Neste tempo de Primavera envergonhada, em que tanto faz sol
como vem chuva, para lá da crise político-monetária que faz padecer o país em
que vivemos e o povo ter de levar por tabela, enquanto as classes
privilegiadas assobiam para o lado, também o desporto português sofre de
profunda mesquinhez organizativo-arbitrária, imperando regras déspotas, de
sistemas antigos a vir ao de cima.
É perante este panorama que o F C Porto tem de rever tudo, visando
que sua organização não seja engolida pelos tentáculos malévolos e consequentemente
o clube e respetiva SAD não se deixem ultrapassar, para que os dirigentes da
estrutura azul e branca não sejam comidos por lorpas.
Quem não se lembra de na década de oitenta, do século XX, o F C Porto ter sido nº 1 mundial?!
Quem não se lembra de na década de oitenta, do século XX, o F C Porto ter sido nº 1 mundial?!
De muito antes, como lembra aqueles tempos em que sabíamos os nomes dos
jogadores todos pelos cromos dos rebuçados, em que vinham embrulhados.
Recordo-me que, pelos inícios dos anos 60's, mais coisa menos coisa (pois ainda não
andava na escola), o primeiro cromo que me saiu, logo que pude arranjar uns tostões,
foi um tipo que me pareceu muito feio, de tez morena e cara de poucos amigos,
que vim depois a saber (pois ainda não sabia ler) que era um fulano chamado Coluna, um gajo do Benfica. Ena, como fiquei de cara à banda, pois queria mas
era um jogador do Porto… e logo tratei de o trocar, conseguindo de um amigo de
brincadeiras uma troca por um de cara com ar mais agradável e com a camisola
linda de que eu gostava, calhando ser o Serafim. Mas depois, quando consegui mais uns trocos para comprar uma mão cheia deles, apareceu-me finalmente o Américo,
de quem já gostava, de tanto se falar bem dele… Depois o Pinto, mais o Azumir,
que custava a sair. E outros, que mais tarde me apercebi serem de misturas de
equipas, pois nesses cromos apareciam por vezes futebolistas que já nem jogavam
na equipa, com outros posteriores. E foi assim que me veio ainda ter às mãos um,
cujo nome eu ainda não conhecia, um tal Nóbrega. Jogador que na gravura
aparecia quase sem pés, pois que aquilo era um género de arranjo gráfico (conforme
se pode verificar na gravura, passando diante dos olhos imagens dessas eras).
*
Ora, criança ainda, lembro-me que andavam uns pedreiros amigos a restaurar uma
casa, aqui pelas minhas paragens, e eles todos os dias gostavam de puxar por
mim para falar do Porto, de modo a passarem o tempo de costas mais direitas,
nesses entretantos. Apesar de alertado para o facto, eu, criança mas não de
olhos tapados, aparava-lhes o jogo porque também gostava de falar do Porto… Mas
um dia, vendo o tal “macaco” (como chamávamos aos cromos de jogadores), com pés
quase achatados, um desses amigos disse-me que aí entendia porque é que no jogo
anterior, o Porto não tinha ganho, dias antes, porque o Nóbrega parecia que
tinha os pés tortos… Ouvida tal coisa, desandei num instante e não mais os
ajudei a passar o tempo. Dali em diante, por mais que me chamassem quando passava
pela obra em que trabalhavam, fazia de conta e eles não tinham outro remédio
senão continuar a trabalhar, para castigo.
*
Nunca gostei de me deixar levar, como se costuma dizer, nem
gosto que tentem iludir e ludibriar algo com que me identifique e me toque,
Como é o caso do F C Porto. Esperando que dentro do clube se empertiguem mais,
ainda, de modo a não nos comerem a moleirinha.
Vê-se como tratam os nossos quando, entre outros exemplos, se deparam ocasiões de representações nacionais, em momentos importantes, como sucedeu com Américo e Pinto no Mundial de 1966, Baía no Euro 2004 e agora com Quaresma... não selecionado para o Mundial do Brasil, incompreensivelmente, ele que foi um dos expoentes da equipa do F C Porto e figura do campeonato...
