Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Djalma e Gualter: Nas ligações entre Porto e Guimarães… a propósito do Hernâni.


Lemos num artigo interessante da página “Zerozero” umas quantas referências, lembradas na pertinência atual da vinda para o F C Porto do jovem Hernâni Santos Fortes, esperança surtida de Guimarães para o Dragão da invicta. Sobre alguns futebolistas que vestiram de azul e branco, depois de terem envergado a camisola branca vitoriana. Caso esse que, contudo, transporta a alguns acrescentos, porque deixou esquecidos alguns nomes referenciais na crónica em apreço. O que nos leva a voltar ao mesmo tema.


Vemos na referida narrativa:

«Utilizando a atual rede de autoestradas, de Guimarães chega-se ao Porto em aproximadamente 30 minutos (A7 e A3).
Ao longo dos anos, muitas e variadas foram as formas que jogadores provenientes da cidade berço encontraram para chegar à cidade Invicta para representar o FC Porto.
De Zlatko Zahovič a Capucho, sem esquecer Pedro Espinha, Laureta, Fredrik Söderström ou Pedro Mendes, entre outros, muitos foram os atletas que trocaram o preto e branco de Guimarães pelo azul portista. Nos últimos tempos, foram Hernâni, Ricardo Pereira, Tiago Rodrigues a fazer esse percurso. No entanto, estes dois últimos ainda não conseguiram impor-se de dragão ao peito. Luiz Felipe trabalhou com Ricardo Pereira e Tiago Rodrigues no berço da nação e acredita que «mais tarde ou mais cedo vão triunfar» na casa portista. O treinador salienta, porém, a «excelência competitiva» que reina no emblema do Dragão.
«O FC Porto é um clube que tem muitos jogadores, tem uma grande formação, uma equipa B, uma equipa A e, portanto, não é fácil e nem tem sido fácil para qualquer jogador se impor, venha ele de onde vier», explicou em entrevista ao zerozero.pt, este antigo treinador dos mais recentes atletas que trocaram Guimarães pelo FC Porto.
Seja como for, Luiz Felipe crê que quer para Tiago Rodrigues, Ricardo Pereira e até mesmo Hernâni «o FC Porto, como grande clube que é, sabe dar o seu tempo e na altura certa vai lançá-los».
Hernâni chegou ao FC Porto no último dia do mercado de transferências, enquanto que Ricardo Pereira e Tiago Rodrigues chegaram na época 2013/2014.
António Teixeira trocou Guimarães pelo Porto e ainda hoje está na história
De todos os jogadores que trocaram o Vitória de Guimarães pelo FC Porto, António Teixeira foi aquele que mais golos apontou ao serviço dos dragões. Natural de Lisboa, Teixeira fez a sua formação no Benfica mas mudou-se para a cidade berço, em 1951. Na temporada seguinte foi para o emblema portista onde cumpriu 193 jogos oficiais, tendo apontado 142 golos.
António Teixeira é ainda hoje o quarto maior goleador da história azul e branca, só superado por Gomes, Hernâni (Ferreira da Silva) e Jardel.» (Fonte:Zerozero)

Ora, sendo certo que esses nomes são mesmo casos que ficaram e estão na memória do panorama futebolístico luso, outros houve que importa não esquecer, quão importantes foram. Até admirando como possam não ser lembrados…  Tal foram Djalma e Gualter, por exemplo. Um em finais da década de sessenta e o outro na primeira metade da de setenta, do século XX.


Djalma foi um avançado brasileiro que era um autêntico quebra cabeças para os defensores contrários. O qual, tendo dado nas vistas na sua passagem por Guimarães, cativou as atenções dos responsáveis pela equipa do F C Porto e levou a que se desse uma transferência badalada, na época. Sobre ele havia uma quadra popularizada: “Djalma, grande craque / toda a gente diz p’raí / com tal habilidade/ como outro inda não vi”… E, era mesmo assim, um furador de grande área, com talento e garra, a que juntava um feitio de se não deixar ficar, de responder às agressões, o que levou a ser tido por irrascível nalguns “mentideros” (sítios de opinião), ao tempo… Djalma que, apesar de ter sido nome de prestígio no F C Porto, como foi dos tempos difíceis… apenas conseguiu um grande triunfo, como foi ter estado na final da vitória da Taça de Portugal, em 1968. Acabando, depois, por ter saído do clube derivado a sua vida atribulada, mas com rasto. Porque para quem segue o futebol à distância, interessando sobretudo o que fez com a camisola vestida, por paixão clubista, ele sempre ficará na memória pelo que fazia em campo…


Já depois de Djalma ter deixado de vestir a camisola azul e branca, seguiu-se Gualter, na mira apreciativa do clube que era ainda um Dragão adormecido, nessas épocas. Mas sem estar distraído… Tanto que nas Antas houve então quem soubesse lutar pela vinda de Gualter. Como se sabe por ter sido escondido (na quinta da Fonte da Vinha, a servir de refugio paradisíaco, junto ao rio Douro, propriedade essa do antigo presidente portista Sebastião Ferreira Mendes), para, assim, ter sido evitada a cobiça alheia, por o Benfica ter tentado levá-lo para Lisboa, por esses tempos em que, lá pelas bandas da antiga Luz, conseguiam tudo o que queriam…


Enfim, isto dava pano para mangas. Mas como, de outras vezes, já referenciamos estes valores portistas do passado, desta feita ficamos pela lembrança, como dois bons exemplos de bons futebolistas vindos da cidade berço da nação para a capital do Norte do país e que ficaram nos corações dos adeptos do grande clube português espalhados pelo mundo.

Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))

2 comentários:

  1. Lembro-me também do Paquito, que no Guimarães marcava golos que se fartava e que no F.C. Porto só marcou 2 ou 3.

    Abraço

    ResponderEliminar
  2. Uma boa recordação, sobretudo pela afirmação desses grandes jogadores. Podendo-se ainda dizer que o C. Pinto foi dos maiores no F C Porto. Infelizmente teve de sair porque na altura o treinador Teixeira o dispensou, mas ele no Guimarães mostrou que isso foi injusto. Infelizmente os referidos no artigo da época da chegada do Hernâni, não corresponderam ou não fora bem aproveitados. Coisas do futebol.

    ResponderEliminar