Ainda fazem vir acima muitas recordações os célebres “Aerogramas”
do tempo da guerra do ultramar português, com que era mantida correspondência
entre o povo português na ligação de quem estava a cumprir serviço militar nas
colónias das províncias ultramarinas, com familiares e amigos distantes no
continente nacional.
Não é necessário explicar o que era isso, embora para as
gerações que não viveram esse período possa ser algo quase mitológico. Sendo um
tipo de carta de envio por correio aéreo, sem necessidade de sobrescrito, a
fechar através de processo de colar as pontas do formato apropriado, de papel
desdobrável. Coisa que foi frequente nos costumes nacionais durante a Guerra
Colonial, como meio de comunicação preferencial entre as famílias na Metrópole
e as tropas destacadas nas províncias em guerra com Portugal, ou seja Angola,
Moçambique e Guiné-Bissau, mas também com as restantes onde estavam militares
em missão de soberania, como em Macau e Timor, por exemplo. Em virtude de ser
um meio gratuito de correspondência, mantido pelo antigo SPM (Serviço Postal
Militar) entre 1961 e 1974, através de emissão oficial do Movimento Nacional
Feminino, organização de representatividade estatal.
Assim, desses modelos de partilhas de missivas, também
ficaram alguns exemplares de trocas de correspondência entre pessoas afetas ao
FC Porto. De cujo acervo, como recordação pessoal, ilustramos aqui o tema
recordatório mediante um dos diversos exemplares existentes em arquivo pessoal
do autor destas linhas. No caso (com a frente e o verso, de endereço e remetente) da comunicação mantida por esse meio com um antigo atleta do
FC Porto, ao tempo jovem hoquista do FC Porto que, em inícios dos anos
setentas, fora cumprir o resto de seu serviço militar obrigatório nas
longínquas paragens orientais de Timor…
Armando Pinto
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