Em todos os inícios há sempre que semear para depois colher,
ou seja há o ato de introduzir para fazer algo nascer, conforme os casos. Tal
como desportivamente, pela fase de preparação, há um tempo de planear a
germinação, com vista aos frutos que daí advêm. Vindo de imediato ao pensamento
o que ansiamos sempre para o FC Porto, ao início de cada época, na fé do
porvir.
Foi assim também no caso da concretização da edificação do
mítico estádio das Antas, velho sonho dos antepassados portistas e realidade das
gerações seguintes. Vindo a talhe, na ocasião da passagem da correspondente efeméride,
lembrar a ocasião em que foram deitadas as primeiras sementes para o relvado original
das Antas.
Foi a 26 de julho de 1951, que foi lançada à terra a semente
para o relvado do estádio das Antas, então em construção.
Ao tempo, ainda o arrelvamento era feito com sementes
deitadas no próprio local e com tempo para a respetiva nascença. Levando que a
semeadura no terreno tivesse de ter sido efetuada ainda com as bancadas em
construção, para dar espaço de tempo a nascer enquanto a obra decorria.
Dessa evolução, pode-se ter ideia através de imagens de
antes e depois. Primeiro com uma captação visual de Outubro de 1950, conforme ficou
publicada na revista Stadium a situação nesse tempo.
O Estádio do FC Porto, como seria e foi o nome oficial, era
mesmo algo de relevância nos mais variados quadrantes do sentimento
relacionado, como se comprova por artigo jornalístico a fazer crónica correspondente,
conforme publicação de Setembro de 1951 na revista Stadium.
Enquanto isso, após o início das obras do anfiteatro das
Antas, enquanto já se viam as bancadas em formação (perante cenário aéreo com
as cestas de carvão que faziam o trajeto de S. Pedro da Cova para o Monte
Aventino), foi sendo preparado o retângulo de jogo para receber as primeiras
sementes de relva – conforme imagem coeva, que se dá à estampa.
Até que chegou o tempo do semear da relva. Acontecendo isso
em data de finais de Julho, para aproveitar o tempo de calor propício ao
natural desenvolvimento e nascença.
Estava-se na fase tradicionalmente quente da época de veraneio em Portugal. Ainda no âmbito das festas tradicionais das terras dedicadas a S. Tiago Maior, o Apóstolo da Península Ibérica, a cujo túmulo em Compostela desde séculos acorrem peregrinos, por cujos itinerários dos Caminhos de Santiago se fundaram comunidades paroquiais com S. Tiago por Orago. Como que por analogia, estava a ser também profetizado no Porto algo sublime.
Nesse dia, a 26 de Julho de 1951 – conforme passou a constar
nos anais portistas e ficou registado na História do FC Porto escrita por
Rodrigues Teles, em seu 3º volume – a ocorrência foi marcante na consolidação
do anseio. Facto agora relembrado na newsletter “Dragões Diário”, como acontecimento:
«Faltavam dez meses para a inauguração do Estádio das Antas quando, a 26 de Julho de 1951, foi semeada a relva do novo estádio. Norman Hall, ex-jogador de classe da década de 1920 e sócio honorário, dirige todos os trabalhos, ele que foi a Inglaterra fazer a seleção das melhores sementes.»
«Faltavam dez meses para a inauguração do Estádio das Antas quando, a 26 de Julho de 1951, foi semeada a relva do novo estádio. Norman Hall, ex-jogador de classe da década de 1920 e sócio honorário, dirige todos os trabalhos, ele que foi a Inglaterra fazer a seleção das melhores sementes.»
Das envolvências e do próprio tema deu conta mais tarde o jornal O Norte Desportivo, aquando da comemoração dos 25 anos do referido estádio portista, historiando passos históricos a que ficou ligada a A Sementeira, casa que faz parte das memórias portuenses.
Na sequência dos acontecimentos, está ligado ao arrelvamento das Antas Alípio Pereira Dias. Ao qual, no livro "FC Porto figuras & factos 1893-2005", por J. Tamagnini Barbosa e Manuel Dias, é descrito esse grande portistas: «Comerciante bem conhecido e estimado na cidade do Porto, associado do F. C. do Porto, sempre se disponibilizou para colaborar, leal e desinteressadamente, com sucessivas Direcções do clube. Proprietário de um estabelecimento comercial na Rua Mouzinho da Silveira, "A Sementeira", ficou a dever-se-lhe a oferta, sem o mínimo encargo, da semente para o primeiro arrelvamento do Estádio das Antas. (Posteriormente) Em 1987, foi distinguido, a título póstumo, com o "Dragão de Ouro" como "Sócio do Ano".»
Atendendo a toda a vivência em torno do assunto e enquanto enquadramento ao desenvolvimento
na Vida do FC Porto, respiga-se ainda da mesma obra da História do FC Porto,
escrita na década de cinquenta, um manifesto de regozijo – antevendo, já então,
o que sempre foi e será o FC Porto: Um GRANDE CLUBE!
Armando Pinto
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