O FC Porto é um mundo apaixonante, bem como é amoroso o
sortilégio do Natal e outros fascínios. Tal como é encantador quando o FC Porto
cativa as paixões portistas, a bem dizer conforme na atualidade acontece depois
da presente série de vitórias e fase atual de ataque goleador, mais defesa
consistente, contando os jogos de baliza bem fechada e remates que dão golos.
Assim sendo, quando o FC Porto volta a ter apoio dos
portistas habituados aos bons e maus momentos da coletividade, assim como no Natal
é época de reunião familiar, vem a propósito lembrar um antigo futebolista que
ficou na memória portista – Leopoldo Amorim. O simpático defesa Leopoldo, do
tempo da primeira passagem de Pedroto a treinador do futebol sénior azul e
branco das Antas. Aquele mesmo Leopoldo que entre a massa de apoiantes
portistas era conhecido por Bacalhau, um apelido popular que se lhe tornou nome
de guerra no mundo do futebol. Epíteto esse que vem a calhar para evocar o Leopoldo,
em tempo de quadra natalícia e do fiel amigo da gastronomia portuguesa, quando
o típico bacalhau é rei nas mesas da consoada.
Pois Leopoldo foi tema de uma rubrica semanal do Jornal de Notícias,
sendo sobre ele no passado fim de semana a coluna dos sábados que no JN vem dentro
do suplemento Ataque, no espaço intitulado Património Nacional, sob título “Um
Bacalhau à moda de Pedroto“, incluindo legenda identificativa do “Leopoldo
Amorim, antigo jogador do F. C. Porto”, em foto acompanhante.
Na pertinência presente do futebol portista ter conseguido
suplantar campanhas normalmente surgidas em momentos cruciais, quer porque as bolas
não entravam nas balizas ou quem sente o clube naturalmente refere as
roubalheiras das arbitragens contra o próprio clube, coisas que há sempre quem
não queira que se aponte, embora outros clubes sejam levados ao colo e tenham favores sistemáticos… quer porque, na realidade do FC Porto estar em maré alta e os adversários com receio, aparece notícia visando um agente do mercado futebolístico receber comissões, algo que todos recebem por suas funções dumas formas ou doutras, mas por o mesmo ser identificado
com o clube isso é visto de modo diverso (porém se fizesse negócios com outros
clubes já fosse diferente)… quase como na história do velho e do burro… qual no
piscar das luzes decorativas de Natal... é a preceito relembrar então Leopoldo, o
popular Bacalhau, por sempre ter ficado associado a momentos que mexeram com a
sensibilidade portista, aparecido então como um valor à parte.
Curiosamente, ao tempo em que Leopoldo evoluiu nos relvados
com a camisola azul e branca, e mesmo depois, era desconhecido o porquê desse tal
apelido com que normalmente o defesa portista foi conhecido. Até que no artigo
de sábado, 10 Dezembro, em artigo desse espaço especial, o JN publicou a
explicação do próprio, ao mesmo tempo que explanava quanto «Leopoldo Amorim
recorda como o "Mestre" o convenceu a deixar um emprego numa empresa
de tintas para jogar pelo F. C. Porto:
Aos 19 anos, a vida de Leopoldo Amorim parecia mais do que
definida. Acabava de assinar contrato com o Amarante e ia conciliar o futebol
com o trabalho numa empresa de tintas. Até que um homem lhe mudou a rota - esse
mesmo, José Maria Pedroto. "Fui chamado para uma reunião nas Antas e
disseram-me: "Vais ser profissional e ganhar dois contos e quinhentos por
mês. Nem pensei em mais nada", recorda, salientando que, sem o
"mestre", talvez nunca tivesse sido profissional.
Certo é que foi e que, logo ao primeiro jogo, envergou a
braçadeira de capitão. "Só mais tarde o Pedroto me disse porquê. Na altura
houve lá uns problemas, três jogadores foram suspensos e ele escolheu-me por eu
não estar envolvido naquela história", conta.
Ora, em vez de o tranquilizar, o estatuto só lhe... aguçou
os nervos. "O jogo até correu bem. Ganhámos 1-0 à CUF e eu estive bem,
mas, nos primeiros dez minutos, andei perdido dentro de campo. Lembro-me que,
antes do jogo, no balneário, o Pedroto disse-me para assobiar e eu nem isso
conseguia", lembra o "Bacalhau", como um dia lhe chamou Djalma
("por ser muito magrinho", diz) e, num instante, todos os outros.
O nome ficou - e as memórias também. Como a do campeonato do
segundo escalão conquistado pelo Varzim, ou da última época como atleta, ao
serviço do V. Guimarães, antes de enveredar pela carreira de treinador. De
tudo, sobra uma mágoa: a de nunca ter sido campeão pelos azuis e brancos.»
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Bilhete Pessoal / Passe curto:
- Nome: Leopoldo José Nogueira Amorim
- Naturalidade: Porto
- Idade: 19/11/1948 (68 anos)
- Clubes que representou: F. C. Porto, Varzim e V. Guimarães
- Principal título: um campeonato da antiga segunda divisão
nacional (pelo Varzim)
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Recorde-se que Leopoldo, depois de ter passado pelos
escalões de formação do Sport Progresso, ingressou ainda como júnior no Futebol
Clube do Porto. Havendo-se estreado como sénior na equipa principal do FC Porto
em plena temporada de 1968/69, na sequência do caso que levou ao desfecho do
campeonato desse ano. Sem nada ter a ver com ele diretamente, mas ficando
ligado a tal episódio por ter sido chamado a alinhar, como o próprio relembra.
Passados entretanto os anos já decorridos, o caso dá para
recordar como na vida do FC Porto sempre houve e haverá de modo marcante momentos
bons e menos bons, mesmo com pessoas que ficaram relacionadas com boas e menos
boas ocasiões. E no caso calha bem para fazermos memória de Leopoldo, um
simpático defesa que vimos com a camisola linda das duas listas azuis sobre
fundo branco, como o azul das veias ressalta na candura dos sentimentos.
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens )))
Tenho uma camisola que era do Leopoldo :)
ResponderEliminarInfelizmente Leopoldo sofreu uma ruptura de menisco num lance com o benfiquista Néné. Foi mais uma das vitimas a juntar ao vasto rol de lesoes provocadas por jogadores do benfica aos jogadores do FC Porto.
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