A final da Taça de Portugal de 1968 ficou gravada nos anais
da memória portista. Como depois aquele jogo do golo de Ademir que possibilitou
a conquista do Campeonato em 1978, mais tarde as vitórias de Viena e Tóquio em 1987,
e felizmente muitas outras. Contudo a Taça de 1968 veio dar a alegria de um
título que então já não vinha para o FC Porto há um ror de anos e o pequeno
portista que crescia aqui no autor destas linhas nem sabia ao tempo o que era
uma coisa assim. Ouvi pelo relato, dum rádio meio roufenho mas que mexia bem
com tudo, nessa tarde que deu uma alegria do caraças. E o Porto venceu, carago!
O Estádio do Jamor estava cheio nessa tarde de 16 de junho de
1968: jogava-se a 28.ª edição da final da Taça de Portugal, entre FC Porto e
Vitória de Setúbal.
Os sadinos colocaram-se cedo em vantagem, com a defesa ainda a posicionar-se, levando Américo a puxar pelos colegas que ficaram cabisbaixos. Ora, depois e num ápice, a coisa mudou. Há um livre, Pedroto berra lá para dentro a indicar que deve ser o Valdemar a marcar e o corpulento Valdemar Pacheco dispara de longa distância um potente chuto, com a bola a só parar no fundo da baliza. O Setúbal tem uma reação que obrigou Américo a vistosas defesas, e a equipa do Porto consegue sacudir a tendência até à outra metade do campo, levando a bola para a frente e obrigando os setubalenses a ceder canto. Djalma encarrega-se da marcação, enviando a bola quase ao primeiro poste, onde Nóbrega, rodeado de adversários, consegue rodar como ele sabia e remata com o seu pé direito de primeira, ele que era esquerdino, atirando a redondinha lá para as malhas do véu da baliza. Em apenas oito minutos, viramos o resultado para 2-1. Depois, apesar de ainda faltar muito tempo, já só pensávamos como seria bom quando acabasse… enquanto Américo foi defendendo à farta a manter tudo a nosso favor; Pinto, Eduardo Gomes e Pavão a meio campo iam pondo ordem; mais atrás Rolando, Atraca, Valdemar, Bernardo da Velha e seus pares não deixavam os homens da margem do Sado chegar-se muito à nossa baliza; e lá na frente, Jaime "Ventoinha" de um lado, Nóbrega do outro, puxavam o fio de jogo, ao passo que Djalma era um constante quebra cabeças aos anteriores vencedores da taça... Até que, no fim, finalmente lá foi o Pinto do Porto subir à tribuna, com a felicidade de tanta gente estampada no rosto, e recebeu a taça, que beijou como num sentido apertar duma preciosidade para quem naquele momento estava bem feliz.
Os sadinos colocaram-se cedo em vantagem, com a defesa ainda a posicionar-se, levando Américo a puxar pelos colegas que ficaram cabisbaixos. Ora, depois e num ápice, a coisa mudou. Há um livre, Pedroto berra lá para dentro a indicar que deve ser o Valdemar a marcar e o corpulento Valdemar Pacheco dispara de longa distância um potente chuto, com a bola a só parar no fundo da baliza. O Setúbal tem uma reação que obrigou Américo a vistosas defesas, e a equipa do Porto consegue sacudir a tendência até à outra metade do campo, levando a bola para a frente e obrigando os setubalenses a ceder canto. Djalma encarrega-se da marcação, enviando a bola quase ao primeiro poste, onde Nóbrega, rodeado de adversários, consegue rodar como ele sabia e remata com o seu pé direito de primeira, ele que era esquerdino, atirando a redondinha lá para as malhas do véu da baliza. Em apenas oito minutos, viramos o resultado para 2-1. Depois, apesar de ainda faltar muito tempo, já só pensávamos como seria bom quando acabasse… enquanto Américo foi defendendo à farta a manter tudo a nosso favor; Pinto, Eduardo Gomes e Pavão a meio campo iam pondo ordem; mais atrás Rolando, Atraca, Valdemar, Bernardo da Velha e seus pares não deixavam os homens da margem do Sado chegar-se muito à nossa baliza; e lá na frente, Jaime "Ventoinha" de um lado, Nóbrega do outro, puxavam o fio de jogo, ao passo que Djalma era um constante quebra cabeças aos anteriores vencedores da taça... Até que, no fim, finalmente lá foi o Pinto do Porto subir à tribuna, com a felicidade de tanta gente estampada no rosto, e recebeu a taça, que beijou como num sentido apertar duma preciosidade para quem naquele momento estava bem feliz.
