Eis um antigo ídolo do FC Porto, praticante duma
modalidade-saudade, como é o hóquei em campo, aqui e agora a merecer lembrança,
na pertinência dum recipiente em que está estampado no respetivo dístico.
Através de cuja dotação se amortece a bola em stique descritivo, na circunstância
da existência duma curiosa peça, na qual está a fisionomia desse antigo atleta,
de nome Carlos Monteiro, com referência de ter sido um ás no hóquei em campo. Cuja
foto oficial surge de camisola do FC Porto vestida e engalanada por medalhas e
outros adereços honrosos, a fazer parte do rótulo dessa garrafa - tal é o caso sui generis.
Garrafa esta que faz parte agora da coleção de estimação do
autor, enriquecendo o acervo memorial portista relativamente distante do meio
ambiente do dragão, longe da metrópole citadina do Porto, mas bem perto
afetivamente.
Nas modalidades que integraram já o ecletismo portista
esteve também o hóquei em campo, jogado sobre os pés, com os praticantes
calçados com botas apropriadas, a que não se pode em boa verdade chamar
chuteiras por nessa modalidade não se poder chutar a bola, pois em vez de
pontapeada ela é levada e rematada por meio dum stique, o tradicional aléu agarrado
na mão e que também difere do usado no hóquei em patins. Tendo o hóquei em
campo muita história igualmente dentro da história do FC Porto, perante
pergaminhos onde ficaram assinalados títulos e personagens, contando com
grandes valores e nomes ilustres do passado da modalidade. Até que na evolução
dos tempos tal modalidade desportiva foi ficando reduzida em número de clubes praticantes,
acabando também por ter desaparecido do seio do FC Porto.
Tempos houve, efetivamente, em que esse jogo decorrido ao ar
livre teve boa implantação em Portugal, também, embora a partir de certa altura
mais a Norte, diminuindo depois as atenções pelo facto de nessas eras o hóquei
em campo ser jogado em campos de terra batida, onde nem sempre era atrativo os
olhos andarem à procura da pequena bola, se bem que as jogadas fossem visíveis
do público pelo pó levantado por vezes. Enquanto atualmente ao ser jogado em
pisos sintéticos ganha outra visibilidade, numa realidade diferente de quando existiu
no FC Porto, o que leva a poder-se imaginar como seria interessante o seu retorno
ao mundo azul e branco, um dia, podendo então já ser visto no renovado piso do
complexo desportivo da Constituição, por exemplo…
Vem isto a propósito duma garrafa, por estranho que possa parecer,
mediante recente receção que aumentou a pequena coleção do autor com tal
garrafa de vinho generoso, cujo rótulo contém a fotografia e dados curriculares
de Carlos Monteiro, antigo jogador portista de hóquei em campo. Por sinal um exemplar
desse jogo que deu glória ao FC Porto noutros tempos, o qual consta assim nesta
garrafa de coleção.
Ora (descrevendo na primeira pessoa, por ser caso
particular, mesmo), através de mão amiga, chegou-me às mãos uma oferta
apreciável, tratando-se duma garrafa de vinho especial. Por via da qual dá para
fazer um retorno ao passado, em viagem pelo tempo sem sair aqui de casa, do meu
recanto doméstico onde me rodeio do que gosto.
Com efeito lembro-me bem desse antigo hoquista, de quem vem
à ideia alguma recordação de sobre ele ter lido descrições, enquanto desportista, quando
andava com o equipamento do FC Porto cingido ao corpo. Como é o exemplo duma
entrevista dada ao jornal O Porto, antigo órgão informativo oficial do FC
Porto, já na parte final da sua carreira desportiva.
Carlos Monteiro viera muito jovem para a cidade do Porto,
oriundo de Favaios, de onde é natural. Tendo passado a viver na cidade Invicta
toda uma vida que meteu pelo meio a sua experiência de jogador de hóquei em campo,
como o próprio descreve nessa entrevista, publicada n’ O Porto de 4 / 4 / 1970.
Com tal retaguarda portista na memória, foi então com muito
apreço que recebi a referida garrafa através dum amigo pessoal. Ficando a mesma
a enriquecer a pequena coleção particular que tenho gosto em possuir, dentro do
possível. Atendendo a essa garrafa ser um exemplar de vinho engarrafado pelo
próprio senhor Carlos Monteiro com o famoso néctar da sua terra, na qual dá o
toque pessoal de conter rótulo personalizado, concretamente alusivo a ter sido valoroso
hoquista do FC Porto, campeão nacional e variadamente titulado.
