No mundo de exotismo afetivo que engloba a História do FC
Porto, como grande fenómeno existencial que é o baluarte da simbiose de cores
azuis e brancas, constam tantos e tantos nomes que se formaram, evoluíram e contribuíram
para o engrandecimento do colosso desportivo maioritariamente azul, a dar ênfase
à tonalidade da cor das veias salientes dos adeptos apoiantes. Mas também,
nesse universo azulado, se vão intercalando nomes de aderentes, entre desportistas
que entraram e não mais saíram depois. Tal o caso de Franklim, antigo guarda-redes
de hóquei em patins, mais tarde treinador e atualmente “team manager” dentro da
estrutura do hóquei patinado portista. Oriundo de outras bandas mas que, tendo
depois ingressado no seio do clube dragão, veio para ficar no FC Porto. Sendo que,
depois que arrumou as caneleiras de guarda-redes e após triunfante percurso
também como treinador, é na atualidade um elo de ligação entre o setor
dirigente e o departamento técnico, qual diretor sempre presente, mesmo mais que assessor
do treinador e ao mesmo tempo superdirigente atento à equipa, no que mais se vê do
panorama da equipa principal de hóquei do FC Porto, além de tudo o mais perante tudo o que respeita à modalidade dentro do clube.
Franklim Pais, como guarda-redes, entrou no FC Porto e
depressa se mostrou digno da galeria de bons guarda-redes que passaram pelo
clube azul e branco, desde Moreira, Branco, Brito, Castro, Zé Manel, Luís Caetano,
Beleza, Vítor Francisco, Domingos Guimarães, etc. Tendo tido depois uma
carreira brilhante na defesa das balizas portistas, a pontos que, passados
anos, ainda é constante recordação, considerado como é uma das referências dessa
bonita modalidade no ecletismo portista. De tal forma que recentemente teve
destaque no Jornal de Notícias, na coluna “Património Nacional” do suplemento
semanal “Ataque” publicado aos sábados nesse diário português de forte
implantação.
Atendendo ao facto, registamos essa deferência com
transplante de tal peça jornalística, para aqui:
« Património Nacional - Franklim Pais: o topo da Europa sabe melhor a duplicar
Franklim Pais e as medalhas
correspondentes às duas vitórias na Liga dos Campeões, em 1984/85 e em 1989/90
(Foto: João Manuel Ribeiro/Global Imagens – Jornal de
Notícias)
Parecem iguais e, na verdade, dizem respeito à mesma
competição. Mas contam histórias bem diferentes. Ambas entram no álbum das
melhores memórias de Franklim Pais, antigo guarda-redes de hóquei em patins e
hoje team manager do F. C. Porto. "Dizem respeito a duas Ligas dos
Campeões, os dois títulos mais importantes que conquistei, a nível de
clubes", explica.
A primeira (1984/85) foi especial por ser inédita no
palmarés dos dragões e o coroar de uma época de ouro. "Ganhámos tudo.
Lembro-me que na segunda mão da final, estávamos a perder 5-1 com o Novara ao
intervalo e virámos para 7-5. Só que o ambiente estava tão adverso que
começaram a atirar rolos de papel higiénico para o campo e o jogo não acabou.
Tivemos de receber a taça no balneário", conta, recordando também o
triunfo de 1989/90, após "um jogo memorável no Américo de Sá, com uma
vitória por 6-0 frente ao Noia, na primeira mão da final" e a consequente
festa em Barcelona, "em plena noite de S. João".
Depois, claro, há as memórias arrancadas a tantos anos de
seleção. "A vitória no Campeonato do Mundo de 1982 é inesquecível.
Portugal não ganhava um título há alguns anos e eu era o benjamim da
equipa", aponta, antes de lembrar um momento mais caricato. "Um Portugal-Holanda,
em Oviedo, na altura da ETA. O pavilhão teve de ser evacuado, porque houve uma
ameaça de bomba. Saímos a correr, de patins e tudo, e só retomámos o jogo no
dia seguinte".»
= Franklim entre Gente Portista, num encontro de convívio de antigos atletas e apoiantes do Hóquei em Patins do FC Porto.
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« Passe Curto
Nome: Franklim José Ribeiro Pais
Naturalidade: Porto
Idade: 07/12/1961 (55 anos)
Clubes que representou:
Infante Sagres, Juventude de Viana, Famalicense, F. C. Porto
Principais títulos, pelo FC Porto e Seleção Nacional: duas
Ligas dos Campeões, duas Taças CERS, uma Supertaça Europeia, seis campeonatos
nacionais, cinco Taças de Portugal, oito Supertaças, dois Campeonatos do Mundo,
dois Campeonatos da Europa »
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Posto isto, aproveitamos o caso para uma merecida homenagem
evocativa a este senhor do hóquei portista, um dos grandes nomes do hóquei do
FC Porto, enfileirando na galeria de grandes vultos como foram, por exemplo,
uns Acúrcio Carrelo, Alexandre Magalhães, Cristiano Trindade Pereira, Vitor Hugo Silva, entre mais uns tantos que fazem parte da
memória portista - tal a ficha de Franklim Pais, campeão nacional pelo FC Porto seis vezes
como guarda-redes e 'Octa' como treinador.
