Terminaram os Jogos Olímpicos de 2024. A propósito dos quais
ainda recentemente aqui, no seu início, foi relembrado o 1.º Olímpico do FC
Porto, o futebolista Valdemar Mota, participante na edição dos Jogos de 1928 com a seleção
portuguesa, chegada até aos quartos-de-final da respetiva prova, em
Amesterdão-Países Baixos.
Entretanto, no decorrer dos anos o FC Porto teve mais representantes
nas Olimpíadas noutras modalidades, desde a natação, o atletismo, o hóquei em
patins (da única vez que a modalidade teve lugar nos Jogos Olímpicos, o que aconteceu na edição de
Barcelona, em 1992) e novamente no futebol (da segunda vez, com a equipa
olímpica que participou nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996). Com pontos
altos através da campeoníssima do atletismo Fernanda Ribeiro, Medalha de Ouro
em 1996 nos J.O. de Atlanta, e de Bronze em 2000, nos J. O. de Sydney.
Volvidos anos, na edição deste ano, em Paris-França/2024, o FC Porto esteve representado oficialmente pela nadadora Angélica André, campeã nacional de Águas Abertas, classificada honrosamente no 12.º lugar nessa variante da natação, na corrida de 10 km disputada nas águas do rio Sena.
Mas além disso, e sobretudo, o FC Porto, por outro lado,
teve um campeão olímpico Portista nesta mesma edição de 2024, não como desportista
representante do clube mas como adepto Portista – o ciclista Rui Oliveira,
sagrado campeão medalhado de ouro na prova de pista.
Com efeito, Rui Oliveira, em equipa com Iúri Leitão, formou a dupla lusa que venceu a especialidade de pista “Madison”, corrida de 200 voltas, disputada a grande velocidade, até ao sprint final, em equipas de 2 ciclistas e por estafetas (prova antigamente chamada de perseguição à americana). Sagrando-se os dois portugueses campeões olímpicos nessa corrida realizada no sábado 10 de agosto no Velódromo Nacional (Francês) de Saint-Quentin-en-Yvelines. Sendo assim Medalha de Ouro o Portista Rui Oliveira, que embora sem representar desportivamente o FC Porto (sendo ciclista de uma equipa estrangeira e presentemente nem havendo equipas de clubes portugueses, como quando o ciclismo era mais popular em Portugal), é contudo associado do FC Porto e sempre que lhe é possível é entusiasta assistente no estádio do Dragão aos jogos de futebol do FC Porto, também.
O caso traz à tona da lembrança que em 1960 pela primeira
vez o ciclismo nacional participou nos Jogos Olímpicos, com uma equipa de 4
ciclistas que participaram nas Olimpíadas de Roma/1960. Nesse tempo em que só
podiam participar desportistas amadores e como tal os quatro portugueses eram
jovens ciclistas que não haviam ainda participado em provas de profissionais (ao
tempo chamados Independentes séniores) – entre os quais 2 eram do FC Porto, como
ciclistas que corriam com a camisola do FC Porto, os nortenhos José Pacheco e Mário
Silva (que então formaram equipa com dois ciclistas do sul, Francisco Valada e
Ramiro Martins).
= José Pacheco e Mário silva com o equipamento da seleção
portuguesa, que levaram a Itália nos Jogos Olímpicos de Roma 1960. =
Então, os jovens ciclistas, de seus nomes completos José
Santos Pacheco e Mário Pereira da Silva, estiveram nos Jogos Olímpicos de 1960,
em cuja Prova de Estrada Mário Silva se classificou em 71.º e José Pacheco
desistiu. Tendo a equipa da Seleção Portuguesa, concluído a corrida com dois
dos quatro ciclistas, no 25º lugar por equipas, entre 30 Seleções.
Na antiga Sede do FC Porto, na então chamada Praça do Município (agora Praça Humberto Delgado, junto
à Câmara Municipal do Porto), figuravam na Sala-Museu Afonso Pinto de Magalhães
quadros emoldurados com as fotos dos 2 ciclistas, Mário Silva e José Pacheco, com as camisolas das quinas ao peito, na Galeria dos Olímpicos do FC Porto. Quadros
que depois ainda chegaram a estar também no sucessor Museu que existiu no
estádio das Antas, até à mudança das instalações para o estádio do Dragão.
Armando Pinto
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