Tudo tem uma história, ou mais, havendo sempre mais umas
histórias relacionadas. Embora nem sempre divulgadas de igual forma.
Pois então, relacionado com o jogo Porto-Setúbal calha a
preceito lembrar um antigo avançado do FC Porto, do tempo de Pinga, Soares dos
Reis I, Gomes da Costa, Carlos Nunes e outros ídolos desses tempos, que está
ligado ao volume histórico dos encontros entre dragões e sadinos, o avançado
António Santos. Vindo a talhe referir sobre o mesmo, por extensão, o facto duma
jogada desde há anos muito associada a Cristiano Ronaldo, muitíssimos anos
antes ter sido especialidade do portista António Santos.
Ora, no percurso histórico dos jogos entre FC Porto e
Vitória Futebol Clube (vulgarmente conhecido pela sua localização, Setúbal),
disputados até agora 70 jogos para o Campeonato Nacional
(atual Liga), a contabilidade da parte azul e branca soma 59 vitórias e 7
empates, através de 211 golos marcados e 41 sofridos. De cujo rol consta,
entre outros factos, que o melhor marcador é ainda Fernando Gomes (com 11 golos), os detentores do maior número de jogos efetuados com os verde e
brancos das margens do sado são Barrigana e
Virgílio (que jogaram 11 desse sempre interessante confronto); e… a maior vitória foi um alargado 11-0, acontecido em 1940.
Resultado esse a que António Santos está ligado, com justo realce de associação
à maior goleada, por também ter molhado a sopa, como se diz em gíria.
Com efeito, a maior vitória do FC Porto no campeonato frente
ao Vitória de Setúbal, em casa, aconteceu a 14 de janeiro de 1940 por 11-0. Com
golos de Kodrnja (3), Petrak (3), Gomes da Costa (2), António Santos (2) e
Carlos Nunes.
Desse tempo, sendo António Santos um dos mais destacados
elementos do plantel principal do clube, estava incluído no lote mais
carismático, ao tempo apelidado "O
sexteto de cordas" (formado pelos seis que se vêm na imagem: Da esquerda
para a direita, de joelhos: António Santos, Petrak, e Pinga; de pé: Bela Andrasik; Kodnya, e Gomes da Costa).
Não foi tão volumosa, mas bem saborosa, a goleada que agora repôs o FC Porto no comando da Liga de 2017/2018, ao fecho da jornada que faz ficarem a faltar apenas mais três finais, até à decisão do título da época decorrente. E deixa desiludidos os que nomearam mais um árbitro feito com o regime, desta feita sem ter conseguido, felizmente, derrotar o FC Porto. O que torna tudo mais apetitoso...
Fica o resultado presente porém já a fazer parte da história, com meças ao futuro. Enquanto o passado continua honroso, como se nota por grandes obreiros da história feliz no passado, como António Santos.
Não costumando ser muito badalado a nível da lusa
comunicação social o nome desse imortal futebolista da História do FC Porto,
António Santos (como aliás outros a que não é feita propaganda mediática como
acontece com alguns idênticos, senão mesmo menores valores, de clubes de Lisboa
sobretudo), é contudo incontornável na história, como revelam números e factos.
Tanto que até sobre ele ainda se contam histórias verídicas, mesmo passados
tantos anos, como vem no jornal O Jogo de domingo (edição de 22 de abril
corrente), através da pena do jornalista Miguel Carvalho, em sua coluna “Bola
de trapos”.
Em tão escorreito texto, de imediato, ressalta a curiosidade duma referência ao facto de ser verdadeiramente de sua folha a jogada mais tarde associada a Cristiano Ronaldo, entre factos e noções, do conhecimento de historiadores versados na história verdadeira. Conforme para aqui transpomos, em registo (por meio de recorte desse artigo, através de imagem digitalizada total e subdivisão, para melhor leitura):
Em tão escorreito texto, de imediato, ressalta a curiosidade duma referência ao facto de ser verdadeiramente de sua folha a jogada mais tarde associada a Cristiano Ronaldo, entre factos e noções, do conhecimento de historiadores versados na história verdadeira. Conforme para aqui transpomos, em registo (por meio de recorte desse artigo, através de imagem digitalizada total e subdivisão, para melhor leitura):
Posto isto, recordamos a ficha curricular de António Santos,
citando o blogue “Estrelas do FCP” (por não ser necessário recorrer a arquivo, estando bem resumida a biografia constante no blogue de Paulo Moreira):
«António da Costa Santos nasceu no dia 22 de Fevereiro de
1915 no Porto. E faleceu a 04 de Julho de 2000.
