Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Carlos Simões: Um "fortalhaço" ligado ao 25 de Abril e não só...


Há nomes para sempre relacionados com determinados factos e especialmente de ligação perene a curiosidades que vêm à tona da memória amiudadas vezes, quando se relembram certas ocorrências. Tal o caso do antigo defesa Simões, aquele “esteio da defesa” portista do tempo de Pedroto, entre os nomes eternamente ligados à conquista do título nacional obtido pelo FC Porto ao cabo dos sempre relembrados 19 anos de espera e seguinte bi-campeonato conquistado, o “raçudo” defensor que fazia dueto com Freitas no centro da defesa, que também ficou associado à época romântica do 25 de Abril, nas esperanças advindas pelas mudanças operadas. Conforme vem a talhe ilustrar com uma página da publicação que à época lhe foi dedicada na coleção Ídolos do Desporto, da versão dos anos oitentas.


Entretanto, o mesmo Carlos Simões, habituado a marcar os opositores que o defrontavam, não os deixando fazer o que queriam, também ficou historicamente marcado noutro sentido, mais tarde, ao ser lembrado em assimilação, por vezes, pelo autogolo que quase sem saber como, involuntariamente e de modo azarado, calhou de ter feito diante do Benfica no jogo mais importante desses tempos. Como é da história. Mas, enquanto os autogolos nem costumam ser bem recordados a maior parte das vezes, esse é sempre lembrado pelas melhores razões, por ter depois feito com que um empate soubesse a vitória. Conforme sucedeu nesse célebre 1-1, com dois golos marcados por jogadores do FC Porto em situações diferentes que o Benfica e o FC Porto protagonizaram a 28 de maio de 1978 nas Antas, e acabou por ser decisivo para a conquista do título por parte do FC Porto.


Isso tudo após amálgama de peripécias, no decurso desse jogo que o FC Porto não podia perder, mas em que logo de início ficou em desvantagem por via do lance infeliz do Simões, devido à bola lhe ter embatido a meio da perna e de joelhada ter acabado por trair o colega Fonseca, surpreendido e impotente para deter o rumo do lance. Seguindo-se o resto do tempo com os jogadores do Benfica remetidos a defender a vantagem caída das núvens, enquanto os homens da equipa portista iam tentando e tudo fazendo para contrariar o azar e fatalismo até aí sentido. De permeio com esporádicas escapedelas dos benfiquistas, que em raros contra-ataques meteram certos arrepios na imensa mole dos assistentes; inclusive levando Fonseca, com pouco trabalho mas mantendo grande atenção, a ter salvo a honra da casa numa "defesa do outro mundo" com que salvaguardou a escassa diferença do marcador. Até que a poucos minutos do fim Ademir repôs a igualdade e pôs o estádio das Antas em delírio. Estava lá então, no meio da bancada central do lado da Maratona, o autor destas linhas. Felizmente ainda com vinte e poucos anos, senão teria por certo sido antecipado algo do enfarte e ataques de pericardites depois acontecidos... 


Muito antes disso, porém, Simões viera para o FC Porto num reflexo das alterações vividas na mudança de regime político. Em ocorrência que apraz referir, na passagem da data do seu ingresso no FC Porto.


Eis como é recordada essa efeméride, na missiva oficial portista “Dragões Diário”:

Em 1974 «…ainda o cadáver do Estado Novo estava quente e já o FC Porto recebia um dos reforços que seriam protagonistas do 25 de abril do futebol português, que se concretizou na temporada de 1977/78. A 23 de julho de 1974, o defesa Simões confirmava que estava de saída da Académica de Coimbra e que o maior clube da Invicta era o seu destino. Em 1974/75, o atleta deu início a uma sequência de nove temporadas consecutivas de Dragão ao peito, em que conquistou duas Ligas portuguesas, uma Taça de Portugal e uma Supertaça.»


Ora, esse grande defesa do FC Porto dos anos setentas, grande em estatura, pujança física e valor, o “bigodes” Simões, um “fortalhaço” defensor, pedra fulcral da fortaleza edificada por José Maria Pedroto, é pois merecedor das boas lembranças a que seu nome ficará eternamente associado.

Armando Pinto
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2 comentários:

  1. Foi meu amigo no tempo em que conheci Marco Aurélio. Era uma pessoa muito afável. Que será feito dele? Um abraço.

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  2. tive a falar com o senhor hoje, é muito simpático

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