Em tempo de recordes do mundo do futebol, a propósito da
recente sequência de recordes do jovem avançado do FC Porto Fábio Silva (que
depois de outros também no jogo de domingo diante do até então surpreendente
primeiro classificado, Famalicão, contribuiu para a sintomática vitória
portista com um golo com que ficou a ser o mais novo marcador portista no
estádio do Dragão e em jogos do campeonato português); assim como os muitos
recordes de Cristiano Ronaldo a nível internacional; há também recordes quase
desconhecidos na atualidade, que convém lembrar. Como nunca se poderá esquecer,
por exemplo, que o guarda-redes Armando, que teve apogeu com as camisolas do FC
Porto e do Sporting de Braga, alcançou um recorde mundial de defesa de penaltis
seguidos (quatro, em jogo de torneio disputado pelo FC Porto em Caracas, na Venezuela,
diante do Celta de Vigo), tal qual há outro de Américo, o guarda-redes “Baliza
de Prata” do FC Porto, que se alcandorou com marca mundial de relevo, de “menos
batido do mundo” numa época.
Tais marcas inéditas que vão sendo atingidas, ganham atração
na própria ocasião. Mas depois, a maioria dos recordes, passados tempos, passam
ao olvido, quantas vezes, assim como noutros casos nem são muito valorizados.
Então no aspeto da portugalidade desportiva se os recordistas não forem do
clube do regime ou de seus amigos é que não há mais nada para ninguém… mais.
Ora, para que conste, o caso de Américo, obtido em tempos já
algo remotos e agora aqui a vir acima das lembranças, foi relembrado num jornal
que, talvez por via dessas cócegas, durou pouco tempo. Mas, apesar de
desaparecido, consta em arquivos e terá de existir em registos históricos. Tratando-se
do jornal semanal Golo, em cujas páginas de sua edição nº 30, da semana de 12 a
18 de Março de 1981, a propósito da realização do clássico entre Benfica e FC Porto
em disputa à época, fez reportagens de retrospetiva com os antigos guarda-redes
Costa Pereira e Américo, de um lado e outro. De cuja parte respeitante ao “Keeper”
portista recuperamos o que foi referido de Américo, no caso mais próprio da
apresentação.
Américo foi o Guarda-redes sobre o qual Di Stefano, um dos melhores
avançados de sempre do futebol mundial, afirmou um dia que foi dos melhores que
viu defender.
Pois Américo, como um grande guarda-redes do FC Porto, que
defendeu as balizas do FC Porto em tempos difíceis de jejuns de títulos,
conseguindo com seu valor superar o que foi acontecendo, defendendo lá atrás quanto
podia, quase que a defender e disfarçar as irregularidades e diferenças de
setores da equipa azul e branca em épocas de menores possibilidades, etc, e
tal, a juntar à tradicional contrariedade das arbitragens, está na memória
portista como grande guardião e histórico garante da estabilidade possível do
clube quando o FC Porto não ganhava praticamente nada, após o título nacional
de 1958/59, com a Taça de Portugal de 1968 pelo meio. Sendo um daqueles valores
que no FC Porto continua a ser pessoa familiar, não pelo sangue mas pelo
coração. Cujos feitos serão eternamente de nosso apreço, como consideramos nossas
as suas vitórias, quão temos como glórias pessoais as dos jogadores do FC
Porto.
Armando Pinto
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