Faleceu, na manhã do passado domingo, dia 14, o antigo
jogador de futebol Joaquim Jorge, um dos futebolistas cuja camisola vestida
povoava a magia de nossa infância. Um valor daqueles que eram ouro negro
provindo das antigas colónias ultramarinas e, então, veio de Moçambique para
vestir a camisola do F C Porto, em 1962.
E foi mesmo por essas eras um dos ases do desporto que faziam parte das coleções de figuras que vinham nos rebuçados, daqueles populares cromos de colar em cadernetas (como nos recordamos, à imagem da gravura que, com a devida vénia, colhemos no blogue amigo “Dragãodoporto”).
E foi mesmo por essas eras um dos ases do desporto que faziam parte das coleções de figuras que vinham nos rebuçados, daqueles populares cromos de colar em cadernetas (como nos recordamos, à imagem da gravura que, com a devida vénia, colhemos no blogue amigo “Dragãodoporto”).
Moçambicano de nascimento e português de naturalidade, além
de penafidelense por afeição, residente que foi na terra adotada como sua, onde
acabou a carreira desportiva como jogador e treinador do Futebol Clube de
Penafiel, tinha 73 anos agora, à sua morte. Natural de Maputo, Moçambique,
Joaquim António Jorge nasceu a 18/02/1939, e faleceu a 14/09/2014, ficando para
sempre em Penafiel, em cujo campo santo é sepultado esta terça-feira,
dia 16.
No F C Porto fez parte duma defesa com nomes consagrados na história do futebol portista e nacional, quanto eram Américo, Festa, Almeida, Rolando, Alípio, e outros, como se recorda em duas imagens reportadas a homens da retaguarda portista em meados dos anos sessentas - com gravuras recortadas de documentação portista do autor destas linhas.
Joaquim Jorge, defesa central de grande porte, nascido em
Moçambique a 18 de Fevereiro de 1939, começou por representar o F C Porto, a
partir de 1962/1963, permanecendo de azul e branco a evoluir nas Antas até
1964/1965, tendo aí sofrido os efeitos do sistema desportivo que impediram nesses anos diversas conquistas,
pelo menos - como aconteceu numa final da Taça de Portugal em que esteve
presente, ingloriamente, perante uma autêntica roubalheira a favor do mais
beneficiado desse tempo, o Benfica… Assim, à falta de melhor, Joaquim Jorge
ficou ligado a alguns triunfos possíveis, tal como foi o caso da Taça do Torneio Luís
Otero, em Espanha – a que se reporta a imagem junta.
Depois esteve ao
serviço do Vitória de Guimarães, onde alcançou o estatuto de internacional.
Como acontecia nesses tempos em que do F C Porto só eram lembrados para as
seleções os verdadeiros astros, e poucas vezes, por norma; enquanto os outros
bons valores, pelo menos idênticos e mesmo melhores que alguns dos que eram selecionados, só
conseguiam vestir a camisola das quinas quando se mudavam para outros clubes.
Ora Joaquim Jorge, que defendeu as cores vitorianas desde 1965/66 até 1971/1972,
alcançou assim duas oportunidades de vestir a camisola da representação
portuguesa quando estava em Guimarães, somando duas internacionalizações, em
1969. Marcou nesse tempo uma era no futebol da cidade-berço, tendo ajudado em
tal período o Guimarães a ter alcançado pela primeira vez a sua melhor
classificação, como foi o 3º lugar no campeonato, distinguindo-se ele como um dos
jogadores mais influentes da formação vitoriana, a pontos de ter inclusive
conquistado a Taça Somelos-Helanca na sua segunda edição, sucedendo ao guarda
redes Américo nesse galardão existente ao tempo, a premiar o atleta mais
regular de cada temporada.
Por esses tempos, fazia parceria com outro defesa
com marca na história vitoriana, Manuel Pinto (irmão de Custódio Pinto), com
quem fez dupla na seleção - e ambos ainda também com o Pinto e o Rolando do
Porto (duo valioso cuja aura, dessa vez, se sobrepôs para terem também jogado
nessa equipa da Federação Portuguesa de Futebol, sediada em Lisboa e ainda sob
auspícios do sistema BSB)…
Anos volvidos, por fim, ainda enquanto praticante, Joaquim Jorge transferiu-se para o F C Penafiel, clube da antiga Arrifana do Sousa, em cuja cidade se arreigou e passou a residir. Mais tarde passou a desempenhar funções de treinador, por vezes na equipa senior e mais assiduamente das camadas jovens, tendo treinado ainda os juniores do F C Felgueiras. Na cidade do pão de ló fez muitas amizades e deixou cartel como homem bom e competente. Missão essa que continuou de seguida na terra afetiva, mantendo-se em Penafiel e ao serviço do F C Penafiel onde fosse necessária sua dedicação. Reconhecida, tal afeição, finalmente na derradeira homenagem pública, tendo o corpo do Joaquim António Jorge estado em câmara ardente no salão nobre dos Bombeiros de Penafiel, e ficado sepultado na mesma terra que o acolheu e ele abraçou.
- Ao lado = Joaquim Jorge, treinador do Penafiel (foto do site Futebol Clube de Penafiel)
Armando Pinto
O Joaquim Jorge foi para o Vitória de Guimarães envolvido na transferência de Djalma em 1965/66, como exigência do Guimarães, vendo o valor do avançado e a necessidade do Porto ter um ponta de lança como aquele, e o JJ foi cedido em troca na ida do brasileiro Djalma para Porto. Que descanse em paz.
ResponderEliminarDeve-se acrescentar que este grande Homem representou ainda o futebol amador, no campeonato popular e que deixou eternas saudades... Bem haja a sua alma se este mundo tivesse um terço de homens como ele, seis muito melhor...
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