As grandes instituições vêm-se e revêm-se nas mais nobres atitudes,
seja em simples como elevadas ações. Tal o caso do grandioso FC Porto que, nalgumas
ocasiões em que se proporciona oportunidade, ainda sabe ter reconhecimento de
gratidão a quem faz parte de bons momentos da coletividade. Como foi o caso de,
no passado sábado, aquando do importante jogo entre as equipas principais do
hóquei do FC Porto e do Sporting, o Porto-Sporting que podia decidir o
campeonato em curso (e para já colocou o FC Porto isolado no comando da prova),
convidou os dois antigos treinadores campeões europeus do FC Porto para
assistirem, no camarote presidencial do Dragão Caixa, a esse jogo da época
portuguesa. Numa apreciável atitude de homenagem e perene gratidão, qual
reconhecimento público a dizer que jamais serão esquecidos, esses dois antigos
hoquistas de fino recorte que, como treinadores, foram obreiros da orientação que
levou aos dois títulos de Campeões Europeus até agora conquistados para o FC Porto.
Esses mesmos dois grandes nomes do Hóquei do FC Porto, quanto a mim,
merecem com efeito ser perpetuados no ambiente memorial do clube. Cristiano naturalmente
tem sido mais lembrado no universo do mundo portista em virtude de haver sido
durante muitos anos o principal representante dessa modalidade no seio do clube
azul e branco, tendo ao longo de muitos anos sido o único jogador do hóquei
portista a ir à seleção principal portuguesa do desporto dos patins. E o Zé Fernandes
faz parte das memórias igualmente do tempo em que o hóquei do clube dragão começou
a ter visibilidade no panorama nacional e internacional. Sendo alguns dos que
merecem maior destaque no museu do clube, inclusive com Cristiano a ter sido
também um dos quatro primeiros campeões europeus do clube como atletas (mais
Castro, António Júlio e Fernando Barbot, ao terem sido campeões de hóquei patinado pela
seleção nacional de juniores em 1969, como jogadores do FC Porto; e dos quais três eram os primeiros formados no clube com essa honra), além de já
em 1968 Cristiano ter sido o primeiro hoquista formado no FC Porto que chegou a
internacional. Assim como merece não ficar esquecido o facto de Acúrcio Carrelo
ter sido, em 1957, o primeiro internacional sénior do hóquei em patins do FC
Porto. Ao qual, em 1971 sucedeu o segundo internacional sénior do clube, Cristiano. Entre fastos dignos de figurarem nos anais do clube e serem mostrados à
posteridade entre estrelas museológicas.
Aliás Fernandes noutros tempos teve até uma curiosidade
relacionada com sua importante ligação ao FC Porto. Como ocorreu aquando duma
Festa do Hóquei em Patins do FC Porto decorrida em 1971, quando ele estava ausente
a cumprir serviço militar nas longínquas paragens de Timor. Em tempo que no
país ainda se vivia a fase das províncias ultramarinas e a guerra colonial,
enquanto no FC Porto havia um espírito de família que unia gente do ambiente
interno e pessoas afetas embora apenas como apoiantes, por exemplo.
Essa festa realizou-se no antigo pavilhão de treinos das Antas (pois ainda não existia o de jogos), na tarde de 8 de Dezembro, que era feriado e dia santo, ao tempo, ainda considerado Dia da Mãe, também. Sendo no caso a festividade portista tida como Dia do Hóquei em Patins.
Disso, como mero exemplo de recordação, junta-se parte duma
crónica então publicada no jornal O Porto, através de cuja mensagem um
articulista desse órgão jornalístico oficial do clube, Domingos Amarelhe, mostrava
como o FC Porto era já então “NÃO SÓ CLUBE GRANDE, MAS UM GRANDE CLUBE”:
Pela parte que toca a este espaço de Memória Portista, Cristiano e Zé Fernandes, entre outros, merecem tudo e muito mais.
Armando Pinto
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