Entre os jovens craques lusitanos que conquistaram pela Seleção
Nacional de Sub-17 os títulos de campeões europeus e mundiais, em 2025,
estiveram cinco futebolistas do FC Porto: Bernardo Lima, Duarte Cunha, Yoan
Pereira, Mateus Mide e Martim Chelmik. Em cujo lote dessa seleção, que no mesmo
ano venceu os Campeonato da Europa e do Mundo da categoria, e ainda inscreveu o
nome de Portugal pela primeira vez na lista dos vencedores do Mundial de futebol
do escalão de sub 17, estava então também Martim Chelmik, grande promessa do
futebol portista - que pelo Natal deste ano teve direito a uma reportagem no jornal
O Jogo, em virtude do feito da conquista do Europeu e do Mundial de sub-17. Com a curiosidade de então ter sido dado à estampa o facto do Martim ser neto de
um antigo futebolista do FC Porto, Eleutério Santos.
Ora, o caso fez logo tilintar os sinos da memória, sabendo-se que na história do FC Porto e do futebol português houve um Eleutério que foi internacional, tendo alinhado a titular pela Seleção A de Portugal 1 vez, além de algumas outras vezes em que esteve nos trabalhos de preparação para outros jogos da equipa principal das quinas. E no FC Porto fez parte do plantel vencedor do Campeonato Nacional em 1956. Porém, no caso apontado na referida reportagem jornalística sobre Chelmik, fica a dúvida se será o mesmo, visto ser referido que o avô do Martim Chelmik começou no Boavista, quando o internacional do FC Porto na década dos anos 50 começou a jogar no Oriental, em Lisboa, entre 1947 até 1952, de onde rumou ao FC Porto, tendo vindo para o Porto nesse ano de 1952, e jogou no FC Porto de 1952/1953 até 1956/1957, representando por fim o Salgueiros.
Seja como for, calha bem para lembrar esse Eleutério que foi
também Campeão Nacional pelo FC Porto em 1955/56.
Eleutério, António Eleutério Santos, de seu nome completo, nascido
em Lisboa a 10 de Fevereiro de 1928, começou então no Oriental. Havendo passado
pelos escalões de formação do Clube Oriental até que ascendeu ao
plantel principal do clube lisboeta e desde logo se cotou como um dos mais
importantes jogadores da equipa. Depois, aquando de sua entrada na tropa, no
serviço militar obrigatório, incorporado numa unidade do Norte, Eleutério foi seduzido
pela mística do FC Porto, mostrando desejo de ingressar no grande clube
nortenho, anseio que conseguiu em 1952. Chegado então ao FC Porto, passou a
fazer parte da equipa portista a partir de 1952/53, agarrando um lugar de
titular a médio no plantel azul e branco.
Como é referido no blogue “Estrelas do FCP”, a «sua estreia
com a camisola dos Dragões aconteceu no dia 19 de Outubro de 1952 no Estádio
das Antas, quando os portistas receberam o Sporting C.P., uma partida que
terminou empatada 1-1 e que contou para a 4.ª jornada do Campeonato Nacional da
época de 1952/53. Eleutério esteve ao serviço dos Dragões durante cinco
temporadas, tendo conquistado uma Taça Associação de Futebol do Porto, um
Campeonato Nacional e uma Taça de Portugal, com os portistas a derrotarem o
S.C. União Torreense por 2-0 na Final disputada no Estádio do Jamor no dia 27
de Maio de 1956. Nos cinco anos em que esteve no F.C. Porto, Eleutério disputou
63 jogos oficiais pela quipa principal, e marcou três golos. O último golo que marcou foi
precisamente contra o seu primeiro clube, numa partida a contar para a 25.ª
jornada do Campeonato Nacional de 1956/57 em que os azuis e brancos venceram
por 3-0. No final da época de 1956/57 deixou o F.C. Porto.»
Para complementar as informações sobre sua carreira, juntam-se respigos da ficha que o recorda na “Enciclopédia do Desporto”, edição Quidnovi de 2003, em seu volume 4. E a ficha dos Internacionais do FC Porto, trabalho de Rodrigues Teles, publicado em parcelas no jornal O Porto em 1968.
Assim sendo, a propósito do jovem Martim Chelmik, nascido em
Matosinhos corria o mês de junho de 2008, evoca-se o Eleutério nascido em Lisboa
em 1928, ambos com o FC Porto como denominador comum. Chelmik, que herdou esse
apelido familiar por um general polaco que veio exilado para Portugal aquando
da Segunda Grande Guerra e na área do Grande Porto constituiu família. Do qual,
em sexta geração seguinte, descende Martim pelo lado da mãe. Jovem que, entrado no FC Porto pelo projeto Dragon Force, é atualmente um dos valores da equipa
de Sub-19 do FC Porto e inclusive com a braçadeira de capitão. De quem se espera muito, ainda e sempre, pois já «em
pequeno levava o futebol muito a sério».
Armando Pinto
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