Estando-se em período de acalmia desportiva, ainda nos sussurros do defeso futebolístico e primeiros brados do tempo da pré-época, apraz recordar algo de eras recuadas, relacionando com um período destes. De tempos muito diferentes, sem tantas parangonas, como se pode recordar - referente ao longínquo verão de 1951 - por uma reportagem da revista Stadium que, em duas penadas, resume o que se passava num início de época…
Ora, num cotejo às ocorrências antepassadas e atuais, atendendo às transferências sempre referenciadas, antes como agora, e outras curiosidades, detemos atenção sobre o que se passava nesses tempos remotos, dentro desta fase. Conforme se nota pelos reforços, como por exemplo, um antigo Ás da equipa portista, acabado de chegar ao seio da formação que defendeu com garbo: aquele Diamantino referido naquelas páginas de antanho (primeiro em baixo, à esquerda – na foto da equipa)… Quando a preparação da equipa do F. C. Porto metia jogos particulares que confinavam com programas festivos e visitas de cortesia. Tal qual aconteceu então, como aqui evocamos, aquando da ida às festas da Senhora dos Remédios, da equipa azul e branca da Constituição (assim conhecida, ao tempo, até porque o estádio das Antas ainda estava em construção, apenas).
O que aconteceu, como é tradição da realização dessa festa grande duriense, no fim de semana de transição dos finais de Agosto e inícios de Setembro, marcando o F. C. Porto presença em tal grandiosa festividade. Com o verão adiantado já, sabendo-se que antigamente os campeonatos começavam quase à entrada do Outono. E aqui se relembra, recorrendo-se, para o efeito, a uma pequena reportagem da revista lisboeta Stadium, de 5 de Setembro de 1951. Onde se pode reparar, vendo e lendo atentamente, diversas particularidades descritas e imagens raras…
O que aconteceu, como é tradição da realização dessa festa grande duriense, no fim de semana de transição dos finais de Agosto e inícios de Setembro, marcando o F. C. Porto presença em tal grandiosa festividade. Com o verão adiantado já, sabendo-se que antigamente os campeonatos começavam quase à entrada do Outono. E aqui se relembra, recorrendo-se, para o efeito, a uma pequena reportagem da revista lisboeta Stadium, de 5 de Setembro de 1951. Onde se pode reparar, vendo e lendo atentamente, diversas particularidades descritas e imagens raras…
Armando Pinto
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Bela recordação! E também há um pormenor "interessante" no recorte do jornal que faz lembrar algo de macabro:
ResponderEliminar"Visado pela Comissão de Censura". Tempos que já lá vão, felizmente.
Abraço.
A minha proposta para a fotografia da equipa:
ResponderEliminarEm cima, a partir da esq.: Barrigana, Joaquim Machado, Romão, Nelo, Virgílio e Alfredo Pais;
em baixo: Diamantino, Araújo, Vital, José Maria e Ângelo Carvalho.
Caro Armando,
ResponderEliminarNão tendo directamente relação com o "post" colocado, desejo efectuar umas questões: o nome "Futebol Clube do Porto" surgiu quando? ou seja: quando se deu a alteração de "Foot-Ball Club do Porto"?
A designação de clubes/associações desportivas fundadas nos finais do século XVIII, princípios do século XIX, usavam os termos ingleses(FootBall, Club, gymnasio,...)
Por exemplo, o União de Coimbra, foi fundado a 2 de Junho de 1919, com o nome ""União Foot-Ball Coimbra" e em Maio de 1946, por força de um decreto de Salazar, teve de se passar a designar-se por Clube de Futebol União de Coimbra (designação actual).
Não sei se foi alguma imposição de um acordo ortográfico da altura, que, por exemplo, eliminou o "y" e o "ph, como em em pharmacia e gymnasio ou outro(s) factores.
Este decreto foi extensivo ao F.C.Porto?
João Moreira
Quanto à constituição da equipa: Em cheio, amigo Fernando Moreira! parabéns.
ResponderEliminarJá agora provoco amigavelmente o amigo Fernando a responder, se puder, a ajudar a responder a este comentário anterior, do amigo João Moreira, pois eu tenho uma ideia sobre isso que é de ter havido simples evolução semântica, por evolução da grafia e nãopor imposição, mas também não sei ao certo quando se deu na realidade essa mudança na escrita do nome F. C. Porto, do inglesado ao português.
Abraço.
Há um pormenor, relacionado, de que me lembrei agora: antigamente, e com mais veemência nos tempos do Estado Novo de Salazar, tudo o que fosse instituição oficial tinha de ter estatutos aprovados. Ora os estatutos do F. C. Porto tinham de ser também aprovados superiormente, sempre que havia alteração de qualquer alínea, poer exemplo, sendo depois publicados com indicação da data da aprovação. Por exemplo, tenho agora nas mãos, diante de mim (quando escevo) o exemplar dos Estatutos alterados em 1968, com indicação de que foram «Aprovados por Despacho de Sua Excelência o Ministro da educação Nacional, em 25 de Novembro de 1968. Publicado no "Diário do Governo" nº 293, 3ª série, de 13 de Dezembro de 1968.»
ResponderEliminarSendo assim é bem possível que a alteração gráfica do nome do FCP tenha sido nos moldes referidos, mas aí, para confirmar isso, já tem de ser alguém que possua Estatutos do FCP publicados por volta dos anos 30', sabendo-se que as modificações políticas de Salazar foram mais incisivas nessa década, quando houve nova constituição, etc.
Caro amigo Armando, caro amigo João Moreira:
ResponderEliminarTal como o Armando, não conheço alteração estatutária ou deliberação governamental que determinasse a modificação do nome do nosso Clube. Na minha humilde opinião, não se trata de uma alteração do nome, apenas e tão só, como diz o nosso amigo Armando, uma questão de “usos e costumes”. Lembro, por exemplo, que à semelhança do estrangeirismo no nome dos clubes, também se usavam outras expressões/palavras inglesas aparentemente sem correspondente na língua portuguesa: “match” (jogo), “team” (equipa), “keeper” (guarda-redes), “score” (resultado). Natural e gradualmente essas expressões foram desaparecendo do léxico futebolístico dando lugar às correspondentes palavras em português.
Abraço.