Tempos houve, no panorama futebolístico ibérico, em que
havia certo intercâmbio de jogos integrantes de torneios entre clubes
portugueses e espanhóis, sobretudo do norte peninsular e com maior incidência
na vizinhança de Entre Douro e Minho e a Galiza. Além de outros particulares com
uma equipa apenas, de visita e receção, ou participação única no âmbito de
alguma festividade ou homenagem, por exemplo. Nomeadamente no período do
defeso, quando, entre um campeonato acabado e antes do começo de outro, se
sucediam encontros desses, havendo troféus então com enraizado prestígio.
Foi assim, numa ocasião dessas, que o FC Porto foi convidado
e participou num torneio com o nome das festas tradicionais da cidade galega de
Ourense, o Troféu Corpus Christi, em 1964. Cujo sucesso se deu em plena época
do S. Pedro, festa popular em Portugal, e em Ourense decorrem as festividades
que têm ponto alto na majestosa procissão do “Corpus Christi” – “faz anos” nesta
data, em que escrevemos esta recordação.
Estava-se, pois no início do verão de 1964, sendo a equipa principal
do FC Porto treinada nesse tempo pelo brasileiro Otto Glória, passando o
plantel por período de renovação, ainda tendo alguns grandes ases da geração
dourada dos anos cinquentas, como Hernâni, Carlos Duarte, Virgílio, Arcanjo e
Perdigão (por esses dias a acabar as suas carreiras), reforçada que fora a equipa anos antes com a entrada do guarda-redes
Américo para titular e chegada ao clube de uns Pinto, Azumir, Atraca, Jaime, etc. Bem como entretanto passara a contar com novos elementos como Almeida, Rolando, Paula, Festa, Nóbrega, por exemplo. Entre outros, alguns dos quais com valor mas que por diversos motivos não tiveram muita utilização, tal o caso de Valdir, bom avançado mas de ação limitada por lesões. E
escasseavam ainda as oportunidades de confrontos com equipas estrangeiras, deparando-se
assim boas ocasiões, como dessa vez em que o FC Porto defrontou o Deportivo da
Coruña e o Athletic Bilbao (que antes fora, curiosamente, o primeiro rival dos
azuis e brancos nas competições europeias, em 1956/57).
Passa agora a efeméride da final desse torneio, disputado em
finais de junho de 1964, com tal troféu em disputa. Tendo aí o FC Porto ganho a respetiva taça grande, que o capitão Hernâni levantou ao lado dos
colegas.
Com efeito – conf. "Dragões Diário" – então «o FC Porto bateu o Atlético de Bilbau (Athletic
Bilbao) por 3-1 (com dois golos de Azumir e outro de Nóbrega) e conquistou o Troféu
Corpus Christi, disputado em Ourense (Orense), na Galiza. No primeiro jogo da
competição, os Dragões já tinham vencido o Desportivo da Corunha (Deportivo Coruña)
pelo mesmo resultado (com outro bis de Azumir e mais um golo de Hernâni). »
Armando Pinto
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