Sem necessidade de qualquer preâmbulo explicativo, coloca-se
à vista nestes tempos do século XXI uma crónica publicada no jornal O Porto em
1962. Dando nota de duas ocorrências sintomáticas, em dias anteriores de setembro
desse ano. Cuja caixa para aqui se transpõe, com dois dos temas abordados,
excluindo os outros por serem de índole diferente ao assunto que está
sintonizado no título. Isso numa exposição branda para passar, visto o jornal
ser “Visado pela Censura” nesses tempos do chamado Estado Novo.
Assim se vê como as coisas se passavam, nesses tempos em que o FC Porto era sistematicamente prejudicado e os dois grandes clubes de Lisboa até beneficiavam através de campanhas de angariação de adeptos nos meios oficiais de comunicação, para além da diferença de tratamento nas entidades oficias desportivas. Nesse tempo de estação televisiva única e governamental, emissoras nacionais de rádio, jornais de maior implantação, etc. a irem a reboque, etc. e tal…
Eram tempos dos selos do cavalinho da grei, nas cartas e postais, mais da Radiotelevisão Portuguesa difusora da mensagem nacionalista, da Emisora Nacional de ondas curtas e dos jornais do regime. E bico calado, porque a censura tinha o famoso lápis, que para distrair chamavam de azul, por mor das ideias políticas vermelhas, como se dizia. Por isso ao clube do regime chamavam de encarnado, para não haver confusões, e à bandeira nacional de verde-rubra.
Armando Pinto
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