O FC Porto estivera por diversas vezes prestes a conseguir
vencer o Campeonato Nacional de Hóquei em patins em seniores, mas esse título
nacional escapara-se entretanto por entre os dedos que seguravam os setiques em
rinque e das mãos que se erguiam entre a assistência. Da única vez que os
hoquistas da equipa principal o FC Porto haviam conquistado o Campeonato do
continente português a prova ainda se chamava Metropolitano, ao tempo da
existência das províncias ultramarinas. E já depois, desde que passou a disputa
a ser entre equipas do retângulo alongado do Minho ao Algarve, também o
primeiro lugar do campeonato fugira por uma unha negra, como no tempo daquela
equipa de Cristiano, Chalupa e Cª em que numa jornada final dupla, com dois
jogos seguidos num mesmo fim se semana, depois de no penúltimo jogo a equipa
portista ter vencido categoricamente o Benfica no pavilhão das Antas a
abarrotar de público entusiasmado, em plena noite da festa portuense do São
João, foi por fim perdido o campeonato no dia seguinte inesperadamente em jogo
com uma equipa que não disputava o primeiro lugar. Entre alguns exemplos de ocorrências. Enquanto o clube já conquistara campeonatos nacionais de hóquei patinado em juvenis e juniores, só que em seniores ainda não. Eis aí que chegava o
Campeonato principal de 1982/83 à última jornada com mais outra hipótese de conquista, pairando
no ar grande expetativa e dentro do pavilhão das Antas um quente ambiente de
nervoso miudinho e ânsia de explosão emocional. Estava-se em finais de julho,
mais precisamente no último sábado do derradeiro fim de semana do mês mais quente
do verão de 1983.
À época o FC Porto passava por momentos de revigoramento, volvidas antigas fases e entrada a era de Pinto da Costa na presidência, a pontos que até o hóquei do FC Porto já conquistara a Taça de Portugal e a internacional Taça das Taças. Mas faltava ainda o Campeonato Nacional de seniores. Até que então, nesse último sábado de julho de 1983 veio enfim a conquista do campeonato. Era a equipa portista treinada por Vladimiro Brandão, a secção estava já dirigida por Ilídio Pinto, no plantel despontavam os Vítores Hugo e Bruno, com as balizas bem guardadas por Castro e Domingos Guimarães, enquanto o jogo passava por uns Vale, Reis, Alves, Fanã e demais, num bom lote de hoquistas prontos a rolarem nos recintos – conforme se pode ver pela pose de conjunto do "oito" mais utilizado e do plantel total com as respetivas faixas de campeões.
Dessa jornada final inesquecível, por tudo e mais alguma
coisa, se dá conta aqui a recordar tal jogo decisivo, por meio de excertos de
reportagem do então jornal desportivo Gazeta dos Desportos, publicado à época em
poucos dias por semana, na edição mais próxima a essa conquista azul e branca,
de gratas recordações.
Armando Pinto
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