A história universal humanamente refaz memoração de antes e
depois de Cristo. Como a portuguesa, embora com origens de diversos povoamentos,
começou obviamente com o Condado Portucalense. Assim como a história do FC
Porto teve inícios com Nicolau de Almeida e ganhou raízes com Monteiro da
Costa. Enquanto a Memória Portista pessoal retém nos olhos da lembrança tempos
já mais de meio do século XX, naturalmente, embora sabendo do que dos antepassados
já vinha e vem, desde 1893, começado no século XIX, pois que passagens por três
séculos contemplam a vida do FC Porto nos 125 anos de existência do grande
clube dragão. Advindo memórias inesquecíveis a fazerem parte da memória portista
coletiva.
Nesse aspeto na memória pessoal, do autor destas linhas,
conta naturalmente de modo particular o tempo em que tudo o que enobrece o próprio
sentimento portista foi sentido já plenamente com sentidos apurados. De modo
que para ser recordado tem de ser mesmo na primeira pessoa, remetendo à minha
vida depois de já ser portista.
No ano em que eu nasci o FC Porto, entre diversas ocorrências
dignas de maior nota, teve uma
jornada histórica ao ter ido vencer a Lisboa na inauguração do antigo estádio
da Luz, ao tempo conhecido e referido publicamente ainda por estádio de Carnide.
Algo de que obviamente só tomei conhecimento muito depois, quando me comecei a
interessar por conhecer a história do clube que desde cedo despertou paixão em
minha vida. Assim como ainda daria primeiros passos há pouco tempo quando o FC
Porto em 1956 venceu o Campeonato Nacional de futebol e de seguida triunfou na
Taça de Portugal, fazendo a primeira dobradinha da história do futebol
portista. Em tempo que ainda não havia televisão em Portugal e era então considerada a refundação do FC Porto para efeitos aniversariantes do clube.
Ora, "in illo tempore", sendo que essa Taça de Portugal fora a primeira conquistada pelo FC Porto, tal primeira vez portista da obtenção do segundo trofeu mais importante do futebol português merece perpetuação, no caso. Como dá gosto rememorar, desta feita, deitando mãos dos olhos do apreço clubista às páginas do jornal O Porto, em seu número seguinte à conquista da Taça de 1956. Apesar de também aí constar algumas notas à margem e comentários sobre ocorrências costumeiras dos jogos do FC Porto na área de Lisboa. Importando porém reter mais, para memorização portista, a narrativa relevante sobre a ditosa conquista, como no órgão informativo do clube teve lugar. Através de cuja reportagem, referente a tal sucesso, se fica com imagens e descrição desse feito.
Essa foi então a primeira Taça de Portugal ganha pelo FC
Porto depois de eu nascer, mas sem me lembrar, a não ser pelo que depois li
e pude ver posteriormente; bem como no caso da seguinte, em 1958; das quais tive conhecimento
quando comecei a ter idade para isso. Outra depois viria, mais tarde, como
primeira de que me lembro bem… e como tal foi bem sentida. A de 1968, para
sempre especial.
Armando Pinto
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