Na proximidade à chegada do dia em que a seleção nacional inicia
a eliminatória do “bota-fora” em dois jogos decisivos diante da Suécia, com
vista à possibilidade de qualificação para o Mundial do Brasil, lembramos uma
recordação da última vitória lusa a doer sobre os escandinavos.
Está em jogo o subconsciente português. Daí que desta feita,
como nalgumas outras ocasiões, o encontro nos acicate interesse. Apesar de, por
norma, a seleção dita portuguesa, como equipa representativa da Federação
Portuguesa de Futebol e extensivamente com inerente nome do país, não nos
despertar uma paixão acérrima - devido essencialmente ao que foi acontecendo ao
longo dos tempos, não sendo verdadeiramente composta pelos melhores, mas sim por
determinadas escolhas a dedo, através de selecionadores normalmente afetos aos
clubes do sul, desde os tempos em que os futebolistas do Porto quase eram
esquecidos, mesmo desprezados, a pontos de normalmente
apenas um ou dois, salvo raras exceções, terem tido possibilidade de completar o ramalhete das
equipas do sistema BSB… Acrescido, entretanto, com casos mesmo de bradar aos
céus, como o que ocorreu com Américo, aquando do Mundial de 1966; e com Vítor
Baía, na campanha e fase final do Europeu inglório do Scolari, em 2004…
Agora calhou a Suécia, de Ibrahimovic e Cª, com quem Portugal vai ter de medir forças, no play-off, por um lugar no Mundial de 2014.
Na calha desta ocorrência, propicia a ocasião para puxar
pela memória e recordar de modo particular uma vitória lusa sobre os suecos, em
jogos oficiais. A que ficou ligado um grande goleador do F C Porto, Fernando Gomes
- neste e noutro jogo, anos volvidos. Já que esse valoroso avançado teve a
Suécia como adversário talismã, porque perante a seleção dos altos e loiros se
cotou historicamente como marcador de serviço, bem servido por companheiros de
clube, ao tempo, dos então diversos Portistas presentes em bons momentos do
futebol português.
Ora, com efeito, foram duas as vitórias da seleção
verde-rubra, num total de dez jogos oficiais, contra os adversários de azul e
amarelo equipados. Ambos os triunfos acontecidos na década dos anos oitenta,
mais precisamente em 1984 e 1987, em Estocolmo. Curiosamente, nas duas vezes
por 0-1; e ambas decididas por Fernando Gomes, o “bibota”.
Está ainda na retina pessoal o momento épico da primeira
vitória, a 12 de Setembro de 1984, no apuramento para o Mundial 1986:
cruzamento da esquerda, saído do pé de Augusto Inácio e desvio eficaz, de
cabeça, por Fernando Gomes. Fazendo assim história o “Gomes do Porto”, pois esse
triunfo lançou Portugal para a qualificação para o Campeonato do Mundo do
México.
De permeio, além dos dez jogos oficiais, Portugal e Suécia jogaram ainda mais
cinco particulares, de cujos desfechos a seleção nacional só conseguiu uma
vitória, por 2-3 (sendo na condição de visitante, em Gotemburgo também), corria
o mês de Setembro de 2002.
Gravadas na memória aquelas duas jornadas de partidas oficiais
dignas de menção, fazemos agora ressaltar a segunda, através de reportagem
inserta na revista “Foot”, em sua edição mensal nº 36, de Outubro de 1987. De cujas
páginas se extraem algumas imagens ilustrativas, a dar ênfase ao que mais permanece
ainda na retina, tal a imagem do golo desse jogo: jogada de mais um ataque
luso, num trabalho individual de António Sousa na esquerda e passe rasteiro
para o pontapé certeiro de Gomes, que decidiu o jogo, a 23 de Setembro de 1987.
Prélio esse a contar então para a fase de apuramento ao Euro de 1988, num
objetivo que depois não chegou a ser atingido, mas porque a seleção principal apenas teve os melhores nesse jogo com os nórdicos (visto antes ter sido uma espécie de seleção B que representou o país, devido ao afastamento dos titulares por via administrativo-federativa, resultante do caso-Saltillo).
Com exemplos desses em ocasiões diferenciadas, há no
presente idêntico estímulo, augurando-se que a equipa lusa agora consiga alcançar
o alvo. À imagem, no resultado de jogo entre os dois contendores, das imagens
de garra e pundonor que a reportagem de 1987 exemplifica.
Armando Pinto
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O caso Saltilho foi uma vergonha, mostrando como o futebolportuguês esteve entregue a uns badamecos que comiam à pala e ainda gozavam. O Amândio de Cravalho foi um dos maiores culpados, ele e o presidente da Federação daquele tempo e ficaram a pavonear-se, porque eram benfiquistas e era e é o que sabemos. A geração é que pagou, porque quando voltaram a jogar os principais, já era tarde.
ResponderEliminarAG
Alguns dos 352 golos que Fernando Gomes fez com a camisola do FC Porto permitiram-lhe tocar o céu da Europa e levantar duas Botas de Ouro, a primeira das quais faz hoje precisamente 30 anos. Para os adeptos portistas, será carinhosa e eternamente o “bi-Bota”.
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