Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Evocação do “Mãos de Ferro” Barrigana (28/04/1922-30/09/2007) na efeméride do seu falecimento

A 30 de setembro de 2007 faleceu Frederico Barrigana, o “Mãos de Ferro” do FC Porto. Célebre guarda-redes de futebol que foi um dos grandes nomes do FC Porto, falecido então com 85 anos.

Assim sendo, embora numa data como esta, é ocasião de mais uma vez evocar esse grande ícone da memória portista. Como alguém que em seu tempo foi autêntica referência da mística azul e branca. Como se pode recordar num exemplo paradigmático, através de uma fotografia original, com que desta vez se expande sua imagem memoranda, para lá das imagens diversas que têm ilustrado os vários artigos dedicados ao mesmo guarda-redes que enchia as balizas na defesa do FC Porto, agarrando as bolas com suas mãos fortes. Tratando-se duma fotografia dos inícios da década dos anos 50, na vinda duma embaixada do FC Porto à então vila de Felgueiras, com Barrigana como número um da devida representação portista.

Então, inserida na campanha de angariação de fundos para o custeamento da edificação do estádio das Antas, veio uma equipa representativa do FC Porto a Felgueiras, para um jogo com a equipa do FC Felgueiras (que, fundado em 1932, mas com alguns hiatos na sucessiva continuidade, estava ao tempo em reativação). Tendo na chegada à então vila da terra do Pão-de-ló de Margaride a comitiva portista sido recebida no edifício que servia de Paços do Concelho, ao tempo. Quando ainda estava em construção o novo edifício da Câmara Municipal e como tal os serviços camarários andavam espalhados por diversos locais, servindo de salão nobre a área mais distinta do edifício do Grémio, que albergava também gabinetes municipais. Sendo ali que houve a sessão solene da receção de boas-vindas, e então apresentada a delegação do FC Porto pelo felgueirense e grande portista Adriano Castro, da Longra, diante dos responsáveis do Município, Dr. José de Castro Leal de Faria, presidente da Câmara, e sr. Manuel Bragança, secretário. Tendo depois falado Barrigana, em nome do FC Porto, como se vê no instantâneo fotográfico desse momento – perpetuado na fotografia, oferecida ao autor desta lembrança pelo amigo Longrino sr. Adriano Castro, à época interlocutor na vinda da equipa a Felgueiras (foto que consta do livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, publicado em 1997, também aqui do autor). Sendo sintomático o facto de ser Barrigana o porta-voz da embaixada portista, enquanto estavam presentes alguns diretores, como por exemplo Carlos Nunes, e outros que se vêm na imagem, além naturalmente dos jogadores, entre os quais se reconhecem também Monteiro da Costa, Correia e Sá Pereira. É que Frederico Barrigana, nesse tempo, era figura grande do FC Porto.

Entre grandes nomes do FC Porto que fazem parte da memória azul e branca, Barrigana permanece além do tempo e continua a ser icónico na história portista.

Armando Pinto

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domingo, 28 de setembro de 2025

132.º Aniversário do FC Porto

  

