Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

domingo, 14 de março de 2021

Centenário do "Comendador" João Manuel, autor do poema da Marcha do FC Porto

 

14 de março de 2021 - Nesta data faz 100 anos João Manuel, nome sobejamente conhecido da cultura pública nortenha, assim como (apesar das habituais diferenças entre a capital e o Norte do país) também ao nível nacional, quer como diretor d’ A Voz dos Ridículos, programa radiofónico de humor da maior longevidade, bem como autor de Marchas de São João do Porto e especialmente da Marcha do Futebol Clube do Porto.

Com efeito, a 14 de março de 1921 nasceu no Porto João Manuel Borges Antão, cidadão portuense de Ramalde que pela vida adiante se tornou popular como autor de diversificada matéria cultural, em cujos meios se tornou mais conhecido por João Manuel, conforme assina suas composições. Entre cujo material de seu labor literário valioso se conta a letra da Marcha do FC Porto. Perfazendo assim nesta data um século de vida. 

Na oportunidade, com a feliz certeza de ser vivo esse senhor de nossa admiração de há longos anos, assinala-se o facto com esta evocação ao poeta e autor teatral de comédias e de letras de hinos e marchas, João Manuel. Reconhecido entretanto com uma comenda por seu valor artístico com a Ordem de Mérito (durante a vigência de Jorge Sampaio como Presidente da República); bem como também foi já condecorado com a Medalha de Mérito-Ouro da Câmara Municipal do Porto e homenageado pela Junta de Freguesia de Ramalde, de sua área da cidade do Porto; além de também haver já sido agraciado com a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores. Estando ainda de boa disposição, o eterno diretor d' A Voz dos Ridículos.

Algo do percurso de João Manuel Borges Antão foi também por estes dias evocado, a propósito deste centenário, numa crónica do escritor e historiador portuense Herder Pacheco, em sua habitual coluna do Jornal de Notícias (ainda que com um lapso no nome completo, naturalmente involuntário), dando um bom naco descritivo da correspondente imagem pública do visado, aludindo ainda cargos e missões de sua ação social. 

Pois João Manuel, para quem segue tudo o que respeita à vida do FC Porto, há muitos anos que também se tornou nome familiar como colaborador do (entretanto extinto) jornal O Porto, muito tendo valorizado os registos da atividade portista ao longo de várias décadas com seus versos na rubrica “O Porto a rir”. Contendo, nas páginas desse antigo órgão oficial do FC Porto, pequenas dicas humorísticas e alegres poemas, muito do apreço geral e de que eu particularmente gostava, de modo a encher as medidas de boa disposição.

Como tal, em ilustração dessa veia, apraz então relembrarmos um poema, dum desses exemplares de tal coluna  de fino recorte.


Na calha extensiva, recorde-se uma sua "dica" no mesmo jornal O Porto, aquando da vitória do FC Porto (sobre o Setúbal, por 2-1), na final da Taça de Portugal de 1968, que a RTP não transmitiu, ao contrário do que havia feito em anos anteriores. Isso porque, naqueles dias, causou estranheza o facto da televisão estatal não se ter dignado transmitir o jogo, sabendo-se que a mesma tv portuguesa, ao tempo de um só canal e de domínio oficial, tinha feito transmissões diretas das anteriores finais. Havendo então, no dia, apenas passado à noite umas imagens alusivas no programa Domingo Desportivo, com que encerrava o cartaz diário dos serões televisivos nacionais. Daí uma das achegas (em tempo de censura oficial) com que houve forma de criticar o caso, através da rubrica do jornal do clube, n' "O Porto a rir":


Além dessa colaboração ao jornal O Porto, também teve outras participações em diferentes publicações do FC Porto, como num dos casos de revistas que por vezes iam aparecendo em ocasiões assinaláveis:

                                                                                                (...)

Associamo-nos assim a esta longevidade, aqui entre nós também, com votos de "Parabéns e Felicidades", na pertinência desta lembrança.

Armando Pinto
(((Clicar sobre as imagens )))

2 comentários:

  1. Caro João Manuel
    Partilhamos o nome e a data de aniversário. O seu nome, bem como o de B. Veludo e Castro Maia faz oarte do meu imaginário de menino, que aos Domingos à hora de almoço os ouvia, ansiando pela hora de abalar oara as Antas na companhia dos meus pais. Excelentes memórias que me acomoanharam ao longo de 66 anos de vida ( na próxima 2a feira). Umbgrande abraço e um muito obrigado ao Helder Pacheco por lembrar às gerações mais novad quem é o grande JOÃO MANUEL!

    ResponderEliminar
  2. Anda pela Internet uma crónica agenciada a informar que faleceu no sábado 16 / 4 JOÃO MANUEL BORGES ANTÃO com 101 anos, n. 14/03/1921 - f. 16/04/2022. Antigo colaborador do Jornal o Porto com as colunas que escrevia em "O Porto a rir" e autor da Marcha oficial do FC Porto e diretor da Voz dos ridículos. Recém-chegado aos 101 anos, João Manuel Antão, autor da marcha do FC Porto, morreu no sábado, comunicou o clube portista, que recorda a personalidade portuense como "um dos grandes nomes da cultura da cidade Invicta e de Portugal". João Antão, nascido em março de 1921, esteve ligado à comunicação ao colaborar no Jornal O Porto, órgão azul e branco no século XX, e foi diretor do programa radiofónico "A Voz dos Ridículos". A música também fez parte da vida de João Antão: além de criar a marcha do FC Porto, produziu as Marchas de São João. O contributo social e cultural prestado valeu-lhe, mais tarde, uma Medalha de Mérito-Ouro, atribuída pela Câmara Municipal do Porto, a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores e a Ordem de Mérito Nacional, designada por Jorge Sampaio, ex-Presidente da República. O historiador Hélder Pacheco descreveu-o, numa crónica publicada, no ano passado, no Jornal de Notícias, como um "portista indefetível e portuense indestrutível" e um "impulsionador das Causas de Bem Fazer" na cidade nortenha. Ou seja com informações deste blogue do amigo Armando Pinto. Parabéns pelo serviço público.

    ResponderEliminar