Reconstituição Histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Reconstituição histórico-documental da Vida do FC Porto em parcelas memoráveis

Criar é fazer existir, dar vida. Recriar é reconstituir. Como a criação e existência deste blogue tende a que tenha vida perene tudo o que eleva a alma portista. E ao recriar-se memórias procuramos fazer algo para que se não esqueça a história, procurando que seja reavivado o facto de terem existido valores memorávais dignos de registo; tal como se cumpra a finalidade de obtenção glorificadora, que levou a haver pessoas vencedoras, campeões conquistadores de justas vitórias, quais acontecimentos merecedores de evocação histórica.

A. P.

domingo, 12 de agosto de 2018

15º Triunfo individual e 16º por equipas, na Volta/2018! Grandiosa Vitória Portista na 80ª Volta a Portugal. Raul Alarcón Camisola Amarela, também Rei da Montanha e do Prémio Kombinado; e Vitória Coletiva do FC Porto na Grandíssima Volta Portuguesa!


Uma grandíssima vitória da equipa W52-FC Porto na Grandíssima Portuguesa de 2018, como é conhecida a Volta a Portugal em bicicleta. A maior prova do ciclismo português que nesta que foi a sua 80ª edição, em 91 anos de existência cronológica, vence a toda a linha. Em mais uma grande manifestação de superioridade, quer histórica como atual.


Marca assim o FC Porto ainda mais o ritmo do ciclismo português, no historial, desde que começou a disputar-se a Volta em 1927, contando alguns interregnos em parcelas de onze anos que não andou pelas estradas. Em cujo percurso memorial o FC Porto é o clube com mais vitórias, quer do vencedor da Volta, que recebe a taça da Grandíssima Volta, agora já a somar a 15ª vez, quer na classificação por equipas com 16 vitórias coletivas. Com a curiosidade que quando o FC Porto começou a participar na Volta já os outros clubes por lá andavam há muito, tendo muito antes começado o ciclismo no sul e inclusive durante anos aos clubes do Porto só era permitido participar com menos ciclistas, pela metade, tendo sido necessário os clubes nortenhos reclamarem muito para poderem participar em plano de igualdade. Assim pese essas atenuantes, pela lógica dos acontecimentos, é de vincar, que o FC Porto apenas participou na Volta a Portugal pela primeira vez em 1934, e mesmo assim episodicamente, voltando depois em 1941, ainda sem ser para continuar, pois, como se intrometeu a grande guerra, só em 1946, com o retorno do competição, o clube azul e branco passou a participar assiduamente. Acrescendo o facto de mais tarde ter estado ausente do ciclismo durante largo tempo, desde meio dos anos oitentas a 2015, até ter regressado em grande já no ano de 2016. E, mesmo assim, é ainda e por boa margem o clube com mais vitórias.


São pois agora, e por ora até 2018, 15 vitórias individuais e 16 coletivas do FC Porto na Volta a Portugal em bicicleta.

Assim sendo, na Volta a Portugal, é honrosa e volumosa a galeria que faz do F C Porto o clube mais triunfador da Grandíssima Volta. Conforme atestam os números e factos do palmarés portista na história da Volta”: Vencedores individuais: Volta de 1948 – Fernando Moreira; 1949-Dias dos Santos; 1950- Dias dos Santos; 1952- Fernando Moreira de Sá; 1959-Carlos Carvalho; 1960-Sousa Cardoso; 1961-Mário Silva; 1962-José Pacheco; 1964-Joaquim Leão; 1979-Joaquim Sousa Santos; 1981-Manuel Zeferino; 1982-Marco Chagas; 2016 – Rui Vinhas; 2017 – Raul Alarcón; 2018 – Raul Alarcón (15 no total). Vitórias Coletivas (classificação por equipas em que o F C Porto venceu): nas Voltas dos anos de 1948, 1949, 1950, 1952, 1955, 1958, 1959, 1962, 1964, 1969, 1979, 1980, 1981, 2016, 2017 e 2018 (16).

A esse palmarés junta-se também 9 (nove) Prémios da Montanha conquistados por ciclistas do F C Porto: em 1947-Fernando Moreira; em 1955, 1958, 1960 e 1961-Carlos Carvalho; 1962-Mário Silva; 1981-José Amaro; em 2017- Amaro Antunes e em 2018-Raul Alarcón.

