Nesta data, há 72 anos (pelas contas atuais de 2022), nasceu
na Madeira um simpático amigo, quão veio a ser amigo de muitos amigos e figura
pública do Hóquei em Patins do Norte do Continente Português e Internacional Português. O bom amigo José
Manuel Castro, natural da formosa ilha da Madeira, onde antes nascera também o
célebre futebolista Artur de Sousa Pinga, bem como antes e depois outros
hoquistas conhecidos como José Ricardo, Branco, Jorge Câmara, etc. e
mais tarde ainda o futebolista mais badalado Cristiano Ronaldo.
Pois o Castro é um senhor que tenho como amigo, depois de inicialmente o ter como hoquista que admirava
entre elementos da equipa do hóquei patinado azul e branco, naquele grupo de
Cristiano, Alexandre Magalhães, Zé Fernandes, Hernâni Martins, Ricardo, Leite,
Brito, irmãos Barbot, Luís Caetano, Jorge Câmara, etc. etc.
Pois o Castro está de parabéns, nascido que foi a 17 de
março de 1950. E como ele é alegre por natureza, aqui lhe envio algo singelo
para completar sua boa disposição. Recordando a visita que alguns desses bons
amigos fizeram aqui há uns anos, até às paragens da terra natal do autor destas
lembranças, através de imagens do álbum pessoal e da camisola oferecida por
todos, que guardo com muita estima.
Posto isto, junto mais uma oferta possível, com reposição do
artigo que em tempos dediquei ao Zé Castro, neste mesmo meu blogue particular.
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Como vêm da ilha da Madeira as estrelícias, flores naturais com imagem de requinte, apropriadas a eventos refinados (associando-se essa flor à Madeira, embora de origem sul-africana, mas dando-se bem com a aragem madeirense, sendo espécie muito cultivada na ilha); bem como o vinho Madeira, também de classe comprovada; mais as saborosas bananas, muito apreciadas; entre características que lhe dão o epíteto de Pérola do Atlântico; também da Madeira brota de sua espécie humana bons valores, entre gente saliente nos diversos campos da sociedade. E, dentro de tal galeria, igualmente no desporto, desde Ronaldo e Pinga, no futebol de agora e antes, como no hóquei José Ricardo, geralmente considerado o melhor, mais José Castro, guarda-redes histórico do hóquei em patins.
Ora, como tal e atestando bem o lugar que representa, Castro, que um dia veio para o continente português e durante anos representou o F C Porto, teve uma carreira desportiva de realce, em que se salienta ser o mais internacional hoquista oriundo da Madeira, detendo o maior número de chamadas à seleção portuguesa, somando internacionalizações na seleção júnior e na sénior.
José Manuel Castro nasceu a 17 de Março de 1950, na Freguesia de S. Pedro – Funchal, em plena ilha da Madeira, ao largo do território português banhado de todos os lados pelo Atlântico. Em cujas entranhas telúricas desde cedo se dedicou a jogar sobre patins, tendo começado logo aos 8 anos a praticar hóquei em patins nas camadas principiantes do Marítimo. Mas (conforme o próprio contou um dia numa entrevista ao jornal O Porto) como sempre desejou ser guarda-redes e o equipamento era muito pesado, teve de interromper essa sua atividade (de permeio com outros desportos, tendo também corrido em atletismo e jogado futebol nas camadas jovens) para depois haver regressado ao hóquei pelos 13 anos. Ali no Marítimo do Funchal se manteve durante quatro épocas, principiando em 1963, já a guarda-redes (numa equipa em que alinhava também Jorge Câmara a médio, colega mais novo e que anos depois o voltou a encontrar no Porto).
Conta o amigo Jorge Câmara: «O Castro também praticou atletismo e futebol com a camisola do maior clube desportivo das Ilhas (Marítimo), modalidades que abandonou, para se dedicar em exclusivo ao hóquei em patins. Era necessário arranjar espaço, para que depois das aulas fossemos para a Quinta Bianchi, que vulgarmente era chamada de Quinta Vigia. Havia por ali três quintas, separadas por pequenos caminhos (Quinta Vigia, Quinta Pavão e Quinta Bianchi). Onde dava para treinar com bolas de ténis, durante horas da tarde, sensivelmente das 15 às 18 horas, debaixo das ordens do nosso treinador particular Agostinho Zacarias (Fôfo) o homem dos sete instrumentos, roupeiro, mecânico, massagista, treinador e cozinheiro privado. Até que chegou o ano de 1967 e o Sr. Gil Câmara, decidiu convocar o Castro para a seleção sénior da Madeira para defrontar a Seleção de Lisboa, relegando assim Ricardino Jasmins para o banco de suplentes.»
