Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

terça-feira, 29 de março de 2022

Efeméride: Festa de entrega das Faixas de Campeões aos titulares de 1958/1959 e homenagem a Pedroto (com extensiva ação reparadora a António Teixeira).

A 29 de março, em 1959, houve nas Antas uma festa de merecido tributo aos Campeões do F C Porto que conquistaram o Título do Campeoanto Nacional de futebol, vencendo então o sistema perpetrado pelo Calabote; e por junto foi prestada aí uma festa de homenagem a José Maria Pedroto, em reconhecimento de sua carreira de futebolista. Tendo a ocasião sido aproveitada para também ser feita uma oferta a António Teixeira, em desagravo por não lhe ter sido atribuído o trofeu Bola de Prata que deveria ter ganho  mas que foi entregue pelo jornal A Bola a José Águas, naturalmente  do Benfica...  Isso tudo em tarde festiva de futebol nas Antas, que meteu um jogo em que o FC Porto venceu o Furth EV por 4-1. 


É conhecida a história algo dramática da epopeia vivida no final daquele campeonato português findo em 1959. Por isso, passados dias houve apoteose na entrega das faixas, e uma homenagem de carreira a Pedroto, com um representante federativo a entregar ao homenageado uma medalha de Mérito Desportivo. A propósito da consagração então prestada aos campeões, foi prestado público tributo a Pedroto - a que se refere as imagens acima e a seguinte, do ato protocolar.


Enquanto isso, Pedroto foi alvo de diversas manifestações de reconhecimento e carinho, homenageado em antecipação ao seu final de carreira, que estava prestes a concluir. Com o célebre “Homem da bandeira gigante” (Manuel Pina) a associar-se ao ato.


Dessa justa homenagem juntam-se algumas imagens mais, através de gravuras de álbum de família, que gentilmente chegaram aqui às mãos do autor destas linhas e se publicam do modo possível, em captações fotográficas dos originais. Podendo ver-se nesses recortes jornalísticos também a reportagem do acontecimento, que, segundo refere a crónica, teve de início um jogo entre Leixões e Salgueiros, seguido do programa da homenagem, com a entrega da medalha e recordações ao homenageado, mais ainda a entrega da bola de ouro por um grupo de sócios ao avançado Teixeira.


Ora, além disso, na ocasião foi então também prestado o ato de reconhecimento ao avançado goleador António Teixira. Devido ao que se passou com a subtração de golos retirados a Teixeira, na contabilidade jornalística aos golos dos goleadores do Campeonato de 1958/1959, tendo o troféu por conseguinte ido parar às mãos do benfiquista José Águas… por águas da mesma cor. De tal forma que no Porto, como protesto e reconhecimento particular, foi entregue publicamente depois, ao António Teixeira, uma outra bola mas de ouro, em cerimónia ocorrida no próprio dia da entrega das faixas aos campeões de 1958/59, nas Antas. Em que todos os jogadores foram ainda contemplados com uma coluna em prata, com alusiva legenda impressa.

= Bola de ouro entregue a António Teixeira... já que o jornal A Bola lhe não atribuiu a Bola de Prata. (Ao lado a coluna alusiva ao Titulo Nacional de 1958/59)!

Pois nessa festa de homenagem a Pedroto, coincidente com a consagração de entrega das faixas aos campeões nacionais de 1959, foi assim também entregue a António Teixeira uma bola de ouro… com inscrição relativa ao facto, contendo referência aos golos todos, mais o resultado de todos os jogos do campeonato gravados e, como foi entregue a todos, também uma coluna em bronze prateado com o nome de todo o plantel campeão. Além de um ramo de flores.


Ora, na passagem da data de tal efeméride, recordamos esse festival de futebol acontecido no estádio das Antas. Fixado ainda à posteridade numa foto de conjunto que faz parte da história:

- Pose a registar a imposição das faixas aos campeões nacionais, antecedendo o jogo particular (dos referidos atos) de cartaz. 

Campeões 1958/59 - Em cima, a partir da esquerda: Dr. Paulo Pombo (Presidente), Virgílio, Lito, Carlos Alberto, Américo, Carlos Duarte, Luís Roberto, Monteiro da Costa, Bela Guttmann (Treinador), Amaral (Diretor), A. Sarmento e Osvaldo Silva. Em baixo, pela mesma ordem: António Teixeira, Morais, Gastão, Noé, Acúrcio, Perdigão e Pedroto. (Faltam na foto, por não terem podido estar presentes na ocasião, entre outros: Hernâni, Miguel Arcanjo, Osvaldo Cambalacho, Pinho e Barbosa.)
= De notar que todos os jogadores estão com os fatos de treino, que vestiam antes e depois dos jogos, naturalmente com o equipamento de jogo por baixo; e apenas com o equipamento normal e principal, à vista, o homenageado de modo particular do dia e o goleador reconhecido então. Enquanto todos os Campeões, com as faixas, têm consigo as recordações recebidas no mesmo dia.

Seguiu-se, por fim, o jogo contra o Furth EV da República Federal da Alemanha, disputado no antigo Estádio das Antas então, em 29/03/1959 e que o FC Porto venceu por 4-1.

Armando Pinto
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