A 10 de junho de 1994, Dia de Portugal, houve em Oeiras, no chamado Estádio Nacional (sem condições mínimas, a pontos que nem a seleção nacional ali joga), nos arredores de Lisboa, a célebre Finalíssima da Taça de Portugal entre FC Porto e Sporting das garrafas de água lançadas no final do jogo, aquando da entrega da taça da vitória. Finalíssima essa que assim ficou célebre por motivos condenáveis.
Depois
de 120 minutos sem golos no jogo da final, cinco dias antes. Então, de regresso
ao Jamor, para a conclusão da chamada Festa do futebol, que afinal foi tudo
menos festa, antes uma verdadeira vergonha, com os vencidos a não quererem que
os vencedores no final recebessem o troféu justamente conquistado, deu-se esse triste espetáculo no Dia da Raça Nacional. Em mais uma
amostra e dessa vez mais escandalosa, mesmo, diante das imagens televisivas
pelo mundo fora, de como o sistema português protege os prevaricadores e não
reconhece a justiça da verdade.
Ora, nesse jogo do tira-teimas dessa final, os Dragões
adiantaram-se no marcador com um grande golo de Rui Jorge, mas Vujacic empatou
para o Sporting e forçou novo prolongamento. No início do tempo extra, Aloísio
desfeiteou Lemajic da marca de penálti e assinou o 2-1 a favor do FC Porto. Resultado
que se viria a manter até ao apito final. Estava consumada a vitória portista e
dada uma valente bofetada de luva branca do anterior treinador do Sporting e
então treinador portista dessa vitória. Pois, despedido que foi meses antes do
Sporting, Sir Bobby Robson conduziu o FC Porto a mais uma conquista da Taça de
Portugal. Cujo troféu, por fim, até serviu para ser usado pelo capitão portista
João Pinto para se proteger do arremesso de objetos por parte dos adeptos
sportinguistas quando os jogadores portistas receberam o troféu e depois também na descida da tribuna, novamente.
Então deu-se na “capital do império” a vergonhosa batalha
campal dos adeptos do Sporting e outros misturados da aliança de segunda
circular, a atirarem garrafas de água e objetos vários aos jogadores do FC Porto,
para os vencedores não poderem assim subir à tribuna para receberem a taça.
Como é costume, embora já mais que incompreensível, dos jogadores terem de
subir pela bancada central cima, por entre a multidão, para terem acesso ao
local da entrega do troféu. E na ocasião, com os governantes da nação e os
diretores superiores do futebol impávidos espetadores de triste figura, em vez
de serem tomadas medidas, aconteceu de tudo, na mais vergonhosa afronta à
verdade desportiva e social.
Armando Pinto
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