14 (utilizado - entrou depois)
Yacine Brahimi 8