28 de SETEMBRO DE 18932025




FC PORTO -  Aos 132 anos de Vida: Referências representativas de 1893 a 2025


PRESIDENTES AO LONGO DA HISTÓRIA

1.º –  1893-96           António Nicolau d'Almeida        

2.º – 1906–11           José Monteiro da Costa              

3.º – 1911                 Júlio Garcez de Lencastre            

4.º – 1911–12           Guilherme do Carmo Pacheco 

5.º – 1912–14           Joaquim Pereira da Silva             

6.º – 1914–16           António Borges d'Avellar            

7.º – 1916–17           António Martins Ribeiro             

8.º – 1917–20           Henrique Mesquita       

9.º – 1920–22           António Cardoso Pinto de Faria​               

10.º – 1922–23         Eurico Brites     

11.º – 1923                Sebastião Ferreira Mendes         

12.º – 1923–26          Domingos d'Almeida Soares     

13.º – 1926–27          Afonso Themudo           

 – 1927–28                Sebastião Ferreira Mendes       

14.º – 1928–29          Urgel Horta       

15.º – 1929–30          Augusto Fernando Sequeira     

16.º – 1930–31          Eduardo Dumont Villares           

17.º – 1931–32          António Figueiredo e Melo       

– 1932–34                 Sebastião Ferreira Mendes       

– 1934–36                 Eduardo Dumont Villares

– 1936  (pres. Comissão Administrativa)    Luís Couceiro do Canto Moniz    

18.º – 1936–38          Carlos Teixeira da Costa Júnior 

19.º – 1938–40          Ângelo César    

20.º – 1940–41          Augusto Pires de Lima 

21.º – 1941–44          José Sousa Barcelos      

22.º – 1944–45          Luís Ferreira Alves         

23.º – 1945–48          Cesário Bonito 

24.º – 1948                Júlio Ribeiro Campos      

25.º – 1948–50          Miguel Pereira 

– 1950–51                 Júlio Ribeiro Campos    

– 1951–54                 Urgel Horta       

26.º– 1954–55           José Carvalho Moreira de Sousa             

– 1955–57                 Cesário Bonito 

27.º – 1957–59          Paulo Pombo de Carvalho          

– 1959–61                 Luís Ferreira Alves         

28.º – 1961–65          José Maria do Nascimento Cordeiro     

– 1965–67                 Cesário Bonito 

29.º – 1967–72          Afonso Pinto de Magalhães      

30.º – 1972–82          Américo de Sá 

31.º – 1982–2024      Jorge Nuno Pinto da Costa        

32.º – 2024 (Presente)   André Villas-Boas      



PRESIDENTE  ATUAL:

Luís André de Pina Cabral e Villas-Boas

- DATA DE NASCIMENTO - 17 de outubro de 1977

- PRESIDENTE desde 2024 - eleito a 27 de abril, empossado como Presidente da Direção a 7 de maio e mais tarde da SAD a partir de 28 de maio seguinte (por os membros da anterior Administração terem querido ficar até ao fim e não terem aceitado fazer a passagem antes).


TÍTULOS HONORÍFICOS de Associados do Clube:

= Nos termos do 29.º Art.º dos Estatutos do Futebol Clube do Porto, a fim de premiar ou distinguir a dedicação, o mérito, a contribuição para o engrandecimento do Clube ou os serviços excepcionais prestados, bem como a notabilização pelo Clube, pela Nação ou pela causa desportiva, foram instituídas até à data as seguintes distinções honoríficas:

Lista de Titulares:

Presidentes Honorários

Sebastião Ferreira Mendes

Ângelo César Machado

Afonso Pinto Magalhães

Américo Maria Coelho Gomes de Sá

Cesário Moura Bonito

Miguel Augusto Gonçalves Pereira

Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa

Fernando Arnaldo Sardoeira Pinto


Associados Beneméritos

António Cardoso Pinto de Faria

Augusto Fernando Sequeira

António Augusto de Figueiredo e Melo

Alfredo Gonçalves Basto


Associados Honorários

José Guilherme do Carmo Pacheco

José Sobrinho Gomes

Artur de Oliveira Valença

Carlos Viegas Gago Coutinho

Sacadura Cabral

Abel Aquino Júnior

Brito Paes

José Manuel Sarmento Beires

Manuel Gouveia

Francisco Sotto Mayor

Normam Hall

Sebastião Ferreira Mendes

Domingos de Almeida Soares

Câmara Municipal do Porto

José Frederico do Casal Ribeiro Ulrich

Joviano de Medeiros Lopes

Antão Santos da Cunha

Domingos Cândido Braga da Cruz

Luís José de Pina Guimarães

Lucínio Gonçalves Presa

António Luís Gomes

Manuel José Cunha Júnior

Cesário de Moura Bonito

Miguel Augusto Gonçalves Pereira

Júlio Ribeiro Campos

Alberto Augusto Mendonça

Aureliano Gonçalves Braga

Miguel Guedes Bonito

Marcelino Francisco da Conceição

João Marques Pinto

Juscelino Kubitscheck

José Carvalho Moreira de Sousa

Afonso Pinto Magalhães

José Maria do Nascimento Cordeiro

Ponciano dos Santos Gomes Serrano

Alfredo Ferreira Clemente

Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa

Alexandre José Silva Rodrigues Magalhães

Luís Teles da Cunha Roxo

Ilídio Borges Pinto

José Maria de Carvalho Pedroto

João Havelange

Reinaldo Costa Teles Pinheiro

José Vieira de Carvalho

Fernando Manuel Santos Gomes

Adriano Pinto

Adolfo Roque

Lennart Johansson

= E assim, vislumbrando a fundação no tempo de António Nicolau de Almeida, se contempla o FC Porto até à atualidade com André Villas-Boas, no presente do Clube de todos os sócios a nortear o destino do FC Porto vencedor.


