Faz agora 45 anos
que, em Vigo, no noroeste espanhol, Portugal venceu o Campeonato da Europa de
Juniores em hóquei patinado. Feito inédito até então, a ser alcançado por uma
seleção portuguesa desse escalão.
Foi o 9º Campeonato da Europa de Juniores em Hóquei em Patins, decorrido
de 10 a 14 de Setembro de 1969, em Vigo/Espanha. Tendo Portugal, finalmente, conseguido aí
vencer pela primeira vez essa prova em Espanha, na pátria dos rivais ibéricos
dessa modalidade-princesa na Península Ibérica. Competição que nesse ano Portugal
alcançava pela terceira vez, em nove edições, mas finalmente conseguia vencer fora do país, e
sobremaneira em Espanha. Onde no ano anterior, com os mesmos pontos do vencedor, com quem empatara no duelo ibérico tradicional, Portugal perdera apenas na classificação pela diferença mínima de
golos. Sendo assim algo que então, o tão desejado triunfo, era obtido por fim em 1969.
Nesse Europeu, em que os jovens hoquistas portugueses se
superiorizaram a tudo e todos, Portugal ficou no lugar cimeiro, numa
classificação final que para a história ficou ordenada pela seguinte ordem: 1º
Portugal; 2º Espanha; 3º Itália; 4º Alemanha;
5º Suíça e 6º França. Através duma carreira decorrida só com vitórias
lusas, tais foram os resultados: com a Suíça....9-2; Alemanha....4-1; França....8-0; Itália.....4-0 e Espanha....4-2.
Presentes a apoiar a selecção estava Alexandre Magalhães, capitão da equipa sénior do F C Porto, mais Pinto da Costa, Arlindo de Sousa e Prof. Aires Miranda, nessa data dirigentes
da secção de hóquei em patins portista.
Cristiano, António Júlio e Fernando Barbot tornaram-se os primeiros atletas campeões da Europa formados nas escolas do FC Porto em todas as
modalidades.
No lote escolhido pelo selecionador Guilhermino Rodrigues, foram então campeões os hoquistas Rui Monteiro (guarda-redes, do Paço d´Arcos); José Castro
(guarda-redes do F C Porto); António Júlio,
Fernando Barbot e Cristiano Pereira (também todos estes do F C Porto);
António Vale (do Valongo); Carlos Leitão, Victor Orêncio e Pedro Dinis (do
Parede); e José Fernandes (da Cuf, do Barreiro). Cristiano (na imagem ao lado, em gravura amarelecida pelos quarenta e cinco anos já passados...) sagrou-se rei dos
marcadores, numa lista em que
inscreveram seus nomes, entre os portugueses: Cristiano - com 13 golos;
José Fernandes-8; Orêncio e Leitão-3; Vale e Júlio-2; e Dinis-1.
Por nessas eras normalmente as seleções ditas nacionais serem
quase só formadas por atletas de Lisboa e arredores, ou seja sem nortenhos, especialmente, houve ineditismo de nessa seleção o sul e norte do país terem estado representados
a meias, com metade de cada lado do mapa retangular lusitano. O que mereceu destaque e grande atenção dos adeptos.
Tanto como a nível Portista, a pontos do jornal O Porto ter feito uma
entrevista, sobre essa glória para Portugal e honra para o F C Porto. Como elucidamos,
aqui e agora, com recortes guardados no arquivo particular do autor destas
linhas. De onde respigamos igualmente a imagem cimeira.
(Reportagem que continua e se conclui no fim, ao fundo deste artigo)
Relacionado com algumas passagens da reportagem jornalística
acima reproduzida (parcialmente em imagens digitalizadas) e como curiosidade, assinasse-se
um outro facto: Guilhermino Rodrigues, já falecido, era assumido sportinguista;
mas, como homem de carácter, sem olhar a clubismos ou regionalismos, soube
escolher a melhor equipa de hoquistas existentes nesse ano, dentro da idade
normal da categoria. Num lote que veio a possuir futuros astros da modalidade,
com Cristiano em lugar de destaque, como um dos melhores hoquistas de sempre,
como foi.
Além disso, diversos outros chegaram a ter carreiras de destaque e a merecerem interesse da parte de clubes de topo. Acrescendo assim, por exemplo, que depois o avançado Zé Fernandes logo se transferiu para o F C Porto (como damos nota numa imagem recortada duma caixa do jornal O Norte Desportivo, da época); bem como, mais tarde, o mesmo aconteceu com Vale e Orêncio.
Ora, esse valioso naipe de bons jogadores de hóquei,
formando grupo valioso, qual ala dos namorados cantada por Camões, escreveram uma
das mais ternas páginas da história do hóquei português, em rinque, na Galiza - com hábil uso de seus aléus e em deambulações sobre patins, conquistando
o 3º título ganho por Portugal e o 1º conquistado em Espanha. Há 45 anos. Como
já decorreu o tempo …
Note-se que realçamos o caso da participação Portista, através de hoquistas que nesse tempo vestiam a camisola azul e branca, por o material alusivo que possuímos ser naturalmente relacionado ao caso, sem menosprezo aos restantes elementos, todos dignos de apreço.
Em vista disso, para comemorar tão inesquecível façanha, vai
realizar-se este próximo sábado um convívio, a decorrer na cidade do Porto (metrópole mais perto de Vigo, ao norte peninsular),
entre os sobreviventes dessa conquista célebre. De cujo acontecimento contamos
proximamente registar algo, como ilustração que tão feliz ocorrência merece.
Entretanto, recordamos aqui, de seguida, a conversa que foi publicada à guiza de entrevista, depois, nesse ano, no jornal O Porto:
((( CLICAR SOBRE AS IMAGENS DIGITALIZADAS, PARA AMPLIAR )))
Armando Pinto
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