«No dia 12 de Março de 1926 o guarda-redes Mihály Siska
naturalizou-se português, passando a chamar-se Miguel Siska, nome que ficaria
gravado a ouro como um dos mais relevantes de mais de um século de história
azul e branca.»
Portugal vivia ainda aqueles tempos algo conturbados de
finais da Primeira República, mas ainda sem ter chegado o tempo da ditadura que
apareceria quase dois meses e meio depois, perante o golpe militar encabeçado
por Gomes da Gosta, secundado por outros, como Mendes Cabeçadas. Conforme é da
história. E o futebol português ainda dava primeiras correrias atrás da
pesadona bola de capa, com jogadores que chutavam e davam cabeçadas trajados de camisolas largas e calções
pelos joelhos, mais botas artesanais, se não de chancas pelo menos de travessas
grossas e protetores a engrossar o couro. Sendo que ao final desse mesmo mês o
organismo organizativo da modalidade, criado em 1914 como União Portuguesa de
Futebol, passou a ter outro nome, mudando de UPF para Federação Portuguesa de Futebol.
Siska viera então reforçar o futebol do Futebol Clube do
Porto e depressa se impôs, tendo-se afeiçoado à cidade do Porto de tal modo que depois se naturalizou português, como agora evocamos. E durante anos foi o grande
guarda-redes que povoava o imaginário dos admiradores do jogo da bola.
= Da revista “A VIDA DO GRANDE CLUBE NORTENHO”, Extra Seleções
Desportivas, publicação de 1978, por Luís César =
Num caso desses, então, um dos seus admiradores era um jovem
que ao tempo ansiava também um dia defender a baliza do seu FC Porto, o qual dava
pelo nome de Américo Ferreira Lopes. Como era relatado no livro biográfico anos
mais tarde dedicado na coleção Ídolos do Desporto ao guarda-redes Américo, que
conseguira mesmo chegar à camisola nº 1 do FC Porto:
«SOB O SIGNO DE MIHALY SISKA
Quando Américo nasceu, em 1933, Portugal desportivo vibrava
de entusiasmo com as proezas de um outro guarda-redes que defendia a baliza do
F. C. Porto e que era, nessa altura, justamente considerado o melhor “Keeper”
existente no país. Era húngaro de origem, chamava-se Mihaly Siska e viera jovem
para o Porto…»
Pois Siska foi mesmo um grande guardião do FC Porto,
merecedor de ser eternamente lembrado. Como neste espaço de Memória Portista
entretanto tem sido aconchegado memorialmente. E tal como se evocou
anteriormente na data comemorativa de sua estreia e por outras ocorrências, também
a oportunidade da efeméride da sua naturalização faz jus a mais uma lembrança.
Desta vez com mais algumas imagens de ilustração e inclusive recortes de fichas
de seu currículo em publicações reportadas a fastos do FC Porto.
= Do livro “FCPorto figuras & factos 1893-2005”, de J.
Tamagnini Barbosa e Manuel Dias =
ARMANDO PINTO
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))
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