= Carlos Carvalho, vencedor da Volta de 1959 – foi apelidado "O Rei da Montanha", como ficou para a história, com mais títulos de vencedor da camisola azul do Prémio da Montanha, que venceu por quatro vezes.=

Bem como noutras classificações o FC Porto não deixa seus créditos por mãos alheias. Assim na classificação por Pontos (que poucas vezes foi atribuído nos tempos antigos), venceram do F C Porto: em 1958 – Sousa Cardoso; 1962 – José Pacheco; e em 2016 – Gustavo Veloso; ao passo que (na mais recente) classificação de Combinado (“Kombinado”) foram vencedores como representantes portistas: em 1982 – Marco Chagas; e agora em 2018 – Raul Alarcón. 

Nesse trajeto, em que antigamente o vencedor da Volta era reconhecido com uma coroa de louros de vencedor, muitos grandes nomes ficaram associados à história da competição... 

= Vitórias na Volta por Sousa Cardoso, em 1960 (então rodeado na volta de honra pelos colegas de equipa que com ele terminaram a prova: Azevedo Maia, Carlos Carvalho, Sousa Santos e Mário Sá), em 1961 Mário Silva e Joaquim Leão em 1964. =

Nisso, em maré de mar azul de recordações, não só de vencedores reza a história, também, como é de justiça, sendo de convir uma devida menção honrosa de outros que participaram ativamente no trabalho de equipa, porque ninguém consegue vencer sozinho. Como tal, num exercício de memória e reconhecimento, juntamos algumas imagens, de fotografias e gravuras jornalísticas, incluindo páginas de arquivo do autor destas linhas (de tempos idos, no entusiasmo de jovem adepto do ciclismo portista, entre tudo o que respeita ao FC Porto). Cujo acervo dispensa outro palavreado que o que as imagens mostram. 


E ainda... contam para o rol também Nomes que ficaram nas páginas da história do desporto dos pedais dentro do FC Porto, como se pode recordar alguns, a título de exemplo:


= Artur Coelho=

= Alberto Carvalho =

= J. Luís Pacheco, Joaquim Leão e Joaquim Leite =

= Manuel Zeferino, vencedor da Volta em 1981 (e do Grande Prémio JN em 1982, a que se reporta a foto, já do primeiro ano da presidência de Nuno Pinto da Costa) =

Nesta linha, deu-se agora continuidade, ao terceiro ano da parceria da W52 com o FC Porto. Tanto que pelo terceiro ano consecutivo a equipa azul e branca, dirigida tecnicamente por Nuno Ribeiro, patrocinada por Adriano Sousa Quintanilha e presidida por Jorge Nuno Lima Pinto da Costa, vence individual e coletivamente.


Depois de na prova a equipa do FC Porto ter tido as dificuldades e ocorrências que são do conhecimento público, incluindo o acidente de Rui Vinhas e a luta da equipa, este ano com menos um elemento por imposição oficial dos regulamentos em vigor, a W52-FC Porto foi levando a corrida a seu jeito e por fim deu a estocada final. Até ao início do contrarrelógio final, além da manutenção da posição do camisola amarela, faltava ganhar por equipas e no fim foi à medida do sonho. Um festival diante de todos, um massacre perante adversários e equipas concorrentes. Acrescendo o facto do FC Porto, através de Alarcón, ter vencido 3 etapas anteriormente. Sem que a equipa do clube do segundo classificado individual e também no segundo lugar por equipas, Sporting-Tavira, tivesse sequer vencido qualquer etapa. Resultando no fim que o FC Porto teve 3 ciclistas na classificação dos primeiros dez, melhor dizendo dos oito melhor classificados na Geral individual, com realce para a grande prova do jovem João Rodrigues e também de Ricardo Mestre. Sem desprimor para nenhum dos outros, que fizeram trabalho de equipa e puseram os interesses comuns acima dos seus próprios, em prol do coletivo.


O Ciclismo do FC Porto dá assim mais uma alegria à família portista. Vitória de Alarcón e vitória por equipas!!! Parabéns ao ciclismo do FC Porto. Até pelas sensações provocas e conseguidas, quão ficou nos corações portista toda a envolvência relacionada com o estoicismo de Rui Vinhas, cuja camisola rasgada é de ficar junto com a amarela, no Museu do FC Porto (como em artigo anterior aqui ficou aludido), mais a boa prestação de toda a equipa.


