Com duas derrotas amargas para o mundo benfiquista, através
de um empate caseiro com sabor a derrota no campeonato da Liga Portuguesa e uma
derrota humilhante na europeia Liga dos Campeões contra a equipa tida como mais
fraca do respetivo grupo e logo também casa, no estádio da Luz, em Lisboa, o
mundo vermelho – que sempre preferiu ser chamado encarnado para não haver confusão
com o vermelho comunista de aversão do grão benfiquista Salazar – tenta a todo
o custo passar sobre as brasas do inferno vermelho com uma tentativa Sebastiânica.
Tendo chegado em manhã de nevoeiro um novo Dom Sebastião, para fazer mais um
jeito ao clube do regime do futebol português. E tal como o rei solteiro das dinastias
da monarquia portuguesa, que, fazendo guerra contra todas as probabilidades, saiu
derrotado da batalha de Alcácer Quibir, e por isso consequentemente tirou a
possibilidade da coroa portuguesa manter o país independente, nos idos de
quinhentos, também o agora emproado da prosápia elitista do imperialismo
nacional aparece como mito desfalecido diante dos últimos anos de fracassos
sucessivos.
Ora, Mourinho, que depois de ter passado e sido despedido do
Benfica sem honra nem glória há 25 anos, salvo depois por ter ido para o FC Porto
ganhar fama e sucesso, volta passados 25 anos ao Benfica, perdoando ofensas
antigas por ser o seu clube. Quem sabe se para acabar de novo despedido, para finar
sem honra e ingloriamente. Embora, sabendo ele como o Benfica é protegido pelos
poderes do país desportivo e não só, conte com as ajudas que antes soube que
beneficiam o clube do regime nacional e a sua participação possa ter externos resultados.
Pois então, nesta situação, vem a
talhe referir que, constando na biblioteca pessoal aqui do autor deste blogue,
entre tantos livros e publicações de temática portista, um livro contemporâneo
da passagem de Mourinho pelo FC Porto, o mesmo volume continua naturalmente
guardado e disponível para consulta, por conter material interessante de quanto
ele afirmava nesse tempo. Ainda que nem sendo ele uma pessoa de agrado pessoal,
daqui, há muito, desde que amuado ele não quis festejar a conquista da Taça dos
Campeões Europeus ganha em 2004 pelo FC Porto. Não tendo então vindo às Antas, ao estádio do Dragão, como todos os outros vencedores, para a celebração pública dos campeões com os
sócios e adeptos portistas.
Ora, essa apreciação jamais será esquecida, dele não querer festejar com os Portistas na casa do FC Porto a maior vitória da carreira dele… Daí que já há anos também aqui tenha ficado registado que André Villas-Boas como treinador do FC Porto suplantou Mourinho, entre outros factos, por ter conseguido ganhar o campeonato português logo na primeira temporada em que dirigiu uma equipa do FC Porto (em 2010/11), feito que no FC Porto Mourinho só conseguiu na sua segunda época ao comando do plantel azul e branco (em 2002/03); além de Villas-Boas haver sido o terceiro treinador mais novo de sempre a conquistar o título de campeão nacional de futebol, com 33 anos de idade, a seguir de Miguel Siska (campeão pelo FC Porto em 1938-39) e de Juca (campeão pelo Sporting, em 1961-62). Havendo ainda a acrescentar e registar o facto de André Villas-Boas ter sido e ser o treinador mais jovem a festejar a conquista de um título internacional, obtendo um trofeu europeu oficial, quando com 33 anos e 213 dias foi o treinador da vitória do FC Porto na Liga Europa de 2011. E além de mais novo, também André Villas-Boas foi o primeiro que festejou no estádio do Dragão um título europeu. Tendo a vitória da Liga Europa de 2011 sido efusivamente comemorada depois no Dragão, com o treinador Villas-Boas presente no estádio do Porto (em cuja era do novo e atual estádio portista José Mourinho havia sido o primeiro a conquistar um trofeu europeu, na vitória na Liga dos Campeões Europeus de 2004, contudo como não acompanhou a equipa no regresso festivo para a comemoração que se seguiu no Dragão, porque estava de saída, sem ter comunicado no Clube, não esteve por sua vontade no estádio do FC Porto na apoteose comemorativa).
Armando Pinto
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