Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Memória de Mário Jardim (18/10/1943 - 25/09/2023) – médio do FC Porto por uma época, histórico futebolista para sempre na memorização portista

 

Mário Jardim, antigo jogador de futebol que, oriundo do Sporting de Braga, esteve no FC Porto durante a época de 1967/1968, e falecido a 25 de setembro deste ano de 2023, é um nome histórico do FC Porto, que como tal merece sempre ser lembrado. Falecido com 79 anos, no mês anterior a completar 80. Algo que apraz trazer acima na memória portista este mês em que completaria os dois carros de vida, como antigamente no Entre Douro e Minho se contavam popularmente os anos na conta dos oitenta – por medida figurativa de carros de bois cheios de milho (ou outros cereais), ou seja pelo dobro de quarenta alqueires, no caso. Querendo dizer 80.

= Plantel de 1967/1968 - a partir da direita para a esquerda - em cima: Américo, Atraca, Mário, Valdemar, Rolando, Fernando, Cartaxo e Domingos; em baixo - Malagueta, Rui Ernesto, Pinto, Ricardo, Eduardo Gomes, Djalma e Manuel António. 

Mário Manuel Jardim Rodrigues, tal o seu nome completo, nascido a 18 de outubro de 1943, em Braga, era conhecido popularmente por Mário “Espingardeiro”. Tendo, depois de passagem pelo Desportivo das Aves, tido realce na sua carreira de futebolista como integrante da equipa do Sporting de Braga que em 1966 venceu a Taça de Portugal. De cuja saliência então demonstrada levou a merecer interesse do FC Porto, acabando por ingressar no plantel azul e branco das Antas na época imediata, em 1967. E assim jogou no FC Porto em 1967/68, havendo como tal (embora sem ter participado em jogos da campanha das eliminatórias e final) pertencido ao lote da vitória do FC Porto da Taça de Portugal nessa época de 1967/68, ganha após a disputada final de 16 de junho de 1968.

Com efeito, Mário, como era simplesmente conhecido no FC Porto, integrou o plantel sénior portista na temporada de 1967/1968, tendo alinhado em 8 jogos (nesse tempo em que ainda não havia substituições a não ser do guarda-redes por lesão do titular, aliás última época em que ainda assim foi).

= Torneio Início de 1967/68, no verão de 1967, antecedendo o Campeonato: - Conforme arquivo do autor, de crónica pessoal, à época, ainda com letra de aluno do antigo 2º ano liceal…

Havendo tido estreia pelo FC Porto nos jogos do Torneio Início da AFP, depois no começo do Campeonato Nacional fez parte da equipa da jornada inicial que em Lisboa, a 10 de setembro de 1967, derrotou o Belenenses por 2 golos sem resposta. 

Somou nessa temporada 6 jogos no Campeonato Nacional da 1ª Divisão e 2 na prova europeia Taça das Cidades Com Feira (antecessora da Taça UEFA e Liga Europa). Além de diversos jogos pela equipa de Reservas (Equipa B) vencedora da respetiva prova da Associação de Futebol do Porto.

= Equipa principal do FC Porto da época 1967/68: Em cima, da esq. p/ d.ta - Rolando, Fernando, Almeida, Mário, Atraca e Américo; em baixo, pela mesma ordem - Eduardo Gomes, Djalma, Custódio Pinto, Manuel António e Malagueta.

Tendo, efetivamente, Mário ficado nos anais da participação portista em provas europeias com seus 2 jogos na Taça das Cidades Com Feira de 1967/68.
 
= Mário na caravana portista em deslocação para a prova europeia dessa epoca, na eliminatória com o Hibernian, da Escócia..

Desaparecido do mundo dos vivos, esse antigo médio português que foi mais tempo uma das figuras do Sporting de Braga e ainda uma época também no FC Porto, no decorrer dos anos 60, Mário Jardim “Espingardeiro”, deixou seu nome ligado ao futebol português por uma carreira de vários anos de 1.ª Divisão Nacional (atual I Liga). Onde, ao serviço dos minhotos, conseguiu angariar o primeiro grande troféu da história arsenalista, a Taça de Portugal de 1965/66, além de ter representado o emblema dos Dragões. Na continuação da carreira iniciada no Sporting de Braga, com toda a sua formação no mesmo clube da sua terra, até ter chegado aos seniores na época de 1961/62, para volvidos anos ter ido jogar no Desportivo das Aves, que representou em 1964/65, e de seguida voltou ao Braga, em 1965/66, aí continuando em 1966/67, até que rumou ao FC Porto e nas Antas esteve em 1967/68; tendo depois regressado ao Braga e ainda alinhado pelo Tirsense e pelo Valdevez, antes de representar o Ponte da Barca (e, novamente, o Valdevez, já no escalão de veteranos). Tal como, havendo por fim chegado a enveredar pela carreira de treinador, também treinou o Atlético de Valdevez, o Grupo Desportivo Riopele e o Futebol Clube da Lixa.

Completaria pois 80 anos agora em outubro, este mesmo histórico futebolista que civilmente foi também conhecido por Mário “ETMA”, assim referido como empresário da empresa de metalurgia com esse nome. Permanecendo na memória desportiva como elemento saliente do Sporting de Braga e um dos homens que vestiram a sagrada camisola das duas listas azuis sob fundo branco do FC Porto.

Armando Pinto

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