Depois de ter feito toda a formação no Futebol Clube do
Porto, integrou a equipa principal na temporada de 1932/33.
A estreia com a camisola azul e branca aconteceu no dia 23
de Outubro de 1932 no Campo da Constituição, onde o F.C. Porto defrontou e
venceu o Leça F.C. por 6-1, numa partida a contar para a 2ª jornada do
Campeonato do Porto.
Vestiu a Camisola dos Dragões durante dez épocas, com a qual
conquistou os campeonatos nacionais de 1934/35, 1938/39 e 1939/40 e também o Campeonato
de Portugal de 1936/37, conquistado em Coimbra, no Campo do Arnado, com uma
vitória por 3-2 defronte do Sporting C.P.
António Santos viveu também momentos altos em jogos
particulares ao serviço do F.C. Porto, como no dia 28 de Maio de 1933 em que os
portistas venceram o S.L. Benfica no Campo da Constituição por 8-0, uma partida
a contar para os quartos-de-final do Campeonato de Portugal de 1932/33. Ainda
em 1933, no dia 9 de Julho o R.C. Deportivo de La Coruña foi derrotado por 3-2
no Campo do Ameal. No dia 4 de Janeiro de 1934 foram os austríacos do First
Viena que saíram derrotados por 3-0 do Campo do Ameal, isto depois de terem
vencidos todos os jogos que tinham disputado em Lisboa contra o C.F.
Belenenses, Sporting C.P. e S.L. Benfica. Já em 17 de Janeiro de 1934 foi a vez
do Atlético de Madrid sair vergado do Campo do Ameal pelo resultado de 4-1 a
favor dos Dragões. Em Dezembro de 1934, no torneio de natal os húngaros do
Upjest F.C. perdem por 2-1. No dia 27 de Abril de 1935 foi o Wacker de Viena a
sentir o poder da equipa portista que venceu por 5-2. Em Julho de 1935 o
campeão espanhol Real Betis de Sevilha sai do Campo do Ameal com uma pesada
derrota por 4-2.
Outra vitória que ficou no seu currículo, aconteceu em Março
de 1936, numa partida a contar para campeonato nacional, o resultado foi uns
expressivos 10-1 e a equipa derrotada foi o Sporting C.P.
A temporada de 1941/42 foi a ultima em que representou o
F.C. Porto.
António Santos disputou 166 partidas oficiais, marcou 133
golos e conquistou 12 Títulos.
Palmarés
3 Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal)
1 Campeonato de Portugal
8 Campeonatos do Porto»
Apesar de ter tido jogos internacionais em representação do
FC Porto, António Santos oficialmente não chegou a ser internacional pela
Seleção Nacional, em consequência do facto dos jogadores do FCF Porto
normalmente serem postos de lado quando equiparados com os dos clubes de Lisboa
e arredores (coisa tradicional aliás, e agora se sabe em profundidade perante
os e-mails reveladores da coutada que é o campo das seleções, qual reserva de proteção
aos interesses do regime). Contudo pelo que mostra seu palmarés, António Santos
tinha valor de sobra para ser, como era e foi, um dos melhores ases da bola
desses tempos – conforme falam os testemunhos estatístico-documentais.
E o Setúbal que o diga. Como na atualidade, além dos
setubalenses que não conseguiram como doutras vezes satisfazer quem acenava com
o jogo da mala… também, e mais até, os que estavam a fazer figas para que outro galo
cantasse, mas quem se ouviu, afinal, foram as ninfas do Rio Douro – ao luar primaveril !
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))
Para atualização e memória:
ResponderEliminarNúmeros: FC Porto 5-1 Vitória FC
Golos do FCP por Marega, Iván Marcano, Brahimi, Jesús Corona e Alex Telles.
Números após este jogo - jornada 31 – Jogos do FC Porto como visitado
- 16.º jogo da Liga 2017/18 no Dragão
- 15 vitórias, 1 empate
- 50 golos marcados, 9 sofridos
- Marega: 1 golo e 1 assistência (22 golos e 6 assistências esta época)
- 6.º golo de Iván Marcano, o melhor registo da carreira
- Brahimi: 11.º golo da época e 40.º golo com a camisola do FC Porto
- Alex Telles: MVP do FC Porto 5-1 Vitória FC, 4.º golo na temporada 2017/18, 2.º de livre
- Jesús Corona: 17.º golo de azul e branco
- 75.º jogo de Ricardo Pereira pelo FC Porto, 6.ª assistência na temporada
- Liderança isolada
- Melhor ataque
- Melhor defesa
- Melhores adeptos
- Passam a faltar 3 jogos e não falta confiança. “O Porto está como o aço”!!!