Refletindo ideia patente no título desta rememoração, sendo
que os empates nos jogos do FC Porto com o Sporting não são muito de admirar,
vem a talhe evocar um dos diversos empates nos prélios entre os dois
contendores que sempre tiveram algo em comum por serem os principais opositores
ao clube do regime, o tradicionalmente mais protegido e beneficiado Benfica.
Quase ao calha, no meio de tantos jogos empatados pelos dois
tradicionais contendores representantes de Norte e Sul do País – a propósito do
recente jogo, disputado em Lisboa e que não satisfez totalmente os desejos
portistas, como melhor da atualidade que é verdadeiramente o FC Porto do século
XXI – recorda-se um outro disputado encontro, dessa feita realizado em
território portuense, em meados do século XX.
Como tal, proporciona-se ao caso um jogo disputado também ao
correr do mês de Janeiro, no já longínquo ano de 1943. Esse decorrido na cidade
do Porto, no ao tempo recinto do FC Porto, o célebre campo da Constituição. Estando
então a II Grande Guerra mundial ainda no auge, lá ao longe nos intestinos da Europa, sob
cujos efeitos Portugal passava temporada de barriga quase vazia, perante o
racionamento oficial e tudo o que faz parte da memória histórica, apesar do regime político se intrometer com tentativas de distração....
Enquanto isso também, no mesmo Portugal desse tempo, a vida seguia e, nesse mês,
houve um jogo de por momentos fazer esquecer os efeitos da guerra. Iniciado uma
semana antes que fora o Campeonato Nacional de futebol, disputava-se a 2ª jornada da prova
maior portuguesa a meter um jogo dos clássicos Porto-Sporting. Tendo o Campeão
do Norte, FC Porto, recebido o lisboeta Sporting em renhido jogo que terminou
com igualdade no resultado e consequente divisão de pontos, quais despojos resultantes
de dois golos marcados pelo possante Correia Dias, em resposta aos tentos
adversos de Peyroteo e Cruz. Com a retaguarda azul e branca ainda sob sequela da mudança verificada na frente da baliza, após a saída do país do guarda-redes Andrasik e sua substituição forçada por Valongo, em período que, depois, também levou a alternarem temporariamente Luís Mota e Soares dos Reis II como guardiões do reduto portista .
Nesse jogo, disputado a 17 de Janeiro, ao correr do referido
ano de 1943, o FC Porto teve como representantes, além do goleador Correia Dias,
também o guarda-redes Valongo, mais o grande ídolo Pinga e seu adjuvante Gomes
da Costa, mais o emblemático Araújo e ainda uns Guilhar, Baptista, Anjos, A.
Nunes, Alvarenga e Florêncio. Alguns dos que se podem rever em imagens da coeva
reportagem inserta na revista "Stadium", na edição seguinte à ocorrência do mesmo
jogo, como interessante testemunho dos clichés da época.
Armando Pinto
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