Neste estado a que chegou o mundo desportivo indígena
está-se em período de defeso, mas não de acalmia, verificando-se como lá pelo
reino da capital do antigo império vão fazendo as coisas, não olhando a meios
para atingir fins. Tal o que se constata no caso da Liga, a que os clubes do
sistema ditatorialmente se agarram e não querem largar o poder, mesmo que
tenham de usar, como aconteceu, artimanhas de bastidores. Deparando-se no
horizonte nuvens medonhas, de escuridão sistemática.
Ora, depois de tudo o que foi acontecendo ao longo da época
desportiva, tendo havido fatores extra a contribuir para o que se sabe, a
temporada culminou com um final algo penoso, em que se misturaram culpas
alheias com erros próprios, entenda-se – porque sabemos ver e reconhecer as
situações e não vemos só uma cor como os touros…
Não só no futebol, mas até nas modalidades de pavilhão. Ainda
no passado domingo, dia 8 de Junho, para cúmulo do estado de podridão que se
verifica, também no jogo da final da Taça de hóquei em patins, entre o FC Porto
e o Benfica, houve mais uma violação da verdade desportiva, gravíssima, ao ter
sido permitido ao SLB utilizar um jogador expulso na véspera; enquanto depois e
durante o jogo foi um chorrilho de habilidades arbitrárias, com aquilo que se
viu de penaltis, livres diretos e expulsões sempre em prejuízo do mesmo ou seja
do FC Porto. A pontos de Tó Neves ter apelidado aquilo mesmo como a Taça da
vergonha.
Aliás, recorde-se (como aparece, unicamente, referido na
comunidade informática Portista) «nos últimos três anos, a Federação Portuguesa
de Patinagem tudo fez para retirar a hegemonia azul-e-branca, em busca de
alterar os números com um título do SLB...que como se sabe, no jogo decisivo
entre SLB e FCP terminou com bastante tempo ainda por jogar. Mesmo com o
protesto do FCP, o campeonato foi "homologado". E este ano...em
vésperas de decisão do campeonato...nomearam o mesmo árbitro para os jogos
Candelária-FCP e o SLB-Valongo (jogado no dia seguinte!). Então agora, no
passado fim de semana, na final four da Taça...reuniram de urgência para
"despenalizar" um jogador do SLB que de outra forma nem poderia
jogar. Lembram-se destes temas serem apresentados na comunicação social do
regime? …Nós não.»
Pois nisso é que se vê o fito com que se cosem as pontas,
pensando eles, os tais do sistema desportivo, que assim poderiam acabar com a
prática do hóquei patinado no F C Porto, diante da possibilidade de acontecer
uma possível tomada de posição como no basquetebol… Então não é que, com essa
esperança, qual jogada de antecipação, em tentativa psicológica, procuraram
cozinhar algo do género, através de violação informática, tendo sido pirateada
a página do F C Porto na Internet com uma falsa notícia, a tentarem lançar
confusão e sabe-se lá mais ou menos o quê…
Assim sendo, tem que se contar com tudo. Às tantas estavam a
ver se, futuramente, atacando mais forte e feio o F C Porto também no futebol,
não conseguiriam que o clube desistisse de se manter ao mais alto nível no
desporto-rei…
Como nos recorda o tempo da dupla Pedroto-Pinto da Costa,
quando foi travada luta acesa para alterar o sistema BSB…
É tempo de cerrar fileiras e, como um exército de ativos e elementos de retaguarda, voltarmos a ter comandantes audazes e valentes, especialmente, como tem sido até anos ainda de fresca memória, para que o nosso general forte faça mais forte a sua e nossa gente.
O tempo agora corre mais calmo, lentamente, sem tantas novidades inventadas na comunicação, por mor de haver muito com que encher páginas e programas com o Mundial de futebol. Em cujo certame o F C Porto só tem na equipa portuguesa o extremo Varela, mas está bem representado em diversas seleções com mais oito valorosos arietes...
É tempo de cerrar fileiras e, como um exército de ativos e elementos de retaguarda, voltarmos a ter comandantes audazes e valentes, especialmente, como tem sido até anos ainda de fresca memória, para que o nosso general forte faça mais forte a sua e nossa gente.
