O FC Porto é verdadeiramente um céu aberto de estima, num
mundo que dá sentido à vida que deve ter algo sublime a dar valor ao que tem
valor. Como sempre foi e será a máxima de um adepto portista que nesta ocasião
aproveita a data aniversária de um antigo futebolista, ídolo de tempos iniciais
duma vida que tem sido vivida, para levar a bola da escrita colada ao pensamento
de modo a lhe prestar uma homenagem, como cumprimento de felicitação por tudo o
que tem significado a respetiva ligação ao universo portista.
Com efeito perfaz hoje mais um aniversário natalício o “Rolando
do Porto”, o louro futebolista que de camisola azul e branca colada ao dorso
fazia espirais de incenso na imaginação de um portista que, ao ouvir os relatos
dos jogos de futebol da equipa principal do FC Porto, ansiava que os seus
jogadores fossem melhores que tudo e todos. Aquele José Rolando que guardei num
livrinho da coleção Ídolos do Desporto, cujo título sintetizava o seu carisma,
realmente, como “Menino de Ouro do FC Porto”… e mais tarde, depois de se ter
afirmado como “Patrão-mor da defesa do FC Porto” (tal como foi intitulado num
outro livro da mesma coleção, volvidos anos… e também bem guardado), passou no
meio-campo a ser referência principal do futebol sénior portista. A pontos de
durante anos ter sido o único representante do FC Porto que ia à seleção nacional,
conseguindo pelo seu valor meter uma lança na áfrica do futebol lusitano dos
tempos do sistema BSB, sabendo-se que os atletas do FC Porto então tinham que
ser muito melhores que os outros para serem reconhecidos, como acontecia nos
tempos em que Rolando foi grande nome do FC Porto.
Ora, José Rolando Andrade Gonçalves, de seu nome completo,
nasceu na Rua de S. Brás, da cidade do Porto, ao dia 11 de Junho de 1944. No
burgo portuense onde prosseguiu uma vida que só não foi totalmente normal por
ter enveredado em boa hora pela carreira de futebolista, inicialmente evoluindo
em clubes regionais, como eram o Nacional e o Fontinense em que deu os
primeiros chutos na bola, tendo de seguida começado a sério no Futebol Clube do
Porto, de permeio com uma passagem por empréstimo no Salgueiros, na subida a
sénior em 1962/63, alcançando depois entrada no plantel principal do FC Porto em
1964/65 e nesse mundo azul permaneceu até à temporada de 1974/75.
Entre diversas particularidades, Rolando foi um dos
titulares da equipa portista que no dia 16 de Setembro de 1964 venceram os
franceses do Olimpique de Lyon por 3-0, no jogo que resultou na primeira
vitória do F.C. Porto nas competições europeias oficiais, ao lado de outros grandes
como eram Américo, Festa, Pinto, Nóbrega e demais. E para sempre ficará como um
dos heróis que venceram a Taça de Portugal na época de 1967/1968, na final em
que o F.C. Porto derrotou o V. Setúbal por 2-1 em pleno Estádio do Jamor, por então
haver sido uma exceção ao que o regime desportivo nacional impingia ao tempo à
nação futeboleira.
Apesar de sua grande valia, mas como sintoma do sistema
desse tempo do regime da era de Salazar e Caetano, Rolando representou também a
Seleção Nacional embora apenas por oito vezes, mas com evidente dinâmica e
amplitude – como ficou inclusive evidente na rábula do famoso cómico Raúl Solnado
a gritar “Viva o Rolando” como grito de guerra do fervor clubista que retratava
(como se relembra em artigo aqui vincado há tempos, cujo link indicamos no
final desta crónica evocativa)…
Depois de terminada a permanência no FC Porto, Rolando ainda
ajudou o Paços de Ferreira na sua afirmação na alta roda do futebol, na subida do
clube da zona do mobiliário de madeira; e depois teve alguns desempenhos no
treinamento de outras equipas, até que regressou ao F.C. Porto para treinar as
camadas jovens, onde foi campeão e, mais tarde, continuou ligado ao Departamento
de Futebol. Sendo para sempre um dos referenciais do clube, um nome simbólico
na mística portista.
Havendo felizmente vários ícones assim no imaginário do
clube Dragão, José Rolando é um desses emblemáticos nomes cuja recordação nos
remete a tempos idílicos do Portismo puro vivenciado, de jogadores da família
portista, familiares não pelo sangue do corpo mas pelo coração que pulsa
através da seiva azul que corre nas veias do sentimento.
Parabéns Rolando, nesta ocasião de mais um aniversário
natalício. E parabéns permanentes por quanto representa no apego portista!
Armando Pinto
NOTA: Reportando ao tema acima assinalado, recorde-se um anterior artigo neste blogue dedicado aos "Referenciais"…clicando aqui.
((( Clicar sobre as
imagens, para ampliar )))
Caro Armando,
ResponderEliminarO "DN" e o "JN" trazem hoje, edição de 11/6, este artigo de hóquei em campo feminino: http://www.noticiasmagazine.pt/2017/taco-a-taco-no-feminino/
Que clube/agremiação/instituição do Porto era/é esta ?
Qual a situação actual: desapareceu ? alterou de nome ? Fundiu-se com outro/a clube/associação/agremiação ?
Onde se situava ?
Cumprimentos,
João Moreira
Boa tarde João Moreira. Sinceramente não lhe sei responder, mesmo porque esta equipa não tem relação com a história do FC Porto, sendo de uma agremiação de nome diferente, Atlético. Desconhecendo eu qualquer ligação e mesmo a própria história desse clube. Deixo aqui a publicação do comentário, para a eventualidade de poder ser lido por alguém conhecedor da matéria. Entretanto vou também enviar este comentário a alguém ligado ao hóquei em campo, na tentativa de poder esclarecer.
ResponderEliminarAbraço.
Armando Pinto