- 28/9/2025 – Comemoração do 132.º aniversário do Futebol Clube do Porto - Antigos dirigentes, treinadores, atletas e sócios foram recordados após o hastear da bandeira do FC Porto. 

As cerimónias do 132.º aniversário do FC Porto tiveram início, na manhã deste domingo da data aniversária, junto da porta 1 do Estádio do Dragão, onde foram hasteadas cinco bandeiras azuis e brancas antes de o Hino ser entoado. De seguida o presidente André Villas-Boas depositou uma coroa de flores no centro do relvado do Estádio do Dragão em homenagem a Jorge Nuno Pinto da Costa e outras duas no exterior junto dos bustos de Rui Filipe e Pavão, numa homenagem que se estendeu aos sócios, jogadores, treinadores e dirigentes já falecidos. Num terceiro momento, a cerimónia mudou-se para o pavilhão Dragão Arena, onde o presidente do FC Porto recordou Alfredo Quintana e, acompanhado pela filhinha do falecido guarda-redes de andebol, depositou uma coroa de flores em homenagem ao saudoso andebolista luso-cubano falecido em 2021. A manhã terminou com uma visita ao Cemitério de Agramonte, onde em romagem ao Mausoléu do FC Porto foram homenageados os falecidos portistas das Glórias do FC Porto que ali repousam (Pinga, Pedroto, Pavão, Soares dos Reis I, Acácio Mesquita, Avelino Martins, João Lopes Martins, João Augusto Silva e Joaquim Pereira Lopes “Lopinhos”), bem como no mesmo campo santo também foram lembrados António Nicolau d’Almeida, José Monteiro da Costa, Siska e Jorge Costa em suas sepulturas de jazigos de família.

Armando Pinto

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sábado, 27 de setembro de 2025

Um abraço aos tempos iniciais do Portismo dos anos 60 – encontro pessoal com o grande defesa Almeida!

 

Há momentos na vida que têm significado e este sábado de início de outono ocorreu coisa assim, com o autor deste espaço de memória. Havendo podido ter um encontro com a história do Portismo começado nos inícios dos anos 1960, perante ocasião de cumprimentar e abraçar um jogador do Porto desse tempo, dos poucos ainda resistentes desses anos. Algo acontecido tantos anos depois de o ter visto jogar com a camisola do Porto e agora ter tido oportunidade de com ele recordar esses tempos. Tal o acontecido com um belo encontro com o antigo defesa Almeida, o senhor João Almeida que desde o alto das bancadas do estádio das Antas vi jogar à frente do Américo, e ao lado do Atraca, Festa, mais outros e agora com ele pude estar e conversar pessoalmente.

Com efeito, hoje tive o gosto de receber a visita do antigo e grande defesa do FC Porto Almeida, que jogou na equipa principal do FC Porto nos anos 60. Havendo ele, depois de ter jogado nos Juniores, passado a sénior e jogado de 1963 a 1969 com a camisola do FC Porto. O sr. João Almeida que é um dos únicos ainda vivos da equipa da 1.ª vitória portista em jogos oficiais das provas internacionais, no histórico jogo de 3-0 ao Lyon (Olympique Lyonnais), em 1964 – de cuja era penso que está também ainda vivo, além do Almeida, apenas o brasileiro Valdir, a residir no Algarve. Ora o sr. Almeida veio conhecer o meu espaçozinho portista e tive a grata honra de ele me ter autografado o livro que tenho sobre ele da coleção Ídolos do Desporto, além de me ter oferecido uma foto dele com a sagrada camisola do FC Porto, também autografada. Tendo essa oportunidade sido possível graças ao filho do senhor João Almeida, o meu caro amigo sr. José Luís Almeida, que trouxe o pai e nos deu esse gosto mútuo.