O tempo agora corre mais calmo, lentamente, sem tantas novidades inventadas na comunicação, por mor de haver muito com que encher páginas e programas com o Mundial de futebol. Em cujo certame o F C Porto só tem na equipa portuguesa o extremo Varela, mas está bem representado em diversas seleções com mais oito valorosos arietes...
Enquanto por cá, dentro, a
trilogia dos equipamentos novos do F C Porto prenda alguma atenção, diante da
camisola principal um pouco parecida com a histórica, ao que diz a literatura
oficial, numa aproximação do passado ao futuro, enquanto dos alternativos o azul
de listas enviesadas do segundo se aceite e o terceiro escapa só por não ser
vermelho.
Contudo, o mais importante é o que vai acontecer com esses
equipamentos vestidos pelos nossos representantes, dentro do campo. Enquanto os
nossos diretores terão de estar atentos, vigilantes e cuidadosos diante do que
pode acontecer. Contando sobremaneira com a preparação e organização atempada e
tudo o que seja inerente a uma boa campanha.
Então poderá e deverá ser mesmo a ligação do passado ao
futuro, no engrandecimento clubista e fortalecimento da mística Portista.
Nestes comenos, assim, temos de pensar no porvir. Que futuro
será possível neste presente?
Uma estrofe popular canta assim:
"Porque os meus olhos se afastem
Dos teus, não lhes queiras mal.
Que as andorinhas que partem
Voltam ao mesmo beiral"
É isso, queremos que volte o passado vitorioso ainda
recente, ao futuro. Ao nomeado beiral, em que se aninham triunfos, em colheitas
triunfantes.
Armando Pinto
((( CLICAR sobre as imagens, para ampliar )))
Esta evocação da forma como era vivido o futebol no passado, aqui tão sentidamente descrita, só pode bem compreendê-la quem a viveu e exerceu. Sem termos ao dispor a informação (seria, talvez, mais apropriado escrever desinformação) que existe na actualidade, a paixão era alimentada pelo sonho de ter uma imagem que nos aproxima-se do clube que adorávamos e julgávamos ser o melhor de todos As colecções tinham para nós um valor muito importante e era um orgulho completar uma caderneta e te todos os cromos dos nossos jogadores.
ResponderEliminarClaro que, hoje, vemos as coisas com os olhos da realidade. Tenho dúvidas que os adeptos de agora vejam ou sintam o clube da forma como nós o vivíamos e sentíamos. Noutros tempos, considerávamos os jogadores "nossos" porque principiavam e acabavam no mesmo clube com muitos anos de carreira. Nos dias que correm, quase nem tempo temos de lhes decorar o nome e já sabemos que, se fizerem meia dúzia de jogos em que dão nas vistas, já estão a pensar em contratos com outros emblemas e só pensam em ir embora.
Se até na mesma época podemos vê-los jogar com a nossa camisola e com a do nosso pior inimigo, que ligação afectiva nos merece um jogador assim?
Há dias vi João Pinto chorar nas bancadas do Dragão Caixa assistindo à vitória do basquetebol. Fez-me lembrar Viena onde também eu chorei quando ele dava a volta no estádio com a Taça dos Campeões levantada com os dois braços. Hoje, não quero crer que acontecesse a mesma coisa. As celebrações que o jogadores fazem nas vitórias são encenadas, teatrais, só duram enquanto as câmaras e os fotógrafos as registam. E se entram nelas é para aparecerem nos jornais e nas reportagens dos dias seguintes para sustentar a imagem publicitária que lhes é paga.
Gostei muito deste post.
Abraço.
DRAGÃO, SEMPRE!
Esperamos muito do que se passar no defeso, porque o F C Porto não pode perder dois anos seguidos. Antigamente isso não fazia mal, mas agora com o estatuto que o F C P alcançou, tem de se manter a linha de vitórias, porque igualmente há adeptos novos ainda não totalmente conquistados e não podemos perder o ritmo. O presidente Pinto da Costa e todos os outros dirigentes têm de ver isso bem.
ResponderEliminarNo meio de tudo é de perguntar se o F C do Porto não tem o Porto Canal, para defender e atacar, como fazem os outros, ou não? Há coisas que não se entendem. Lembra muito bem o srº Pedroto, que se fosse vivo não se calava e dava a cara, não só socialmente mas desportivamente.
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