Como diz uma canção do Duo Ouro Negro, dupla de portistas angolanos
eternamente lembrados (no mundo musical e não só), setembro chegou e o verão
terminou…
Ora, na transição do Verão para o Outono, na roda do ano e
dentro do calendário temporal das iniciativas do Museu do FC Porto, por entre
vislumbres do que vai sendo anunciado e visto na agenda de programação desse
setor, há as histórias mostradas através das exposições temporárias que de vez
em quando têm lugar na sala de acesso livre entre o museu e espaços de convívio
e aquisições, junto ao hall de entrada do museu e da loja, mais do bar-café.
Decorrendo de quando em vez exposições de duração limitada, a demonstrar parte
do muito que tem estado por ver, ou seja com peças de armazém dos fundos do
museu, entre material que ainda não teve a devida colocação no museu próprio.
Como é a exposição temporária, aberta em finais de Agosto e a decorrer até por Outubro dentro.
Assim, chegando à atualidade, sendo Setembro o mês dos
aniversários do Museu e do FC Porto, estão em marcha algumas realizações, como
tem sido anunciado. Entre cujo ambiente está também patente a exposição já à
vista, sobre as ligações entre o FC Porto e Angola, através das suas filiais e
congéneres, na afinidade citadina com a Casa de Luanda no Porto. No
relacionamento do FC Porto haver sido o primeiro clube português a visitar Angola,
como sucedeu em 1949 numa visita que ficou eternizada como a Caravana da
Saudade. Tendo essa viagem resultado numa embaixada de sucesso marcante, a
ponto de ter levado à publicação dum livro narrador dessa romagem portista e a
partir daí haver originado o surgimento de delegações e filiais do FC Porto
naquele torrão da então província do ultramar português. Assim como depois se sucederam
outras deslocações de idêntico cariz, como foi em 1969 (na presidência de Pinto
de Magalhães), e mesmo 1972 (ao tempo da presidência de Américo Sá, representado
por Fernando Cabral e Jorge Vieira, na chefia à comitiva dos futebolistas desse tempo), e por aí adiante. Ficando marcas em filiais
como as de Luanda, Cabinda, Moxico e Lubango. Com a particularidade desta
mostra se cingir mais ao futebol, pois se fosse extensível a outras modalidades
seria de recordar, por exemplo, algumas filiais com prática de hóquei em patins, basquetebol, etc.
Em tal conexão, o sexto aniversário do Museu e os
126 anos do FC Porto, que se comemoram a 28 de setembro, passam também por esta
exposição temporária. Embora o mais evidente, no que toca o sentimento global
portista, seja naturalmente a exposição
permanente, do museu propriamente, onde se sente e vê parcelas da história azul e
branca, a contar desde 1893, ano da fundação do clube: - «O património portista
marca presença em três séculos bem distintos e diferencia-se pela genuína
identidade portuense que o FC Porto assume, orgulhosamente, desde o nascimento»
– como consta da literatura oficial.
Pois então, a exposição temporária, presentemente visível ao
público, ajuda a percorrer uma pequena parte da memória dos Dragões, numa
ínfima porção de visita ao passado afetivo do mundo azul e branco.
Em tal circuito dessa vivência, também aqui o autor destas linhas esteve um destes dias em visita ao mundo do Dragão, no caso para uma providência de burocracia necessária (a inscrever como sócio do clube o meu neto mais novo), aproveitando para dar uma vista de olhos na mais recente exposição temporária, à disposição pública duma visita rápida.
Com a feliz ocorrência de ter tido a
companhia dum bom amigo correligionário portista, tendo tido oportunidade de
rever e ter sido acompanhado pelo Paulo Jorge Oliveira que também pensa o FC
Porto sempre.
Assim sendo, tendo-se revisitado por essas imagens gráficas de
tamanho grande algumas grandes recordações, do acompanhamento como apoiante do
clube, o facto levou mais uma vez também a pensar como aquilo ali, na parte
propriamente museológica do clube, será algo importante do todo que deve fazer parte
permanente do museu do FC Porto.
Como tantas outras coisas ainda guardadas,
pois tudo o que faz parte da memória portista, sendo que foi conquistado e tem
história como tal, merece figurar diante dos olhos de todos.
Como foi bom ver aquele grande quadro da equipa da “Visita a
Angola” em 1949, ao jeito de um que figurou na antiga sede da Praça do
Município e depois no Museu das Antas, a Sala-museu Afonso Pinto de Magalhães, entre
os quadros oferecidos ao clube pelo senhor Armando Plácido. Como ver as
gravuras dos angolanos que vestiram a camisola do FC Porto, ali vendo caras de
boa memória como foram Arcanjo, Carlos Duarte (o tal que levou a que o antigo
presidente angolano Eduardo dos Santos fosse e seja portista), mais Boavida, Lemos,
Seninho, Freitas, Jorge Plácido, Chainho e todos os outros ali referenciados…
... Mesmo
algumas das delegações de tais embaixadas sucessivas, como aquela da foto em
que aparecem Aníbal, Pavão, Custódio Pinto, Luís Pereira, Rolando, João, Nóbrega…
... E mesmo o livro da Caravana da Saudade (que por acaso até tenho no meu espólio
arquivista também um exemplar, em bom estado), assim como peças respeitantes a
ofertas ao clube ou a pessoas do clube em representações clubísticas, etc.
Em suma, esta exposição temporária, intitulada ‘A Casa de
Luanda no Porto’, a decorrer na Sala Multiusos do Museu, está patente ainda durante setembro e outubro,
com entrada livre, a mostrar imagens relacionadas com as afinidades históricas
entre Angola/Luanda e o FC Porto/cidade do Porto.
Acrescendo a tudo isto que o universo portista tem muitíssimos relacionamentos com essa convivência de afinidades pátrias, como no caso de Angola consta em diversa literatura historiadora. Como se pode lembrar através de alguns do muitos livros com referências alusivas, entre o acervo da biblioteca particular aqui do autor deste blogue.
Armando Pinto
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