Desse momento (sim porque nem sei o tempo que foi e passou tão depressa), foram naturalmente captadas algumas fotografias, que ficam a ilustrar a ocasião, por quanto as imagens valem por muitas palavras.

Ora, aqui para mim, com coisa de sessenta anos e pico de afeição Portista e já 52 anos oficiais de sócio do FC Porto (embora sem ainda ter recebido a roseta de ouro por a anterior administração do clube ter tido uma “branca” no azul da respetiva contabilidade associativa), entre o Portismo vivido nos tempos do sistema BSB de poucas vitórias até ao crescimento clubista dos anos 80, 90, mais inícios dos anos 2000, passando pelos períodos de prosperidade e posterior decadência, etc. e tal, foi pois esta uma ocasião de dar um abraço aos tempos iniciais do Portismo dos anos 60, neste encontro pessoal com o grande defesa Almeida. 

O meu amigo senhor João Almeida, que pude abraçar neste sábado 27 de setembro, do princípio do outono de 2025, quando praticamente no outono da vida se deparou este reencontro com os tempos da minha infância portista e da juventude do Almeida que jogou com o Américo, Pinto, Jaime, Nóbrega, Festa, Rolando, Valdir, Paula, Carlos Baptista e Joaquim Jorge, da tal primeira vitória em jogos das provas europeias, mais Atraca, Pavão, Valdemar, Bernardo da Velha, Eduardo Gomes, Djalma, Sucena, Rui, etc., do tempo da célebre Taça de Portugal de 1967/1968.


O sr. Almeida está com uma memória muito viva, lembrando-se de tudo e reconhecendo todos os jogadores de seu tempo, pelas fotos dos quadros e livros que viu no meu escritoriozinho. Estando com 82 anos cheios de vitalidade. Tendo sido muito agradável a conversa mantida e ver como ele apreciou tudo, como fez questão de manifestar por várias vezes. É mesmo um dragão dos bons, e tal como o vinho do Porto, de boa cepa nortenha.

Abraço sr. Almeida.

Armando Pinto

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Nota: Relembre-se aqui a carreira de Almeida, através de um artigo aqui publicado há anos (clicando) em

https://memoriaporto.blogspot.com/2020/09/almeida-central-da-defesa-portista-de.html

AP

Homenagem de Parabéns ao histórico guarda-redes Rui, célebre eterno suplente de maior duração!

27 de SETEMBRO 

Para quem acompanha a vida do FC Porto e quem conhece a história do clube há muito ou pouco tempo, o nome de Rui é sempre associado ao antigo guarda-redes de futebol portista que, além de ainda ter sido titular da baliza do FC Porto algum tempo, foi o suplente mais duradouro da história azul e branca. Esse mesmo, Rui Teixeira, que durante muitos anos foi suplente de Américo, o eterno Américo “Baliza de Prata” e por diversas vezes considerado o melhor jogador do Campeonato Nacional - para se ver como Rui tinha então difícil aspiração à camisola n.º 1, como era ao tempo também sempre o número do guarda-redes que alinhava na equipa principal, na numeração das equipas de 1 a 11. Depois, com o fim da carreira de Américo, após um ano atípico duma lesão sofrida por Rui e partilha da titularidade com vários guarda-redes (Aníbal, Vaz, Antenor e Frederico), seguiu-se durante algum tempo ter sido dividida a camisola n.º 1 do FC Porto com Armando, até que Rui foi titular e de permeio voltou a dividir a defesa das balizas do FC Porto com outros colegas e inclusive como suplente de Tibi, Torres e Fonseca, numa epopeia em que se manteve sempre fiel ao FC Porto, onde acabou por fim como treinador de guarda-redes das camadas jovens. Tendo antes de acabar a carreira ainda sido Campeão Nacional, havendo jogado na parte final do último jogo do Campeonato Nacional de 1977/78, no dia da conquista do título nacional ganho ao fim de 19 anos de espera.

Ora Rui Teixeira está hoje em dia de parabéns, na data da publicação deste artigo em sua homenagem. Ele que nasceu em 1942 a 27 de setembro.

Parabenizando o fiel guarda-redes portista, em jeito de prenda pessoal, aqui se recorda algo de seu Currículim Vitae de guarda-redes do FC Porto.