Transportando assim algo do Alto Douro Vinhateiro, a região vitivinícola demarcada mais antiga do mundo, na particularidade do vinho característico de Favaios, da casta moscatel, fruto da aragem transmontana da zona do concelho de Alijó, um remanso do distrito de Vila Real, onde Favaios se agasalha nas faldas da serra de Vilarelho. Sendo nessa freguesia onde se produz o afamado vinho moscatel, o famoso Favaios, além de se fabricar o também conhecido pão de Favaios, um pão de trigo com forma de quatro cantos (num formato parecido com o igualmente famoso trigo de Ovelhinha, da zona Amarantina de Padronelo, em pleno sopé do Marão, este contudo com mais dureza estaladiça, mas apreciado em regiões distantes).
Isto de narrativa memorial e reconstituição histórica é
quase como as cerejas, vindo umas com as outras. Tal como esta oportunidade dá
para lembrar a própria modalidade dentro do FC Porto, num historial que terá
lugar noutro artigo, neste nosso espaço de Memória Portista.
Carlos Monteiro, de nome completo Carlos José da Silva
Monteiro, natural de Favaios-Alijó, região de suas raízes humanas e físicas,
onde passa temporadas, de permeio com sua residência regular na cidade do
Porto, consta no livro “FCPorto figuras & factos / 1893-2005” com a
seguinte ficha: «Atleta. Hóquei-em-campo. Campeão nacional em 1961/62, 1963/64,
1967/68 e 1968/69 (quatro títulos)». Além de cinco títulos do Campeonato
Regional, como consta no contra-rótulo da garrafa em apreço, acrescendo ainda ter
sido um dos laureados com o Troféu Pinga, o antigo galardão oficial do FC Porto
(antecessor do Dragão de Ouro atual), no caso por ter sido considerado o melhor
atleta amador do FC Porto de 1966, a que se junta a obtenção duma Taça Olímpica.
Fica assim aqui registado tudo o que se reporta ao caso, a
propósito da garrafa cujo conteúdo não é para beber, ficando guardada como peça
rara de coleção particular, contendo motivo de preito ao passado de tão
valoroso hoquista, um atleta do passado do FC Porto que desta forma aqui se homenageia,
guardando sua memória também.
= Nota Particular: - Agradeço ao amigo Guilherme Ribeiro, Longrino trabalhador na empresa dos vinhos Quinta da Lixa, através de cuja intervenção
foi possível a obtenção desta garrafa, recebida do próprio engarrafador.
Armando Pinto
((( Clicar sobre as imagens, para ampliar )))
Lembramo-nos bem do CARLOS MONTEIRO. Aquando do final da carreira estava já... calvo. Possuímos o "O Porto" exibido (juntamente com... milhares). Faz parte de um dos 13 (treze)
ResponderEliminarvolumes de 500 jornais cada e... é só fazer a conta e que terminou aquando da infeliz extinção do mesmo.
O nosso ídolo na modalidade foi sempre o... JOAQUIM LEITE (cá está outro Joaquim Leite) e já na parte final da existência da modalidade apreciávamos o Fernandito que foi atleta e acabou como seu último técnico mas muito esquecido.
Fernandito que é um assíduo espectador das modalidades do Clube, uma coisa quase rara em antigos atletas. Por vezes vislumbramos no Dragão Caixa o Cristiano(óquei),o Madureira
, o Prof Cunha, o Alexandre Barbosa e o Mário Sousa(andebol)
e pouco mais.
Cumprimentos.
Esse que o portista anónimo diz que já era calvo , não era o Carlos Amaral?
ResponderEliminarEsse mesmo, Carlos Amaral, para mim Sr. Carlos Amaral, grande companheiro, amigo e colega de jogo de meu Pai, Carlos Monteiro.
ResponderEliminarViva sr. José Monteiro, é uma honra ver que o filho do sr. Carlos Monteiro também acompanha este blogue, através do que fica escrita neste artigo.
ResponderEliminarAbraço
Armando Pinto