Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

domingo, 25 de agosto de 2013

Algo + para o Museu do F C Porto !


Diante de mais uma vitória do F C Porto no Campeonato da 1ª Liga, perante todo o mundo azul e branco com os olhos no bom resultado da equipa principal do nosso clube, voltamos atenções à distância na globalidade do Interesse Portista. Porque, face à atualidade do Futebol Clube do Porto ir de vento em popa, sinal de que continuamos na dianteira, com as velas ao vento do comando do futebol luso, haverá naturalmente quem mais analise e faça as crónicas do jogo mais recente, e, assim sendo, passamos nós aqui a outros horizontes, dentro do mundo azul e branco.


Pois então, eis um tema interessante e pertinente, como é a vertente histórico-cultural.

Na ligação do F C Porto com as artes, que ao longo dos anos levou o clube Dragão a organizar diversas exposições e a realizar eventos comemorativos sob auspícios culturais, tem evoluído recentemente uma parceria do grande clube azul e branco com Joana Vasconcelos, artista plástica em voga na moda artística da atualidade. Ora, depois de haver embarcado, por assim dizer figurativamente, no “Trafaria Praia” da agora famosa Joana Vasconcelos, há também já uma encomenda para a mesma colocar no museu do F C Porto uma sua peça monumental.


Embora com noção que a substância dum golo favorável é a melhor arte ligada a algo como o F C Porto, e que a História do F C Porto é autêntica arte viva, o museu do F C Porto merece mesmo ter uma marca artística, desde que respeite a memória e os sentimentos históricos.


Recorde-se que o F C Porto marca presença no cacilheiro “Trafaria Praia”, da referida modernista, como motivo subjacente nessa obra que representa Portugal na 55.ª Bienal de Veneza. Estando presentemente o tricampeão nacional, portanto, integrado no pavilhão flutuante elaborado pela mesma artista nacional, cuja duração dará até ao dia 24 de Novembro, naquele que é considerado o mais importante evento dedicado à arte da atualidade. Acontecendo então que, no ano em que celebra o seu 120.º aniversário, o F. C. Porto está a destacar-se pela inovação e modernidade, associando-se a um projeto de extrema envergadura, visibilidade e reconhecimento de Portugal no Mundo.


Com essa realização do “Trafaria Praia”, Joana Vasconcelos reproduz um ambiente marinho à base de têxteis e elementos luminosos. O destaque vai para um trabalho de patchwork azul e branco que cobre o teto e as paredes do convés do cacilheiro, com vários elementos em crochet com LEDs incorporados. Numa interligação que levou a que os equipamentos oficiais do F C Porto para a época desportiva de 2013/14 tivessem tido apresentação no âmbito desse ícone artístico da presença portuguesa no estrangeiro. Transmitindo ideia que a associação entre o Clube e a artista plástica inclui a presença da marca F C Porto em todos os suportes de comunicação alusivos.

Extensivamente, sabe-se agora que tal colaboração tem continuidade com a execução duma obra modernista a servir de sinal simbólico, ao género de logotipo, para ficar presente fisicamente - como é normal nas obras da artista, como por exemplo o seu "Coração Independente Vermelho", criado com talheres de plástico, ou como o lustre "A Noiva", os sapatos femininos "Marylin", e outras peças compostas com diversos objetos.


Ora, embora tenhamos ideia que o museu do F C Porto deverá primordialmente dar testemunho memorial de conquistas e existências, será naturalmente enriquecido com um artefacto que dê outra visibilidade pública, atendendo à dimensão que a artista tem granjeado. Na linha, como disse Pinto da Costa, do motivo que leva o clube a alargar horizontes, porque «no FC Porto apreciamos grandes talentos como a Joana Vasconcelos e promovemos a partilha de experiências únicas». Enquanto «Joana Vasconcelos, por seu lado, reconhece a importância da presença da marca FC Porto e salienta “o espírito visionário e a dimensão internacional de uma instituição que é uma referência no mundo”».

Joana Vasconcelos é nos dias que correm um nome com reconhecimento internacional, com efeito. Nascida em Paris, em 1971, vive e trabalha em Lisboa. Tendo o mundo descoberto esta artista contemporânea após a sua participação na Bienal de Veneza em 2005 e 2007. Depois, a instalação Contaminação abriu a exposição coletiva The World Belongs to You, patente no Palazzo Grassi, em Veneza. A antologia da sua obra Sem Rede, apresentada no Museu Berardo em 2010, foi uma das exposições realizadas em Portugal mais vistas de sempre, superada agora pela que por estes tempos de 2013 teve, até este domingo, precisamente, no Palácio da Ajuda. Entretanto ficou célebre a sua exposição em Versailhes, com grande impacto visual e inerente apreciação internacional.


Neste pecúlio artístico, por certo que Joana Vasconcelos terá autoria duma peça capaz de transmitir uma imagem apropriada, tal como na cidade do Porto se tem simbolicamente a figura do guerreiro Porto, no imaginário coletivo em que se insere tal estátua (pese embora estar presentemente quase escondida num dos lados da avenida dos Aliados, em mais uma das assinaturas municipais do mandato infeliz de Rui Rio, depois de antes haver estado de costas, durante alguns anos ainda recentes…). E como dentro do espírito do clube existe o Dragão talismã, que dá nome ao estádio, onde está representado em pequena peça metálica cravada na parede, embora ainda à espera de uma escultura grandiosa que ficou projetada para uma das entradas nobres das vias de comunicação – como foi planeado logo no primeiro mandato presidencial de Pinto da Costa (conforme se reporta uma foto de visita oficial aos terrenos circundantes do estádio das Antas, vendo-se o dirigente das obras, Ócar Cruz, a servir de cicerone, perante a companhia de dirigentes do clube fazendo honras da casa aos autarcas desse tempo, quando Paulo Valada era o Presidente da Câmara Municipal do Porto, à época). E, mais tarde, continuou nos traçados durante a transição do plano das Antas, à execução da urbanização complementar ao estádio do Dragão.


Pois então, com memórias e significados contidos em tal universo, já não faltará muito para termos à vista de todos esse novo artefacto que vai fazer parte do museu do F C Porto. Conforme a novidade publicada na Edição Porto, à página  48, de Artes e Vidas, do Jornal de Notícias de domingo último de Agosto.


ARMANDO PINTO

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2 comentários:

  1. Armando, vai preparando o coração que a coisa promete e a emoção vai ser muita.

    Abraço

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  2. A participação da obra de Joana Vasconcelos no futuro Museu do Futebol Clube do Porto vai conferir ainda mais visibilidade internacional ao acervo glorioso do nosso clube. Só conheço o trabalho do "Trafaria Praia" por imagens que vi na TV ou nos jornais, mas, pelo que pude imaginar e pela valia do nome da sua criadora, Joana Vasconcelos, não duvido do impacto que causará a quem visitar o futuro Museu no Estádio do Dragão, este, também, uma fabulosa criação de Manuel Salgado. (A imagem do Dragão ontem às noite na transmissão televisiva, à hora do início do jogo, é simplesmente, cativante).

    Muito oportuna e interessante esta chamada de atenção à massa adepta do glorioso Futebol Clube do Porto sobre o valor que representa a criação do Museu para a afirmação do prestígio cada vez maior do maior baluarte do futebol português.

    Abraço.

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