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Em contos de encantamento, com princesas e príncipes, sempre houve entre fadas e duendes, reis e rainhas, também histórias metendo personagens simpáticos em planos seguintes, desde acompanhantes de realeza até guardadores de sonhos e outros que tais. Ao jeito do que, saltando à realidade histórica desportiva, como quem pula entre os postes duma baliza de futebol, se chega a uma bola saltitante como que a resgatar a memória relacionada com um guardador da baliza. 


Tal o que aqui recordamos desta feita, lembrando o caso do guarda-redes Rui, que em sua longa carreira desportiva foi um segundo guarda-redes de luxo do FC Porto durante muitos anos, enquanto suplente da equipa principal do futebol portista. Sendo ao longo de sua vida futebolística no escalão sénior, sempre como elemento do FC Porto, muito apreciado pela sua fidelidade clubista.


De nome completo Rui Fernando de Sousa Teixeira, nasceu a 27 de Setembro de 1942 na Mealhada, esse que foi guarda-redes que durante largo tempo pertenceu aos quadros do FC Porto, onde chegou em 1958 para incorporar a equipa de Juniores e a partir de 1961/1962 fez parte do plantel dos seniores, até 1978/1979. Bem como mais tarde foi ainda treinador de guarda-redes das camadas jovens.


Tendo de permeio, no começo, sido internacional pela seleção portuguesa de juniores em 1960, Rui ganhou galões de campeão europeu, como integrante da equipa que conquistou em 1961 o Torneio Internacional de Juniores, como ao tempo era chamado o Campeonato Europeu da mesma categoria; e, já como sénior e entretanto tendo alcançado o posto de suplente na equipa principal do FC Porto, foi ainda internacional pela Seleção Nacional Militar, que ao tempo disputava torneios dessa especialidade. Além de, em 1964/65, ter chegado a ser suplente, também, na Seleção Nacional A em dois jogos da fase de apuramento para o Mundial de Inglaterra.


Entretanto e posteriormente, no decurso de 18 anos ao serviço do FC Porto como jogador, teve participações nas vitórias alcançadas pelo FC Porto na Taça de Portugal de 1967/68 e 1976/77, assim como foi campeão nacional utilizado no Campeonato de 1977/78.


Rui Teixeira teve início de carreira no mundo do futebol nas camadas jovens do clube da sua terra natal, Grupo Desportivo da Mealhada, havendo merecido a atenção do abade local e portista Padre Ferreira Dias, pároco de Casal Comba, pela classe que já evidenciava na Mealhada. Então o Padre Cénego Ferreira Dias indicou-o ao F.C. do Porto, em decisiva ocorrência na sua transferência para a cidade invicta.


Depois de uma curta passagem antes verificada pelo Belenenses, à experiência, Rui chegou no ano de 1958 aos juniores do Futebol Clube do Porto. Tendo começado desde logo a brilhar na baliza dos jovens Dragões, o que lhe valeu chamada à Seleção Nacional de juniores que em 1960 participou no Torneio Internacional da UEFA disputado na Áustria. Onde Rui fez a sua estreia em jogo empatado a zero (0-0) frente à Itália, numa competição em que Portugal foi 3º classificado. Seguidamente, continuando dono da baliza dos juniores portugueses, em 1961 alcançou algo mais, na Seleção júnior então treinada por José Maria Pedroto, com a conquista do Torneio da UEFA / Campeonato Europeu que teve lugar em Lisboa e no qual alcançou a vitória em tal torneio de maior nomeada do escalão júnior europeu, ao tempo. Os jovens portugueses, selecionados por David Sequerra e orientados por Pedroto, conquistaram a prova depois de vencerem a Polónia, na final, por 4-0. Essa vitória no Campeonato da Europa foi o trampolim perfeito para Rui vir a assumir um lugar no plantel principal do FC Porto da época seguinte.


Assim foi natural que na temporada de 1961/62 e com apenas 19 anos já fizesse parte do plantel superior do FC Porto, embora como suplente, mas como “sobresselente” principal (como à época era vulgar dizer), visto haver mais guarda-redes à espera de oportunidade. Sendo porém titular da equipa de Reservas, na qual conquistou depois diversos títulos da Taça da Associação respetiva. Contudo sem grandes possibilidades de maior ascensão, porque encontrou a concorrência de Américo, guarda-redes de grande valia muito querido dos apoiantes; e então Rui raramente saiu do banco de suplentes.


