1968 e 1987 foram dois anos marcantes no Portismo. Tal as marcas gravadas nesses anos das grandes alegrias e enormes conquistas da Taça de Portugal em 1968 e da Taça dos Campeões Europeus em 1987. Pese as diferenças óbvias, contudo pelo sentimento que representaram. Havendo em 1968, a 16 de junho, o FC Porto conseguido vencer a Taça de Portugal, então depois de dez anos de ausência de conquistas da Taça de Portugal (antes levantada por Virgílio em 1958, na consagração pela vitória sobre o Benfica com um golo de Hernâni), e nove anos de provas nacionais, após o título Nacional de 1959, pelo grande clube nortenho. Obtendo aí o FC Porto com essa vitória também um triunfo de superação sobre o regime BSB, das presidências federativas reservadas aos domínios de Benfica, Sporting e Belenenses. Algo que teve certa equivalência, quanto a ter sido alcançado, quão anos volvidos em 1987 o clube das Antas venceu pela primeira vez uma prova europeia de futebol, também, a Taça dos Campeões Europeus.
(Naturalmente a estes junta-se de modo especial 1978, da conquista do Campeonato Nacional que fez o Porto campeão nacional de futebol, finalmente, ao cabo de muitos anos, mais os anos das conquistas das restantes provas internacionais, na soma dos 7 títulos europeus e mundiais que o FC Porto tem e nós Portistas sentimos nossos, também. E tudo o mais, sempre que o Porto ganha!)
Ora... Se há vitórias que são daquelas em que «não há derrotas quando é firme o passo», por quanto foi possível concretizar a máxima de «ninguém fala em perder, ninguém recua…» (como está no poema Aleluia), uma dessas foi a da Taça de Portugal conquistada pelo FC Porto a 16 de junho de 1968, no final do encontro vitorioso sobre o Setúbal, por 2-1. De forma que, pela envolvência e magnitude, conseguida que foi em tempo do sistema BSB (ao jeito como cantava Zé Afonso quão do regime comiam tudo e não deixavam nada…) a vitória da Taça-1968 está perpetuada de modo especial no museu do FC Porto com uma vitrina dedicada a esse grande feito dos anos da década de sessenta.
Na dita vitrine, entre objetos alusivos diversos, está a mesma guarnecida com o livro do programa oficial dessa final, que pertence à coleção particular do autor destas linhas. Sendo essa uma das minhas coroas de glória portista, a bem dizer, perante essa colaboração prestada ao museu do FC Porto.
Desse exemplar impresso para a ocasião e distribuído aquando da final a 16 de junho de 1968, recolhe-se de seu interior, para esta lembrança, algumas passagens das páginas mais significativas:
É da história toda a envolvência dessa grande vitória portista, cuja data de 16 de Junho de 1968, da final dessa vitoriosa jornada, ficou nos anais da História Gloriosa do FC Porto. Derrotando o Vitória FC, mais conhecido por Setúbal, que então estava na final pelo quarto ano consecutivo, em cujas 3 vezes anteriores venceu duas. E puxando ao caso pessoal, nessas eras em que o ciclismo ia compensando o deserto de títulos do futebol sénior no mundo azul e branco, foi na verdade essa obtenção da Taça de Portugal pelo FC Porto a vitória que conheci em futebol nos meus tempos juvenis de Portismo, qual lança metida na áfrica do regime, após anos de espera por algo desde a infância até à puberdade. Tendo sido também a vitória do tempo dos meus grandes ídolos de infância, com Américo a cotar-se com um dos grandes heróis, em autêntica tarde de glória. Mais os marcadores dos golos, Valdemar e Nóbrega. E Pinto, o "cabecinha de diamante" Custódio Pinto, a receber a Taça, que beijou em nosso nome, lá no alto da tribuna.
A Taça em apreço está naturalmente entre os troféus de maior impacto, na ampla rodoma das vitórias nacionais de futebol pelo FC Porto. Tendo oficialmente sido entregue à Direção do FC Porto na semana seguinte à vitória do Jamor, em cerimónia antecedente ao jogo do Torneio da Cidade do Porto realizado no âmbito da festa da cidade, nesse mês e ano. Momentos a que se reportam as imagens, da entrega do capitão Pinto ao presidente Pinto de Magalhães; e pose fotográfica dos finalistas vencedores, com treinadores e dirigente da secção, junto à taça.
Ora, no significado de tal dimensão, como noutras oportunidades aqui se tem evocado essa grande alegria através de artigos expressivos, desta vez direciona-se a lembrança alusiva diante da memória expressa no Museu FC Porto by BMG. Recordando visitas dos dois sobreviventes dessa final, efetuadas entretanto ao mesmo espaço-repositório da memória do clube. Sendo que dos que jogaram na final estão ainda vivos, felizmente, Américo e Valdemar.
= Valdemar:Taça ao alto!
- Valdemar Pacheco, autor do 1º golo do FC Porto na Final, o golo de livre direto do empate, que permitiu a reviravolta para a vitória por 2-1!
= O guarda-redes Américo, uma das lendas do clube imortalizado por uma estátua no Museu FC Porto. Como em visita ao Museu foi fotografado com essa imagem por cenário de fundo.
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O dia 16 de junho de 1968 ficou na nossa história: a letras de ouro na história do FC Porto e como eterna lembrança na história pessoal… de quem já era portista nesse tempo e desde tempos em que de permeio o FC Porto não ganhara nada no futebol senior até então, em provas oficiais. Tal aconteceu num inesquecível domingo soalheiro, de tarde estival. Quando finalmente o FC Porto conseguiu ao fim de anos superar, ainda que momentaneamente, o faciosismo do poder reinol, do tal sistema BSB.
Disso tudo, melhor que muitas palavras, mais, ficaram imagens e páginas escritas. Além do que permanece na retina memorial.
Ora, como noutras oportunidades já aqui se desenvolveu essa célebre jornada vitoriosa (conforme consta em artigos de anos anteriores, neste blogue), desta vez privilegia-se a memorização documental por via visual, através de fotos das páginas de publicações preservadas, do que faz parte da coleção e arquivo pessoal, quão consegui guardar nesse início das férias grandes de 1968.
Armando Pinto
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