A 4 de janeiro de 1934 o FC Porto
venceu o First de Viena em jogo disputado na cidade do Porto, no antigo Estádio
do Lima. Estádio esse que ao tempo era o campo de futebol de maior capacidade
para espetadores no Porto. E, embora propriedade do Académico do Porto, foi
alugado inúmeras vezes pelo F.C. Porto para aí realizar muitos dos seus grandes
jogos, porque então o Campo da Constituição era exíguo para receber a afluência
de adeptos para jogos de cartaz fora do normal. Tendo ali se realizado
importantes encontros internacionais, como o F.C. Porto-Vasco da Gama do Brasil em 1932,
F.C. Porto-First de Viena em 1934 e o F.C. Porto-Arsenal de Londres em 1948. Dos embates
de maior nomeada acontecidos por aqueles tempos antigos. Sendo célebres esses
jogos, entre outros, dos quais o FC Porto-First de Viena calha agora lembrar,
na única derrota sofrida pelo campeão austríaco nessa sua passagem por
Portugal.
Ora depois de ter vencido em
Lisboa, sucessivamente, o Sporting, o Belenenses e uma Seleção de Lisboa com jogadores de Benfica, Sporting e Belenenses, de permeio com um empate diante do Benfica, a equipa do clube
campeão da Áustria veio até ao Porto. E o FC Porto, que pouco antes, pelo Natal
de 1933, vencera a Seleção de Budapeste, dias depois, já no início de janeiro
de 1934, aplicou a única derrota que o campeão austríaco teve nessa sua
digressão por Portugal.
Para enquadramento, atente-se na
narrativa constante no livro ”Glória e Vida de 3 Gigantes” (edição do jornal A
Bola em 1995).
Então a 4 de janeiro de 1934
(conforme consta da Tábua Biográfica do livro “Futebol Clube do Porto
Fotobiografia, por Rui Guedes”- edição de Publicações Dom Quixote, em 1987), o
FC Porto teve esse grande sucesso. Mais um.
Tempos em que não havia jogos
oficiais entre equipas de países diferentes, mas apenas de cariz particular,
sendo aproveitadas ocasiões em que as melhores equipas faziam digressões por países
e até continentes. Eram tempos, esses, em que no FC Porto havia já afirmação de
grandes jogadores, como Pinga, Valdemar Mota, e outros, mais o guarda-redes Miguel
Siska, que por esse tempo teve de começar a ser substituído devido a doença. Sendo
então contratado ao Boavista um guarda-redes de nome Castro, que apesar da
relutância boavisteira fez força para ingressar no clube da Constituição, acabando
por despoletar um caso entre os dois clubes da mesma cidade, por os diretores
do emblema de xadrez não terem aceitado bem. Porém, como no FC Porto tinha entretanto
também ingressado outro guarda-redes, Manuel Soares dos Reis, e como esse logo
agarrou o lugar, o Castro gurda-redes acabou por ficar a suplente. Tanto que no primeiro jogo
que houve entre os dois clubes vizinhos, nesse dérbi, «Castro, que não defrontou
os ex-companheiros, continuou a suplente de Soares dos Reis», como é referido
no mesmo livro de A Bola. Como continuou depois, tendo Soares dos Reis sido o
primeiro guarda-redes do FC Porto internacional, selecionado e a jogar pela
Seleção Portuguesa.
E foi com Soares dos Reis na
baliza, mais Avelino Martins, Jerónimo, Nova, Álvaro Pereira e Carlos Pereira, à
sua frente, e no ataque Lopes Carneiro, Valdemar Mota, Acácio Mesquita, Carlos Mesquita
e um outro Castro (Francisco Castro), que o FC Porto venceu o forte grupo do First de Viena,
com golos do Francisco Castro avançado, e 2 de Valdemar, um de penalti e outro,
«o mais bonito, verdadeiramente emocionante», de cabeça. Conforme consta da reportagem do
Comércio do Porto, que se dá à estampa.