Desse tempo, sensivelmente, foi uma apresentação formal saída no jornal O Porto de 1 de junho de 1963, em género de apresentação então feita aos sócios e adeptos portistas, quando começava a entrar nas vistas dos assistentes aos jogos da Reserva do clube (equipa B) e se sentava no banco lateral ao relvado, como suplente de Américo na equipa de honra.

E, já com algumas oportunidades de ter defendido a baliza portista, havendo de permeio chegada a idade da tropa, em 1964 foi incluído na Seleção Militar de Portugal, ao lado de alguns colegas titulares da equipa principal do FC Porto, conforme notícia que se respiga da edição de O Porto de 19 de fevereiro de 1964.


Assim e entretanto, entrado no serviço militar obrigatório, o mesmo guarda-redes suplente do FC Porto foi chamado a representar a Seleção Nacional Militar, por diversas vezes. Totalizando, entre jogos pela Seleção júnior e pela Seleção Militar, 9 internacionalizações.


Na Seleção Militar Rui teve primeiramente a companhia dos seus colegas de equipa Pinto, Nóbrega e Jaime, mais Atraca, e noutros encontros (como mostra a foto abaixo) a dupla Pinto e Nóbrega, emparceirando com Eusébio e Simões do Benfica, José Carlos e Pedro Gomes do Sporting, Ribeiro do Belenenses, Jaime Graça do Setúbal e outros mais.


Mesmo assim ainda chegou na primeira época de sénior a defender a baliza portista, tendo entrado como substituto num jogo, para o lugar de Américo que se lesionara, e assim manteve-se titular em mais 2 jogos para o campeonato e 1 para a Taça de Portugal; bem como nas seguintes temporadas fez mais alguns jogos – 4 para a Taça de Portugal e 1 na Taça das Cidades Com Feira, em 1962/63; e em 1963/64 mais 2 no Campeonato Nacional, 4 para a Taça e 1 na internacional Taça das Cidades com Feira (antecessora da Taça UEFA/Liga Europa). 


Depois em 1964/65 já o jovem guarda-redes teve oportunidade de jogar com regularidade, após lesão de Américo e (como os números das camisolas eram de 1 a 11) então Rui vestiu a camisola n.º 1 do FC Porto em 14 jogos do Campeonato, 2 da Taça e 1 da tal das Feiras, dividindo a titularidade da baliza portista com o "monstro sagrado" Américo. Em cuja pertinência Rui foi selecionado para os trabalhos da seleção principal portuguesa, tendo estado como suplente da Seleção A Nacional nos jogos contra a Turquia e Checoslováquia de apuramento para o Mundial de 1966.

= Vitória do FC Porto pela segunda vez no Troféu Luís Otero, em Espanha.


Após essa “alvazelha”, tudo voltou à situação anterior, tendo nas temporadas seguintes Rui regressado ao banco de suplentes, com mais alguns jogos de permeio efetuados – 9 em 1965/66, no total das diversas competições da época, mais 8 em 1966/67 e 2 em 1967/68, sendo que parte de um desses foi na Taça de Portugal que depois veio a ser ganha pelo FC Porto. 


Até que em 1968/69, tendo jogado em 7 jogos do Campeonato e 1 na Taça, foi titular na parte final da época após o histórico afastamento de Américo, Pinto e Gomes, e por fim devido ao Américo ter tido recaída de lesão que o vinha apoquentando e o obrigou a terminar a carreira.

= Plantel do FC Porto em pose de conjunto, na parte final da época 1968/69 (já quando Américo se encontrava a contas com a lesão que o afastou da prática do futebol) - Ao tempo estava interinamente, como treinador substituto, António Morais.=

Américo Lopes tivera uma carreira deveras longa, a pontos que na coleção Ídolos do Desporto, em voga nesses tempos de romantismo desportivo, ter sido intitulado num dos livros a ele dedicado como "Guarda-redes Eterno". Ora Rui, eternizado como seu substituto, pode-se dizer que ficava na memória como "Eterno suplente-efetivo", pela efetiva longevidade, como tal.


