Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Efeméride: Aurora Cunha, do FC Porto, Campeã Mundial de Pista a correr pela Seleção da Europa – Vitória na IV Taça do Mundo de Pista em 10.000 m, em Camberra/ Austrália e (a propósito) evocações do Atletismo Portista

A 5 de outubro de 1985, Aurora Cunha ganhou os 10.000 metros (com o tempo de 32.07.05) na 2ª jornada da Taça do Mundo de Atletismo, em Camberra, na Austrália. Correndo aí então pela Seleção da Europa, honra especial da Atleta do FC Porto. 

Com efeito, ao correr do dia do feriado português do 5 de Outubro, data comemorativa da Implantação da República em Portugal, no distante ano de 1910, a portuguesa e portista atleta Aurora Cunha correu e venceu na Austrália, em 1985, a Taça do Mundo de Pista na distância de 10.000 metros. Erguendo aí a bandeira portuguesa!

Ora, Aurora Cunha, Campeã Mundial de Estrada e Atleta Olímpica, como é mais referenciada, foi também Campeã Mundial de Pista. Sendo seu nome um dos grandes nomes do Atletismo do FC Porto, tal como Fernanda Ribeiro, José Sena e Nuno Fernandes, por exemplo, entre alguns outros, dos atletas que na década dos anos oitenta elevaram o atletismo portista. Uma modalidade, existente no clube desde 1906, mas com diversas fases existenciais e que dentro do FC Porto foi deveras apreciada, sem contudo conseguir obter muitos títulos a nível superior das competições em Portugal, vulgo 1.ª Divisão (além de títulos da 2.ª Divisão Nacional e muitos em Campeonatos Regionais). Num passado que teve atletas com nome de peso, altura e velocidade, como Arnaldo Borges, António Tender, Carlos Vieira, Fernando Perdigão, Fernando Romero, Ângelo Ferreira, Alfredo Carvalho, Manuel de Sousa, Brazeta de Oliveira, Viães Lemos, José Saavedra, Carlos Carneiro, António Ascensão, Jorge Aragão, João Campos, José Sena, José Regalo, Vital Silva, António Pinto, Isolina Pinhel, Elsa Amaral, Marta Moreira, Ana Paula Mota, etc. etc. (e mesmo Rosa Mota, esta embora ainda que por pouco tempo, no início de sua carreira). Entre tantos outros, naturalmente.

Dentro desta memorização, recorde-se uma resenha do historial do Atletismo do FC Porto, publicado na revista “Mundo Azul”, em 2010. Num artigo escrito pelo autor deste blogue, também, embora sem ter então aparecido indicação do nome de autoria (como apareceu das outras vezes, durante o tempo de colaboração pessoal a essa revista ao tempo do Conselho Cultural do FC Porto). Antes, portanto, do Título de 2010 e consequente desenlace posterior.

Modalidade essa das corridas a pé, além de extensivas variantes, que sempre teve mais sucesso e investimento global no sul, onde os clubes de Lisboa conseguiram juntar mais valiosos lotes de atletas, embora com muitos oriundos do Norte. Coisa do centralismo português. Acontecendo que após o célebre título portista de Atletismo ao ar livre no início dos anos 50, no Nacional de Pista em masculinos, conquistado pelo FC Porto em 1952, ainda o clube das Antas conseguiu repetir o feito em 2001, em seniores, bem como em femininos em 2010, nos campeonatos da 1ª Divisão. Além de outros primeiros lugares nos Campeonatos de Pista Coberta, Corta-mato e Estrada, bem como mais alguns desses em categorias jovens também. Até que em 2010 foi suspensa a modalidade no ecletismo do FC Porto, devido à proibição de inscrição de atletas de nacionalidade estrangeira, em norma inventada pela Federação para contrariar a ascensão que o FC Porto começava então a ter. Após a conquista do Campeonato Nacional de Pista em femininos… Tendo a suspensão do atletismo nos “dragões”, detentores dos títulos de campeões nacionais em pista coberta e ar livre (femininos), tido inicial ideia de ser temporária, em protesto a decorrer “pelo menos enquanto a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) for presidida por Fernando Mota” (tido como de evidente colagem ao rival Sporting e de não gostar dos “dragões”) – perante a alteração “à pressa” dos regulamentos, o que era “ilegal e inconstitucional, pois fere a norma da livre circulação de atletas comunitários (que é o caso concreto do FC Porto) entre clubes”. Contudo, como isso até agradou aos clubes de Lisboa e ainda alguns do Norte, por deixarem de ter concorrência forte do FC Porto, a ocorrência prolongou-se no tempo, passando o atletismo a ser uma das modalidades extintas no FC Porto durante a presidência de Pinto da Costa.

Assim sendo, vem a talhe evocar essa modalidade, através da conquista de Aurora Cunha a 5 de outubro de 1985. Um importante título mundial então obtido, que nem é muito referido por haverem tido maior e óbvia repercussão os seus 3 títulos de Campeã Mundial de Estrada, bem como a nível clubístico também e sobretudo as Medalhas Olímpicas de Fernanda Ribeiro.

Pois, para recordar essa façanha de 1985 na Taça do Mundo de Pista, na Austrália, deitamos olhos ao que foi e está publicado no livro “Aurora Cunha Uma Vida de Paixões”, publicado em 2018. Obra que faz parte da biblioteca pessoal e particular do autor destas lembranças, devidamente autografado pela atleta histórica do FC Porto.


Armando Pinto

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