Muda a hora este fim de semana, assim como começa a natureza a
renovar-se com a entrada da Primavera verificada já há alguns dias, mas o
futebol português continua quase na mesma, com suas bizarrices.
Interrompendo-se o campeonato quando estava a ficar em ponto de caramelo,
porque não há meio de haver planificação atempada de jeito, a pensar em tudo; e se sobrepõem
os interesses monetários dos que vivem à custa da federação, com o dinheiro
proveniente dos pagamentos dos clubes e do que o povo que vai ao
futebol desembolsa, no fim de contas.
Assim sendo, por estes dias não há jogos de futebol a
despertar grandes paixões, além da participação das seleções nacionais em jogos
divididos por partidas oficiais e outras amigáveis, e viva o velho… Decorrendo,
por isso, um tempo de jogos particulares, do que é possível acontecer, já não
daqueles como antigamente de homenagens e confraternizações, quando o tempo
dava para mais; mas de uns prélios dos que têm de ser realizados, porque assim
convém aos senhores do futebol. Mesmo que interfira com jogos oficiais de
permeio, como o que ocorre na próxima quinta-feira para a malfadada Taça da
Liga.
É então este um período de jogos particulares ao nível do
futebol superior, ficando para acompanhar apenas as modalidades amadoras, com o
hóquei em patins e o andebol a merecerem atenções portistas, enquanto a equipa
da secção de basquetebol não retornar a um estatuto condizente e a usar o nome e
camisola do clube.
Neste pé, sem o sal dos jogos a sério, nesta altura, dá para
aqui e agora se recordar um dos tais jogos antigos de carácter particular de
outras eras. Recordando-se, a propósito, um jogo disputado com interesse de
homenagem nacional a um internacional português que, naquele tempo, teve de
abandonar o futebol. Tal o caso de Vicente, o defesa do Belenenses que era muito
apreciado a nível nacional, o simpático Vicente Lucas que foi tido como defesa da seleção das quinas que melhor conseguiu marcar o rei Pelé. O qual, depois de meses antes ter estado no
lote dos Magriços, em 1966, havia entretanto tido um acidente e ficara incapacitado.
Tendo havido uma onda de solidariedade, englobando jogos entre as principais
equipas em diversos pontos do país, numa organização apelidada de Homenagem Nacional
a Vicente, atinente à receita reverter para o homenageado. Então, ainda no decorrer da época de 1966/67, da parte do F C Porto houve participação aderente através de um encontro com o Sporting de Braga, realizado no estádio das Antas.
Desse jogo é a imagem aqui mostrada, de arquivo do autor destas linhas,
com Eduardo Gomes, nas vezes de episódico capitão de equipa, a receber uma
correspondente taça, das que figurarão com certeza para sempre no túnel da proximamente
futura cova do Dragão, com que o Museu do F C Porto by BMG haverá de ser enriquecidamente
completado.
Armando Pinto
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