Em maré de evocações, nesta fase em que a moral portista
continua alta, sempre com idealismo do mar azul, agora em tempo de veraneio, calha
desta vez recordar a conquista do Bicampeonato de 1978/79, na data de perfazer mais
um aniversário desde que ocorreu. Há quase já meio século, cuja recordação vale
a pena rever na reconstituição feita na newsletter “Dragões Diário”:
«Estão decorridos 18 minutos de jogo e já Oliveira abre o livro
e o marcador com um golaço... (Depois) Duda aumenta a contagem num cabeceamento
fulminante, ainda antes da meia hora. O Barreirense reduz na segunda parte, mas
Gomes, na execução de um livre direto, repõe as distâncias no marcador, que
voltaria a funcionar novamente, já perto do fim, à custa de um autogolo dos
alvirrubros. 30.ª e última jornada da I Divisão 1978/79: FC Porto, 4 –
Barreirense, 1. O FC Porto é campeão nacional, bicampeão nacional 39 anos
depois e pela primeira vez num Portugal democrático.»
Foi numa tarde de domingo de manhã soalheira, com tudo cheio de gente em quanto era sítio vago na zona circunvizinha ao estádio do Porto, incluindo a
antiga rotunda vizinha ao estádio das Antas de relvado pejado de circunstantes,
com muitas famílias de adeptos aglomerados à volta de toalhas, sequiando o apetite
de títulos à roda de suculentos farnéis. E depois, nessa quente tarde domingueira,
nem a canícula impediu que o recinto portista enchesse depressa, horas antes do
jogo, vivendo-se lá dentro momentos dos mais variados aspetos, em ocorrências
que ajudaram a passar o tempo. Até que veio o jogo, na maior parte do tempo com
os Barreirenses a tentarem impedir que o Gomes marcasse, vindo com o recado feito
por estar então em disputa na chamada "Bola de prata" com o Nené do Benfica, perante uma apertada marcação de que
se encarregaram Carlos Manuel e Frederico, ao tempo já “apalavrados” com o
Benfica para futuro… A pontos de Carlos Manuel ter usado todos os meios
permitidos pelo árbitro e fiscais de linha (como ao tempo eram chamados os
auxiliares) para placar qualquer investida ou proximidade do Gomes do Porto (tendo
Fernando Gomes só conseguido marcar um golo e só a passe escondido, num livre que estava
para ser direto, em boa combinação com Oliveira) e o Frederico até ter
preferido fazer um autogolo para o Gomes não poder encostar… lá para dentro.
Apesar disso e mesmo assim, Gomes com 1 golo nessa tarde ainda ficou com vantagem de dois sobre Nené – que no seu jogo marcou 3 golos que foram insuficientes – alcançando o avançado portista então pela terceira vez o título de melhor marcador do Campeonato Nacional (feito que mais tarde ainda viria a repetir mais outras três vezes, não tendo conseguido até mais por variados motivos, incluindo a ausência de dois anos em Espanha na sequência dos acontecimentos do verão quente de 1980.. como mais tarde por ter saído novamente aquando do desaguizado com Octávio).
Mas então importou festejar, pois era o segunda vez que o FC Porto era campeão, de enfiada, num encher de barriga depois de tantos anos de espera.
Mas então importou festejar, pois era o segunda vez que o FC Porto era campeão, de enfiada, num encher de barriga depois de tantos anos de espera.
Estivemos lá, como tudo isso não mais esquece. E dá vontade
de descrever, como tudo o que temos oportunidade de marcar presença, no próprio
sítio.
Posto isto e para melhor efeito memorial, ilustramos a
recordação com algumas passagens da reportagem do jornal O Primeiro de Janeiro,
um dos jornais existentes entre a imprensa da época, entremeando com algumas
fotografias (devido ao formato desse tempo não dar muito para uma digitalização
compatível a leitura dos meios informáticos da blogosfera e sistemas
informáticos)
ARMANDO PINTO
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