Assim sendo na temporada de 1969/70 Rui foi novamente titular, mas então também ele se viu a contas com uma lesão que o obrigou a dividir a baliza com colegas de posto, à época, e como período de transição que era, à nova realidade, isso levou a experiências e situações que resultaram numa classificação pouco condizente aos pergaminhos do clube, tendo nessa época o F.C. Porto utilizado um total de 5 guarda-redes (Rui, Aníbal, Vaz, Frederico e Antenor) e acabado o campeonato em 9º lugar.


No ínterim desses tempos, Rui foi chamado também a jogar na seleção representativa da Associação de Futebol do Porto algumas vezes, em jogos que nessas eras aconteciam em intercâmbio das respetivas organizações.


Na temporada de 1970/71, empreendida uma natural renovação na equipa (com a vinda de Abel, Manhiça, Bené, regresso de Lemos, entre diversos exemplos, e regressado que foi às Antas o guarda-redes Armando, que se notabilizara no Braga, depois de ter sido formado no FC Porto), então Rui começou a época como suplente de Armando, que jogou na digressão efetuada à Venezuela e restantes jogos da pré-época, tendo Rui depois voltado à titularidade a partir da quinta jornada do campeonato, embora de permeio alternando mais algumas vezes com o mesmo Armando Silva, seu colega de posto. Enquanto nas duas temporadas seguintes já Rui Teixeira vestiu a camisola nº 1 do clube na maior parte dos jogos.


Passado esse período de regular utilização, no final do campeonato de 1973 e sobretudo em 1973/74 Rui voltou ao posto de suplente, depois da entrada de Tibi. E com esse novo colega Rui teve que gerir a permanência como segundo guarda-redes; até que também a partir da última parte do campeonato de 1976 voltou a jogar de início, mas logo em 1976/77 retornou a suplente, perante a entrada de Torres, aquando do empréstimo de Tibi (em período sabático fora do clube). Sendo como substituto, pronto para o que desse e viesse, que Rui foi nº 12 na conquista da Taça de Portugal da época 1976/77 – como ficou mesmo registado na pose da equipa da final, com efetivos e suplentes conjuntamente.


Por esses lustros Rui foi alvo de uma ação de gratidão do clube, através dum jogo em sua homenagem disputado no Estádio das Antas a 1 de Junho de 1977, por meio dum género de festival em que se realizaram jogos entre FC Porto-Equipa de ex-jogadores do clube e Gondomar-Rio Tinto (clubes do concelho de sua residência). De cuja festa se dá à estampa uma imagem do respetivo bilhete, que na altura custou 50 escudos!


Rui ainda marcou presença nos Dragões durante a seguinte temporada de 1977/78, em que disputou parte de 1 jogo, na consagração da vitória do campeonato finalmente conquistado (era então Fonseca o titular) e continuou em 1978/79 a fazer parte do plantel, embora sem ter jogado oficialmente. Pondo aí ponto final na carreira de futebolista. Enquanto ficava com honroso currículo de ter sido Campeão Nacional, sendo um dos vencedores do Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1977/78, e vencido também pelo FC Porto duas Taças de Portugal, em 1967/68 e 1976/77, assim como cinco Taças Associação de Futebol do Porto, de Reservas (Equipas B), correspondentes às épocas de 1961/62, 1962/63, 1963/64, 1964/65 e 1965/66, no decurso de longa estada no clube, sempre com o emblema do FC Porto na sua camisola.


Com efeito, Rui esteve todas as 18 temporadas que realizou como sénior ao serviço dos Dragões, o que é uma raridade e um exemplo de dedicação ao clube. No qual mais tarde continuaria sua vida, regressando em 2010 como treinador de guarda-redes dos escalões de formação.


Rui foi então, por fim, treinador dos guarda-redes da equipa de Sub-19 do FC Porto até 2017.


Recordamos assim este que foi célebre suplente na história do FC Porto, o guarda-redes Rui. Não sendo vulgar o facto de um jogador representar um clube durante tanto tempo e na sua condição, como Rui que permaneceu no FC Porto durante 18 épocas consecutivas, e quase sempre como suplente. Sensacional. Bonito e sintomático.











Armando Pinto
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