A 11 de outubro de 1953 (como é lembrado em “Dragões Diário”,
na efeméride do dia), «era dia de clássico: o FC Porto recebia e vencia o
Sporting por 1-0 na segunda jornada da I Divisão. O golo foi da autoria de
Hernâni, que ali fazia a estreia no (então) novinho Estádio das Antas,
inaugurado em Maio do ano anterior, numa altura em que Hernâni representava o Estoril,
a solução encontrada após ter sido chamado a cumprir serviço militar em Lisboa.
(Regressando de seguida Hernâni Silva ao FC Porto passada essa temporada de ausência por
um ano.) O virtuoso médio-ofensivo, que no mês seguinte era chamado pela
primeira vez à seleção nacional, marcou 14 golos nessa época e foi o terceiro
melhor goleador dos azuis e brancos. Foi aí que começou a ganhar influência na
equipa para depois se tornar um dos ídolos da nação portista e passar a ser
conhecido como “Furacão de Águeda”.»
Hernâni, na linha de Pinga, Valdemar Mota, Siska, Soares dos
Reis, Araújo, Virgílio, Américo, Festa, Custódio Pinto, Pavão, Rolando, Fernando Gomes, João
Pinto, Vítor Baía, Jorge Costa, é um dos expoentes do imaginário portista, entre os que ao
longo de uns bons anos tiveram considerável carreira e foram influentes na
auto-estima portista. Juntando ainda outros futebolistas com mais ou menos anos de serviço como jogadores de importante contributo, tal como Costuras, Correia Dias, António Santos, Carlos Nunes, Barrigana, Arcanjo, Pedroto, Ângelo Carvalho, Carlos Duarte, Monteiro da Costa, Nóbrega, Valdemar, Djalma, Lemos, Cubillas, Ademir, Domingos, Sérgio Conceição, Madjer, Juary, Futre, Deco, Derlei, Pedro Emanuel, Kelvin, etc. Com mais ou menos longevidade, mas de vincada celebridade, por
quanto ficaram na memória histórica.
Assim, Hernâni Ferreira da Silva, General das tropas do
título de Campeão Europeu de Seleções Militares que Portugal ficou a ostentar
em 1958, o senhor Hernâni como lhe chamava Eusébio, para sempre fica no coração
memorial do FC Porto por toda a aura de seu excecional percurso, aqui por
diversas vezes aflorado e desta feita recordado com mais um lembrete de recordação.
Anos depois de ter deixado de jogar, serviu ainda o FC Porto como diretor, ficando famosa a sua posição de não pactuar com as "roubalheiras arbitrais" do sistema, levando a ter sido forçado a abandonar o cargo pelas perseguições de que foi alvo, ainda em meados dos anos sessentas. Porém deixando marca, como no caso da reorganização acontecida no futebol do clube após a fraca época de 1969, sendo com seu cunho que se deu o regresso do guarda-redes Armando e os ingressos de Abel e Manhiça, em 1970.
Armando Pinto
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