Na imagem, a partir da esquerda, estão perpetuados visualmente,
numa época sensivelmente pelos inícios da década dos anos setentas, três nomes do dirigismo portista: Artur Peixoto Júnior,
Alfredo Borges e Jorge Nuno Pinto da Costa. Em cuja foto está documentado o ato da entrega duma
medalha ao nesse tempo director duma secção, Pinto da Costa (e, passados anos, atual Presidente da Direcção do clube), colocada ao peito, na sua lapela,
pelo então Vice-presidente e Chefe do Departamento de Futebol do F C Porto, Alfredo Borges; com Artur Peixoto a apadrinhar.
Cerimónia essa, como se pode ver pelas paredes, ocorrida numa das salas da antiga sede social do F C Porto, ainda no edifício lateral à Câmara Municipal do Porto, na Praça do Município, hoje Praça General Humberto Delgado. Vendo-se, por fundo, algumas pequenas molduras com alguns dos quadros dedicados a figuras do clube, então patentes a decorar espaços e homenageando glórias portistas.
Cerimónia essa, como se pode ver pelas paredes, ocorrida numa das salas da antiga sede social do F C Porto, ainda no edifício lateral à Câmara Municipal do Porto, na Praça do Município, hoje Praça General Humberto Delgado. Vendo-se, por fundo, algumas pequenas molduras com alguns dos quadros dedicados a figuras do clube, então patentes a decorar espaços e homenageando glórias portistas.
Como comentava Cândido Borges (antigo atleta do andebol de
onze e de sete do F C Porto e, também, filho do grande diretor portista sr.
Alfredo Borges - a quem agradecemos a cedência da foto que encima este artigo), uma legenda ajustada para este trio era: «Homens que sempre
lutaram por uma causa! Ser portista não é só clubite, mas um estado de
espírito...»
Ora o sr. Artur Peixoto foi seccionista do Atletismo do F C
Porto. Faleceu em 1978 no dia em que o F C Porto se sagrou campeão nacional de futebol,
ao fim de 19 anos... mas antes do jogo que consumou essa conquista. Conheci-o
bem, pois era meu conterrâneo... sendo natural da freguesia de Rande, onde
tinha residência familiar na Casa do Outeiro de Baixo, em pleno concelho de
Felgueiras. Tendo depois de uma curta carreira profissional na então povoação
da Longra, ido residir para a cidade do Porto, em cuja metrópole da Invicta, após alguns empregos e
parcerias com alguns conterrâneos e conhecidos, como Adriano Castro e Carlos
Pereira, se dedicou por fim à indústria de tintas, com uma conhecida firma em que foi um dos sócios gerentes.
Recordo-me de ter tomado conhecimento da triste notícia de seu falecimento quando, ao fim desse célebre dia, cheguei à minha terra, à Longra, no regresso depois do jogo do título. Embora então sem noção ainda, por quanto estava tudo ainda em êxtase pela conquista tão ansiada…. enquanto os amigos e conhecidos Portistas da Longra já faziam a festa, metendo até aparelhagem sonora de altifalantes a levar pelos ares música alusiva e gravações do relato do jogo dessa tarde, pela voz do Amaro (do Quadrante Norte, dos Emissores do Norte Reunidos), tendo de seguida sido posto no prato da aparelhagem um disco já alusivo aos campeões, que eu trouxera, comprado que foi na tarde desse dia, numa tenda à saída do estádio, louvando a “Turma de Pedroto, grande comandante / os craques do Porto, equipa gigante / (etc. etc.)… Rodolfo, Ademir, Duda e Oliveira / mais o Gomes na dianteira”…!
No livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de
Felgueiras” (publicado em 1997), dedicamos-lhe uma devida atenção, incluindo-o
entre pessoas algo salientes na sociedade local, descrevendo:
«Antigo funcionário responsável administrativo do
funcionamento da Casa do Povo da Longra, na década de cinquenta, nasceu na Casa
do Outeiro de Baixo, em Rande, onde viveu durante a sua juventude.
(Desse período é uma fotografia, reproduzindo à posteridade
uma sessão pública em que Artur Peixoto acompanha em palco o então presidente e
um vogal da instituição, mais um deputado da nação e os então Presidente da
Câmara de Felgueiras e o Vice e Administrador do Concelho – conforme legendagem
patente no original datilografado para a monografia histórica da região.)
Estabeleceu-se mais tarde no Porto como industrial de
tintas, tendo sido sócio-gerente da afamada firma nortenha do ramo, a “Lexoline”.
Apesar de não ter deixado vincada sua acção pessoal na terra
natal, além de ter operado restauro da sua casa de campo (…), doou a imagem de S.
Simão à igreja paroquial de Rande.
Fez parte, em 1965, da Assembleia-Delegada do F. C. Porto, em
cuja composição de associados também esteve Deolindo de Sousa Machado, natural
de Longra-Rande. Em 1972/73 Artur Peixoto fez igualmente parte dos Corpos
Gerentes do F. C. Porto, por indicação de Adriano Sampaio e Castro (que não pôde
aceitar convite de seu primo Engº Mário Castro), na primeira gerência do Dr.
Américo Sá, integrando a secção do atletismo.
Faleceu precisamente no dia em que o F. C. Porto conquistava o
título de Campeão Nacional de 77/78 em futebol, que era então muito ansiado
devido a longa espera, e a cujo último jogo contava assistir depois de ir dar
uns mergulhos à praia, onde morreu por acidente. Na manhã de 11 de junho de 1978.»
= Nota de falecimento saída nos jornais no dia seguinte, 12 de junho de 1978.
Incorporaram-se no funeral vários membros da Direção do FC Porto e amigos do Clube, com realce para o então presidente Dr. Américo Sá e Alexandre Magalhães, antigo hoquista do FC Porto (e mais tarde vice-presidente da Direção seguinte).
ARMANDO PINTO
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))
Todos sabemos que o atletismo nunca foi um desporto muito feliz no FC Porto, por isso mesmo os dirigentes que trabalharam nele merecem consideração. Mas melhor que isto podem e devem falar os antigos atletas.
ResponderEliminarAC