Já é conhecido o novo treinador principal do futebol
portista, apresentado formalmente ao início da tarde desta terça-feira, sob
auspícios do bom tempo ambiental de inícios de Maio. Antes ainda de terminar a presente
época de fraca memória, embora prestes a findar, começando-se a preparar atempadamente
um novo período do Dragão.
Foi pois Julen Lopetegui já apresentado como novo treinador
do FC Porto. Haverá quem esperasse outra dimensão, no caso, diante dalguns
nomes que andavam no ar das cogitações, bem como há quem fique desde já
esperançado, confiando que Pinto da Costa sabe muito de futebol e tem hábito de
ver os defeitos e descortinar virtudes. Mas, como se sabe, em futebol um
treinador só será boa aposta se ganhar. Sendo necessário, para isso, que não se
repitam erros e precipitações, porque na época ainda presente não faltou só
ganhar, escasseou atitude capaz de levar às vitorias.
Ora o novo treinador é um espanhol que, apesar de ainda ter
uma curta carreira como técnico de futebol, alcançou entretanto títulos
internacionais ao serviço das seleções jovens de Espanha. Sendo na história um
dos poucos treinadores espanhóis com assento no banco de comando do F C Porto,
depois de Passarin em 1951/52 e Fernandez em 2003/04. O primeiro com passagem
pouco marcante, enquanto o segundo, apesar de não ter conseguido um bom desempenho
no campeonato português, ainda conseguiu vencer uma Supertaça nacional, diante
do Benfica, e especialmente foi vencedor da Taça Intercontinental de 2004.
Enquanto isso, o novo técnico dos Dragões, Lopetegui, atualmente com 47
anos, iniciou a carreira de treinador em 2003, ao serviço do Rayo Vallecano,
tendo ali permanecido um ano. Depois voltou a treinar em 2008, quando assumiu o
comando técnico do Real Madrid B, escalão de formação do clube merengue no qual
permaneceu uma temporada, vinculando-se
de seguida à Real Federação Espanhola de Futebol para treinar jovens promessas. Nessas funções, conquistou dois títulos europeus, o primeiro
pelos sub-19, em 2011, e o segundo com a equipa de sub-21, em 2013.
Dado o pontapé de saída com a apresentação do novo
treinador, esse jovem mas valoroso comandante de jogadores, com quem foi firmado
compromisso para pelo menos três anos, é tempo agora de contar as armas. Contando
também com a apetência deste novo treinador, cuja juventude se alia a alguma
experiência, patente nos resultados que já obteve na vizinha Espanha, onde o
futebol costuma ser para homens de barba rija, como soe dizer-se. Não sendo só
o nome nem o currículo que levam ao sucesso vitorioso, mas o trabalho e saber,
assim como a mentalização que conseguir incutir na equipa.
Assim sendo, feita a apresentação e aflorados seus
antecessores de língua castelhana, entre alguns dos treinadores que passaram
pelo F C Porto, é oportunidade de ligar o presente ao passado, por quanto isso
reforça afinal os vasos comunicantes da seiva que alimenta o pulsar portista.
Julen é o atual treinador do F C Porto, na sucessão da
prestigiada galeria de homens que orientaram as primeiras categorias, formações
de honra e equipa principal do F C Porto, ao longo dos tempos. Considerando-se
como Ómega, na cronologia, na derivada sucessão provinda desde o primeiro que
teve a responsabilidade de dirigir a equipa portista, qual Alfa iniciador dessa
missão....
Isso numa honrosa lista iniciada com Adolphe Cassaigne, primeiro treinador
formal, mas não remunerado, o qual escalou as jogatanas de alguns dos pioneiros
que, vestindo camisolas de listas azuis e brancas, disputavam renhidos prélios no
campo da Rainha; tal qual o rol foi continuado com Akos Tezler, o primeiro treinador
remunerado, que procurou formatar maior organização no empenho posto em campo,
no terreno da Constituição...
Depois... seguiu-se a continuidade com Szabo e sucessores, mais tarde houve o famoso Siska, para,
anos volvidos, ter surgido Yustrich, inesquecível homem do título de 1956 e
outras conquistas ali por perto, não totalmente esquecido com Guttmann... Até que
nos anos setentas se elevou José Maria Pedroto, ficando para a história como o
Mestre. E daí para cá mais toda a extensa pauta de nomes vencedores dos mais
variados títulos.
Como tal, rememorando alguns desses grandes treinadores que
deixaram sua marca no F C Porto, relembramos algumas curiosidades por meio de
imagens alusivas, ao longo deste trabalho evocativo.
Na esperança que Julen Lopetegui seja um digno sucessor de
Pedroto e seus discípulos, aqui recordamos do tempo de José Pedroto o espaço de
entrada para o departamento de futebol, nos baixos da bancada do estádio das Antas.
Como quem deseja que volte o entusiasmo que a equipa originava por todo o Portismo latente, em torno do mundo azul e banco.
Ainda sem acabar a anterior temporada oficial, porque era
preciso começar já a renovação e revitalização, teve então hoje início a nova
época! Começando com a certeza que o presidente do F C Porto esta vivo, a dar
azo à necessária união da família azul e branca.
Aí está Lopetegui, a quem auguramos a melhor sorte, quão será
sinal de felicidade conjunta. Como se viveu com Pedroto e os que souberam seguir suas pisadas...!
Conforme diz uma mensagem difundida por alguém com interligação
entre a estrutura do clube e a massa adepta, agora há que ganhar novo ânimo
coletivo, sabendo defender a nossa máxima, contra os nossos verdadeiros
inimigos, no exterior.
Entretanto, o arranque do novo ciclo foi dado com uma intensiva
atualização da realidade, através de devido enquadramento consubstanciado na
visita ao museu do clube, que o novo treinador teve oportunidade de visitar e assim se vai inteirando da grandeza do F C Porto, tal qual foi conhecer o complexo dos campos
de treinos, o Centro de Treinos e Formação do Olival, em Gaia, e o relvado do Dragão, no Porto; tudo numa volta de reconhecimento, no primeiro dia de Lopetegui, num novo
dia do F C Porto.
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© Armando Pinto
Bom trabalho, caro Armando Pinto. Mas gora debatemo-nos com uma questão que vale o que vale, mas que não deixa de ter o seu interesse... histórico: já vi em certas páginas perdidas e amareladas pelo tempo o Adolphe Cassaigne ser considerado cidadão belga. Será?
ResponderEliminarViva sr. Vitor Queirós.
ResponderEliminarPois coloca-me uma questão cuja dúvida não sabia existir. Tudo o que conheço indica Adolph Cassaigne como francês, sendo assim referido por Rodrigues Teles, nas mais antigas notas históricas. Mas se há essas referências também antigas, fico igualmente na dúvida, como por vezes acontece em situações do género. Contudo, à falta de outras provas, e não havendo certezas, resta o considerarmos francês, segundo as indicações mais remotas.
Tenho gostado muito das suas crónicas da revista Dragões, a qual desse modo tem surgido mais interessante e valorizada.
Abraço.