Ali nós, Dragões, erguemos a nossa terceira Taça. Mas, em idade para ter memória pessoal, era a primeira que víamos em mãos dum jogador do F. C. do Porto.
Nesse jogo que valeu o primeiro troféu a José Maria Pedroto como treinador, o FC Porto alinhou com Américo; Bernardo da Velha, Rolando, Valdemar e Atraca; Pavão e Custódio Pinto; Jaime Silva, Djalma, Eduardo Gomes e Nóbrega.
Horas mais tarde, os “bravos do Jamor” eram recebidos de forma apoteótica no Porto, cujo trajeto de Pedras Rubras até ao centro da cidade demorou mais de duas horas. Não era para menos: aquela conquista punha fim a um jejum de nove anos sem qualquer título.
Nesse jogo que valeu o primeiro troféu a José Maria Pedroto como treinador, o FC Porto alinhou com Américo; Bernardo da Velha, Rolando, Valdemar e Atraca; Pavão e Custódio Pinto; Jaime Silva, Djalma, Eduardo Gomes e Nóbrega.
Horas mais tarde, os “bravos do Jamor” eram recebidos de forma apoteótica no Porto, cujo trajeto de Pedras Rubras até ao centro da cidade demorou mais de duas horas. Não era para menos: aquela conquista punha fim a um jejum de nove anos sem qualquer título.
= Jornal "O Porto" de 22 de Junho desse ano, alusivo à
conquista da Taça de Portugal de 1968, com a primeira página toda guarnecida, com imagem do momento da entrega de Taça e fotos dos heróis da equipa vencedora.
Jornal que consta das relíquias em arquivo do autor deste blogue. =
Foi também a primeira grande vitória aqui do autor desta
linhas como Portista. Num tempo que nos faz dar importância à memória de antigos valores pouco vencedores, pelas condicionantes do regime desses tempos... E temos esses tais como dignos de apreço, por se terem mantido fieis à causa azul e branca, sabendo que o clube que defendiam era sistematicamente prejudicado e suas carreiras iam ficando aquém do que poderia ser alcançado. Tanto como foi acontecendo especialmente no decurso dos anos sessentas, mas não só, obviamente.
Atendendo à importância tida por essa conquista, recordamos algumas passagens do acontecimento, através de parcelas jornalísticas que estão guardadas no acervo pessoal... e documento-sentimental.
Pois então, nesses tempos, contando tantos casos de lesa clube, pelo regime reinol das presidências federativas circunscritas ao triunvirato BSB, o F C Porto conseguiu superar contrariedades e muitas adversidades, ao ponto de então, à chegada do calor de 1968, ter conseguido meter uma lança em África, como soe dizer-se, com a vitória na Taça de Portugal de 1967/1968.
Por quanto representou isso, nunca é de mais recordar essa emocionante vitória. Como já por diversas vezes rememoramos em artigos vários neste e outros nossos espaços da blogosfera portista. E agora aqui reavivamos.
Pela raridade e curiosidade, juntamos as fichas identificativas dos componentes da equipa, ou seja os participantes ao longo da campanha dessa Taça, enumerando todos os que jogaram nas sucessivas eliminatórias e final.
Posto isto, quem sentiu o que era ver o Américo defender, e jogar um Pinto, um Festa, um Nóbrega, etc. etc. e sentiu que eles mereciam ganhar campeonatos que lhes eram sonegados, tantas as injustiças sucedidas, sabe dar mais valor e apreço ao que é hoje vermos o F C Porto como está, perante a inveja dos adversários e alguma insatisfação de quem deve apoiar sempre. À mistura com fé e confiança, que faz ser Porto e pelo Porto.
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))
Para mim a foto que encima o texto é histórica e nostálgica ...não por eu me lembrar do dia pois tinha 3 anos .....mas por conhece-la sempre ao longo da minha infância na parede da nossa cozinha juntamente com outra mais antiga de 58/59....meu falecido pai fazia questão de recordar os bons momentos que viveu com o seu FCPorto e então passou-nos essa virtude de sermos também portistas de alma e coração. O meu nome só por si reflecte o Portismo do meu Pai;pois ele sempre nos disse que o Hernâni tinha sido o melhor jogador português .......Abraços Portistas... Hernani Rocha. Açores
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