Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

domingo, 8 de outubro de 2023

Na calha dos 130 anos: Curiosidades e Rememorações Portistas… Quando o FC Porto atingiu o nº de 30 mil sócios – em 1955!

 

Entre “Curiosidades e Rememorações Portistas”, tem desta feita aqui sua vez uma oportunidade de rememorar quando o FC Porto atingiu o número de 30 mil sócios. E na calha evocar o histórico sócio 30.000.  

Sabe-se e entende-se que nos primórdios do desporto em Portugal e mormente na implantação dos clubes desportivos, o seu conhecimento inicial se circunscreveu às zonas de sua influência, perante os atrativos capazes de proporcionar a atenção pública. Tendo depois começado a alargar-se seu raio de conhecimento e ação. Havendo em Portugal naturalmente contribuído a divulgação social prestada pelos meios de comunicação noticiosa, que privilegiaram as coletividades da capital e depois também, em menor escala, das outras cidades mais importantes. Até que com o impacto do ciclismo, porque as corridas de bicicleta de competição passavam pelo país além, começaram a ser vitoriadas as camisolas dos ciclistas das equipas vencedoras. E, por fim, com a difusão dos relatos radiofónicos dos jogos de futebol tudo foi ganhando outras proporções. Daí que, por exemplo, nas grandes cidades, antigos clubes de nomeada foram perdendo terreno para outros de maior número de adeptos, porque passou a contar mais o grosso da coluna de apoiantes espalhados pelo país. Tanto assim foi que nas primeiras décadas e até sensivelmente pelos anos a chegar à metade do século XX, os clubes de maior grandeza, já então, ainda tinham diminuto número de sócios. Visto a grande maioria de seus simpatizantes nem se poderem deslocar para assistir aos jogos, seguindo apenas pela rádio e depois pelos jornais, enquanto quem ia aos campo ver os jogos eram sobretudo os que viviam mais perto.

Com essa envolvência, não admira que em 1955, quando o FC Porto atingiu a marca de 30 mil sócios, passando a haver um sócio já com esse número, o facto foi devidamente assinalado no jornal O Porto, em seu número de 29 de novembro desse mesmo ano. Acontecimento que aqui e agora se recorda, assinalando a ocorrência noticiada em Novembro, mas que, para então vir a público, tinha acontecido antes.

Eram então ainda reduzidos os números na contabilidade, também...

Para se ter ideia de como era o enquadramento sócio-desportivo, nesse tempo, note-se que as receitas das cotas dos sócios do FC Porto somavam trezentos e tal contos (mais precisamente 318.065§00 (318 mil e mais 65 escudos) nas contas em outubro de 1955. Como se verifica pelo mesmo jornal O Porto de novembro seguinte.

Então, por ser de elementar interesse e justiça, recua-se no tempo para recordar quem foi o sócio n.º 30 mil do FC Porto, partilhando da edição do jornal O Porto essa caixa noticiosa de relevo publicada há 68 anos, em 1955. Sendo que esse sócio, criança de tenra idade ao tempo, se eventualmente continuou a ser sócio pelo tempo adiante, deve já ter recebido a Roseta de Ouro há uns anos; e, se for vivo, como se deseja, com 71 anos, será agora sócio há 68 anos, em 2023.


Armando Pinto

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