= Principiantes do C.S.Marítimo, do início de carreira de Castro (em cima, primeiro à direita da foto; estando em baixo Jorge, também à direita). Acompanhados pela grande figura Agostinho (Fofo) o homem dos sete instrumentos. =
Entretanto Castro subira ao escalão de juniores, numa ascensão que levou a que chamasse as atenções, a pontos de, ainda com idade de júnior, em 1967, ter sido escolhido então para a Seleção da Madeira que, em representação da Associação do Funchal, defrontou a Seleção de Lisboa.
= No jogo da Seleção da Madeira com a congénere de Lisboa =
Até que em 1968, com 17 anos, veio para o F C Porto junto com Ricardo, respondendo afirmativamente a convite para reforçar a equipa portista. E logo no mesmo ano, já como hoquista do F C Porto, e ao lado do colega de equipa Cristiano, foi chamado à Seleção Nacional de Juniores que representou Portugal no Europeu, disputado em Vigo (classificando-se a equipa portuguesa no 2º lugar em igualdade pontual com a formação espanhola, com quem Portugal empatou e apenas ficou no 2º posto por diferença do total de golos).
Cristiano e Castro, ambos da equipa sénior azul e branca, embora com idade para a seleção júnior, foram assim os primeiros internacionais juniores do hóquei em patins do F C Porto.
= Aspeto da homenagem que foi prestada a Castro e Cristiano pela Associação de Patinagem do Porto e pelo F C Porto, no rinque da Constituição. Vendo-se, em representação do clube, o capitão de equipa Alexandre Magalhães. =
Volvido um ano, Castro voltou à seleção portuguesa de juniores e a disputar novamente o Europeu da categoria, outra vez na companhia de Cristiano, e então com mais dois outros colegas hoquistas do F C Porto, Fernando Barbot e António Júlio, conseguindo enfim o título. Sendo os juniores portugueses desse campeonato de 1969 Campeões Europeus.
Bem como, a nível de competições nacionais, Castro obteve com a equipa sénior do F C Porto o Campeonato Regional da Associação de Patinagem do Porto e o Campeonato Metropolitano (de campeão da metrópole), ficando depois em 2º lugar no Nacional, em fase final disputada com equipas das então províncias ultramarinas. Tal como seguidamente obteve mais títulos, nas edições seguintes do Regional e no Campeonato de Reservas da APP, assim como na fase da Zona Norte do Metropolitano, em 1970 e 1971. Até que o serviço militar, em tempo da guerra colonial, veio interromper essa auspiciosa carreira, sendo Castro mobilizado para ir para Angola.
De tal facto, ilustramos a ocasião com (imagens de) recortes jornalísticos, extraindo d’ O Porto uma crónica do jogo que serviu de despedida temporária e duma entrevista correspondente ao momento:
Durante a prestação da comissão de serviço militar Castro representou o F C de Luanda, ao tempo filial principal do F C Porto em Angola. Após o regresso, Castro foi finalmente chamado a representar a seleção principal de Portugal, fazendo então parte da equipa das quinas vencedora do Campeonato Europeu de seniores em 1975.
= Apontamento do jornal O Porto de 24-7-1975 =
Assim como mais tarde, já entrada a década dos anos oitenta, Castro incluiu a equipa do F C Porto que obteve o primeiro título internacional do F C Porto, com a conquista da Taça das Taças da Europa, em 1982, que então era também a primeira taça europeia da presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa.
Castro, com uma assinalável permanência nos quadros do hóquei patinado do F C Porto tornou-se um guarda-redes emblemático, um referencial na história do F C Porto.
Numa carreira brilhante e recheada de medalhas, placas, salvas e trofeus, contando correspondentes taças de guarda-redes menos batido do Campeonato da Europa dos Juniores de 1968 e guarda-redes menos batido no Torneio do Árbitro Internacional Carlos Bica, em 1981; mais os troféus de guarda-redes menos batido do Torneio de Nova Lisboa (Angola)-1973 e o de menos batido do Torneio Internacional de Espinho-1979 (veja-se as imagens da sua coleção pessoal), o seu currículo desportivo fala por si.
> Campeão Regional da Madeira de Juvenis - 1966.
> Campeão Regional do Porto - 1969
> Campeão Metropolitano 1969
> Campeão da Europa de Seleções de Juniores 1969.
> Campeão Regional do Porto 1970
> Campeão Regional de Reservas 1970
> Campeão Regional do Porto 1971
> Campeão Regional de Reservas 1971
> Campeão da Europa de Seleções Seniores 1975
> Vencedor da Taça das Taças 1981/1982
> Campeão Nacional 1982/83
> Vencedor da Taça de Portugal 1983
> Campeão Nacional 1983/1984
> Vencedor da Supertaça 1982/1983
> Vencedor da Supertaça 1983/1984.
Alguns "recortes" dignos de registo:
ARMANDO PINTO
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