Franklim José Ribeiro Pais, nascido no Porto a 7 de
Dezembro de 1961, começou a jogar hóquei em patins no Infante de Sagres. Havendo
de seguida continuado seu percurso pelo plantel da Juventude de Viana, até ter finalmente ingressado no F. C. Porto,
onde teve a carreira que o levou a ser considerado um símbolo do FC Porto, clube que mais tempo representou. De tal modo que foi guarda-redes do FC Porto
e da Seleção nacional de prestígio.
Entretanto, e por fim, Franklim chegara ao FC Porto na época
1984/85. Já com o FC Porto a habituar-se à conquista de títulos, embora até
essa altura o clube das Antas tivesse apenas vencido 2 campeonatos nacionais, 1 Taça
de Portugal, 2 Supertaças e 2 Taças das Taças. Tendo assim a sua chegada ao FC
Porto coincidido com o início da caminhada vitoriosa portista na modalidade.
= Foto da equipa, orientada por Cristiano Pereira, que venceu
o Novara na Final da Taça dos Clubes Campeões Europeus 1985/86.
Então, esse que é o guarda-redes mais titulado de Hóquei em
Patins da história do FC Porto ficou associado a grande parte dos campeonatos de seniores de permeio conquistados pelo FC Porto na modalidade (recordando que anteriormente o FC
Porto fora já campeão em 1982/83 e 1983/84). Aos Campeonatos nacionais conquistados passou
também a somar diversas Taças de Portugal e Supertaças. Enquanto a nível
europeu, só lhe faltou vencer a Taça das Taças, pois o FC Porto venceu essa
competição (em 1981/82 e 1982/83) quando Franklim ainda representava a Juventude
de Viana.
Como treinador, ainda, Franklim foi um caso raro no Desporto
nacional, pois esteve incluído na maior série de campeonatos consecutivos na
modalidade desportiva que em Portugal conquistou mais títulos, quer a nível de
Seleções como de clubes.
Aos 8 campeonatos nacionais conquistados como técnico
principal, Franklim junta ainda 6 campeonatos como jogador e 2 como
treinador-adjunto (de António Livramento e Cristiano Pereira), além dos posteriores como dirigente supervisor.
= Ao tempo em que era Adjunto de Cristiano, em 1999/2000
Como treinador, faltou-lhe ser também campeão da Europa
(pois perdeu as finais que disputou frente ao Barcelona), um título esse que venceu
por duas vezes quando era guarda-redes do FC Porto (vencedor portanto em 1986 e em
1990). Tendo Franklim sido primeiramente suplente utilizado (já que Domingos era o guarda-redes titular)
naquela inesquecível final a duas mãos, frente ao Novara, em que o FC Porto
chegou ao intervalo do jogo da 2ª mão a perder por 5-1 (venceu 7-5!), e foi
titular na 2ª conquista da Taça dos Campeões Europeus, em 1990, frente ao Noia
(vitórias por 6-0 e 5-2). A nível internacional, também merece destaque as duas
Taça CERS (espécie de Taça UEFA do Hóquei em Patins) que conquistou
enquanto jogador do FC Porto. A primeira, em 1993/94, numa vitória sobre o Vic
(derrota por 2-5, na 1ª mão, e vitória por 7-1 na 2ª), e na segunda, em
1995/96, numa vitória sobre outra equipa espanhola, o Tordera (vitória por 3-0,
na 1ª mão, e por 7-1 na 2ª). O outro troféu internacional que conquistou foi
frente a uma equipa portuguesa, quando o FC Porto derrotou (vitória por 9-3, na
1ª mão, e derrota por 3-4 na 2ª) a Sanjoanense, na Supertaça Europeia / Taça Continental em 1985/86.
Franklim também foi internacional por Portugal mais de uma
centena de vezes, tendo-se sagrado por duas vezes campeão da Europa e campeão
do mundo. Ao passo que dentro do FC Porto Franklim é dos poucos que recebeu o
'Dragão d´Ouro' como jogador e como treinador.
= No ano do 1º Título como treinador principal, em 2001/2002
Como um dos rostos do hóquei em patins portista, apesar de
não se mostrar muito e não ser dos mais expansivos, Franklim, a par com sua figura
no imaginário de apoio clubista, está na retina da memória ainda de fresco na conquista
de três troféus na temporada finda de 2017. Fazendo assim parte da equipa do FC
Porto, treinada por Guillem Cabestany, que conquistou triunfos na Supertaça, a
abrir, depois o Campeonato Nacional, de forma épica vivida no último jogo, e fechando a
época com a vitória na Taça de Portugal, ficando os Dragões novamente
detentores de todos os troféus nacionais – feito que se fica a desejar tenha
mais repetições na continuidade.
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))
Mas que belo texto para um livro de Estrelas do Hóquei do Porto, este e outros que se lêm neste site a biografar a história do hóquei, as carreiras de Cristiano, José Castro, Victor Hugo e outros. O Franque é bom companheiro e merece.
ResponderEliminarA C
Grande atleta no lugar que ocupava como guarda redes é no meu entender uma dos maiores símbolos do futebol clube do Porto.
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