De notar, à margem da competição oficial mas dentro do que é público, é de lamentar mais uma vez o faciosismo, fraco perder e mau profissionalismo dos jornalistas que tinham autorização oficial de acompanhamento televisivo da Volta. Genericamente a RTP, portanto. Quão, só por curiosidade, os comentadores que tantas referências faziam sempre aos adeptos, nesta volta, esqueceram isso entretanto... Como sábado e no dia de hoje (do contrarrelógio final e momentos de consagração), pois não conseguiram falar uma vez no autêntico mar azul de ontem em Felgueiras e pelas serras de Basto acima, como até da tarde deste domingo em Fafe. Nem com tantas bandeiras azuis e brancas os “marretas” conseguiram ver! Com a agravante dos homens das câmaras de filmar fugirem também de mostrar, como se viu na subida da Senhora da Graça, em que sempre que apareciam pessoas com camisolas e bandeiras do FC Porto a câmara de filmar mudava de ângulo de visão e as imagens alternavam de cenário. Uma infeliz tristeza de gente com olhos tapados pela clubite e de cérebro lavado pelo regime… Com a agravante de no final, quando no pódio se procedia aos atos protocolares, a RTP ter acabado a transmissão em direto à pressa, quando o FC Porto ia ser vitoriado, precisamente na altura dos ciclistas do FC Porto subirem para receberem os trofeus da vitória!  Se não fosse o Porto Canal ter passado a transmitir em direto, na ocasião, não havia possibilidade de ver na hora, diretamente, ipso facto, a entrega da Taça da Grandíssima!


Por mais que custe a certa gente... Mais uma volta a Portugal azul e branca!!!

Assim, na última etapa da Volta a Portugal/2018, o espanhol do FC Porto Raul Alarcón (W52-FC Porto) ficou confirmado como vencedor da corrida, sagrando-se bicampeão depois de ter conquistado a amarela logo à terceira etapa. O portista vencedor, Alarcón entrou na meta final com o terceiro melhor tempo (25m 51,39), atrás do companheiro de equipa João Rodrigues, que registou 25m 38,32. Brandão, o principal adversário, foi quarto no crono, com 25m 53.


Com cinco corredores entre os do top-10 do contrarrelógio – João Rodrigues, Alarcón, Ricardo Mestre, Gustavo Veloso e António Carvalho – a W52-FC Porto garantiu o triunfo por equipas, superando o Sporting-Tavira.


Após o termino da Volta, ficou assim a
Classificação geral:

 1º - Raúl Alarcón (W52-FC Porto), 41:15.32 horas
 2º - Jóni Brandão (Sporting-Tavira), a 1.03 minutos
 3º - Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano), a 1.14
 4º - Edgar Pinto (Vito-Feirense-Blackjack), a 2.20
 5º - Frederico Figueiredo  (Sporting-Tavira), a 4.09
 6º - João Benta (Rádio Popular-Boavista), a 4.19
 7º - João Rodrigues (W52-FC Porto), 5.27
 8º - Ricardo Mestre (W52-FC Porto), 6.35
 9º - Domingos Gonçalves  (Rádio Popular-Boavista), a 6.36
10º-Henrique Casimiro (Efapel), a 6.49
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35º - António Carvalho  +39m 34
39º - Gustavo Veloso  +42m 32
42º - César Fonte  +45m 36
85º - Rui Vinhas  +1h 44m 14s

Classificação por equipas:
1. W52-FC Porto, Portugal, 123:57.57 horas
2. Sporting-Tavira, Por, a 1.34 minutos
3. Rádio Popular-Boavista, Por, a 6.11 minutos

Classificação da Montanha:
1º - Raúl Alarcón, Esp (W52-FC Porto), 62 pontos
2º- Jóni Brandão, Por (Sporting-Tavira), 58
3º-David Rodrigues, Por (Rádio Popular-Boavista), 40

Classificação do "Kombinado":
1º - Raul Alarcón


Ora, para a história: Raul Alarcón, o ciclista de Alicante, com 32 anos, espanhol que passa grande parte do seu tempo em Portugal e convive na área do Grande Porto, foi vencedor de três etapas da 80ª Volta a Portugal, primeiro em Oliveira do Hospital, quando conquistou a camisola amarela, símbolo da liderança, e depois ainda venceu nas Penhas da Saúde (quarta etapa) e na Senhora da Graça (nona), além de andar sempre em lugares de destaque e a impor sua superioridade, dando mais uma saborosa vitória ao mundo portista.


Armando Pinto
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