Na sequência da apresentação pública de objetos entretanto guardados
nos armazéns do museu, para exposição periódica, mensalmente e um de cada vez, colocados na vitrina do mostrador do chamado “Objeto do Mês”, no hall do museu
do FC Porto, está exposto este mês de março como tal uma bobine de um filme
feito em 1969. Cuja fita dentro da mesma contém a reportagem do jogo de futebol
Benfica-FC Porto do então Campeonato da 1.ª Divisão Nacional de 1968/1969,
terminado empatado 0-0. Filme esse feito por Perdigão Queiroga, cineasta
referência do cinema português do século XX e à época também funcionário da
RTP.
Esse objeto de 1969, da bobine com o filme referido, além da
parte que toca ao caso em apreço, transporta algumas outras curiosidades
extensivas. Tendo sido Perdigão Queiroga (1916-1980) um nome histórico do
cinema português. E que embora sem ser adepto portista, fez alguns filmes na sua
condição de homem da câmara que filmou para a RTP algumas reportagens de jogos
do FC Porto.
Queiroga «dedicou a vida à sétima arte de muitas formas,
desde a montagem à realização e, também, como produtor, assinando filmes,
documentários e reportagens sobre variados temas, incluindo desporto. Em 1969,
fez a cobertura de uma visita do FC Porto ao rival SL Benfica e o registo em
película desse jogo está guardado nesta bobina que constitui, sem dúvida, um
item só por si surpreendente na ampla e diversificada coleção do FC Porto e
mais inusitado ainda quando, a partir dele, se estabelece uma ligação direta ao
lendário futebolista Valdemar Mota, que também chegou ao grande ecrã», por ter
sido nos anos 30 ator num filme em que entrou esse primeiro olímpico do FC
Porto (em “O Trevo das 4 folhas”, do realizador Chianca de Garcia, datado de
1936). Assim como Queiroga filmou o jogo da final de Juniores de 1969 em que o
FC Porto venceu o Sporting em Leiria, quando Queiroga era e esteve presente
também como dirigente do mesmo Sporting de Lisboa. Objeto este, do filme do
Benfica-Porto, entretanto «selecionado nas Reservas do Arquivo do Museu FC
Porto para ser descoberto no Hall do Museu», para por essa via colocar algo
mais da história do FC Porto ainda mais ao alcance de todos os que circularem
nesse corredor e salão de entrada, entre a loja Dragão Store e o Museu.
O caso da existência deste filme faz ainda recuar no tempo,
também, pelo menos um ano, deixando passar a memória até parar em 1968. Quando
foi apresentado um outro filme, esse com a História do FC Porto ("Vida e
glórias do F. C. Porto"), da autoria do realizador Fernando Sousa Neves e
com argumento do historiador portista Rodrigues Teles. Do qual ficou registado
no jornal O Porto uma “caixa” a noticiar essa realização e aludindo à entrega
de um trofeu alusivo, patrocinado pelo jornal oficial do FC Porto. Tudo na
Direção do Presidente Afonso Pinto de Magalhães. De cuja nota informativa d’ O
Porto consta um recorte no arquivo pessoal, aqui do autor deste blogue, do qual
foi feita imagem incluída no Museu do FC Porto, na área de gravuras das capas
de jornais e revistas com notícias da comunicação social que se vêm no Museu FC
Porto By BMG.
Armando Pinto
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